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terça-feira, 25 de junho de 2013

O pacotão da Presidenta Dilma


As manifestações populares, que tomam conta de nosso país, do Norte ao Sul, tem assombrado a minha mente. Honestamente já expus aqui como cristão que sou, que a causa do temor não está na ação popular, mais do que justa, mas na resposta dos pecadores que ocupam as esferas de poder. Não que o povo que protesta não o seja também, mas um pecador sem o aparato do poder político e econômico pouco mal pode fazer, na verdade ele afeta somente a si mesmo. Quanto aos atos de vandalismo faço aqui menção ao Sermão do Bom Ladrão, do Padre Antônio Vieira, para quem os verdadeiros ladrões não são os que movidos pela necessidade acabam por cometerem o delito em pauta, mas os que se valendo do poder, que lhes foi conferido usam do cargo para roubar, e via de regra nunca são pegos. Minha conclusão da leitura é que os atos refletem a revolta do povo, que durante muito tempo esteve adormecido, e resolveu acordar. 
Antônio Vieira escreveu tal sermão em períodos imperiais, e a contar pela descrição cuidadosa que o mesmo faz de nossa classe política, parece que, a despeito da mudança de regime, o padrão permanece. Sim, passamos do regime político imperial, para o republicano, deste para o republicano democrático, com ditaduras e retorno à democracia em mil novecentos e oitenta e oito, mas o sermão de Vieira permanece atual. Coisas deste tipo me fazem duvidar de que estamos em uma democracia de fato. Afinal, o mínimo que se espera em um regime, que supostamente confere poder ao povo, é que este mesmo sistema permita maior participação popular e maior transparência, por parte de quem gere os recursos da nação. 
Acordo com a notícia de que a nossa presidenta, em reunião com os governadores, e, ao que parece com os prefeitos das principais capitais, selou um pacto, no qual convoca o povo ao plebiscito, a fim de discutir a reforma política. Acho igualmente interessante a tomada de medidas que combatam efetivamente a corrupção,afinal, este é o clamor das ruas, e como disse Cristóvão Buarque em pronunciamento, uma revolução popular do porte que estamos presenciando, pede medidas igualmente revolucionárias. E o que pode ser mais revolucionário do que destinar a totalidade dos recursos do petróleo, por exemplo, para a educação, do que fazer com que os recursos da saúde cheguem ao seu destino, e se reflitam na melhoria dos serviços à nossa população? 
No seu discurso o senador Cristóvão Buarque diz que diante das manifestações é a hora e a vez da presidenta se revelar como grande estadista, uma vez que os mesmos assim se mostram em períodos críticos. Acrescentou ainda que a mesma não deve se comportar como xerife, uma vez que o foco não são os atos de vandalismo, estes não devem de serem usados para descredibilizar o movimento das ruas e ignorar a voz do povo. Apesar da fala coerente do senador em apreço, parece que políticos como Serra não entenderam, e criticaram a proposta da reforma politica e a iniciativa presidencial de discutir a mesma em plebiscito. 
Minha proposta é simples, responder ao povo, com a mesma simplicidade que o povo se dirigiu aos políticos em suas reivindicações. O que se pretende com a reforma política? Qual é o seu teor? O que a mesma trará de melhorias efetivas ao nosso povo? Haverá maior transparência e participação pública na gestão dos recursos? Quais são, por exemplo, os termos desta dita reforma? Tudo isto precisa ser respondido com clareza, precisão, transparência e sem pegadinhas e nem gravatas, do contrário corremos os risco de termos aqui mais uma fantástico mundo de bob sendo criado para engodar os incautos. 

Marcelo Medeiros. 

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