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domingo, 10 de abril de 2016

A Necessidade de Salvação



A tese central da Carta aos Romanos é que o Evangelho é o Poder de Deus para a salvação daquele que crê (Rm 1. 16), em outras palavras a reposta mais eficaz a real situação do homem. Aqui convém perguntar: que situação é esta? A que é brilhantemente resumida nas palavras do apóstolo: todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3. 23 ACF), ou, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado (Rm 3. 9 ACF).

Neste post compartilho de um estudo que produzi há muito tempo atrás, mas que traz uma abordagem ao tema. Graça e paz.

A exposição de Paulo nesta seção, parte do princípio de que toda a humanidade está debaixo do pecado. Sendo que todos pecaram e estão privados da glória de Deus(Rm. 3. 23). Mas o Todo Poderoso não pode ser responsabilizado pela transgressão da humanidade caída, pelo contrário ele sempre providenciou meios para que o homem pudesse encontrá-lo, ainda que tateando o pudessem achar (At. 17. 27). De sorte que, em coerência com sua pregação, Paulo entende a própria existência como testemunho de Deus. Mesmo aos que estão sem lei, fio dado um testemunho. Algo que nos conhecemos como consciência (que em grego se lê syneideeseoos), ora nos acusa, ora nos defende (Rm. 2. 14 – 16).
Mas a despeito de todo o esforço divino, o quadro apresentado pela humanidade não é de longe o melhor possível.

Não há homem justo, não há um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus.Todos se extraviaram, todos juntos se corromperam; não ha quem faça o bem, não há um sequer.Sua garganta é sepulcro aberto, a sua língua profere enganos; há veneno de serpente debaixo de seus lábios, sua boca esta cheia de maldição e azedume.Seus pés são velozes para derramar sangue; há destruição e desgraça em seus caminhos.Desconhecem o caminho da paz, não há temor de Deus diante de seus olhos  ( Rm. 3. 10 – 17 B. J.).

Antes de falarmos a respeito da ira de Deus, precisamos entender quer sua manifestação se da por motivos justos. Mesmo separado do homem por causa do pecado deste, o Criador faz de tudo, usa de todos os mios para se aproximar da humanidade caída, mas recebe como resposta a idolatria dos gentios(que por sua vez resulta em depravação moral) e hipocrisia religiosa do judeu.  Sendo que todos pecaram e estão privados da glória de Deus(Rm. 3. 23).   

1 – Os gentios debaixo da ira de Deus.

Por que o que de Deus se pode conhecer, é  manifesto entre eles, pois Deus lhes revelou. Sua realidade invisível, seu eterno poder e divindade, torno-se inteligível desde a criação do mundo, através das criaturas, de sorte que não tem desculpa. Pois tendo conhecido a Deus não o honraram como Deus nem lhe renderam graças; pelo contrário, eles se perderam em vãos arrazoados e seu coração ficou nas trevas. Jactando-se de possuir a sabedoria, tornaram-se tolos e trocaram a gloria do Deus incorruptível por imagens de homem corruptível, de aves, de quadrúpedes e répteis.(Rm. 1.19 – 23).

As imprecações que Paulo lança contra a os gentios por sua idolatria; lembra, em alguns aspectos, os escritos pós-exílicos. Na verdade ocorre uma mescla entre estes e a pregação dos profetas.  Estes textos lidos e comparados com o da carta aos Romanos, nos dão uma ampla visão do aspecto ambíguo da situação humana. Deus lhe faz uma revelação excelente, mas os sentidos deste o arrastam ainda mais para seu estado de pecado.

Sim, naturalmente vãos foram todos os homens que ignoraram a Deus e que partindo dos bens visíveis, não foram capazes de reconhecer Aquele que É, nem considerando suas obras reconhecer o artífice. Mas foi o fogo, ou o vento, ou o ar sutil, ou a abóboda estrelada, ou a água impetuosa, ou os luzeiros do céu que eles reconheceram como deuses, regentes do mundo! Se fascinados por sua beleza, os tomaram como deuses, aprendam quanto lhes é superior o senhor de todas as coisas, pois foi a própria fonte da beleza que as criou. E se os assombrou sua força e atividade, calculem quanto mais poderoso é Aquele que as fez, pois a grandeza e a beleza das suas criaturas fazem, por analogia, contemplar o seu Autor.Estes não merecem contudo, senão breve repreensão, pois talvez se extraviem buscando a Deus e querendo encontrá-lo.
 Vivendo no meio das suas obras, exploram-nas, mas a sua aparência os subjuga, tanto é belo o que vêem!Entretanto, nem estes sequer são perdoáveis: pois se foram capazes de conhecer tanto, a ponto de prescrutar o mundo, como não descobriram antes o seu senhor? (SABEDORIA 13 . 1 – 9).

O que podemos destacar da comparação entre estes dois textos?

  • ·         Deus revela a si mesmo ao homem através de sua criação.
  • ·         Os sentidos humanos encontram-se obscurecidos a esta revelação, impedindo uma resposta positiva por parte da humanidade decaída.
  • ·         Enganados pelos sentidos, asso brados pela beleza dos elementos naturais, estes divinizam a criação no lugar do Criador.
  • ·         O autor não descarta possibilidade de alguns destes idolatras terem sido enganados em sua busca sincera, mas condena o fato de se deixarem levar pela beleza dos sentidos.
  • ·         Por ultimo, os considera indesculpáveis – pois estes possuem todas as condições necessárias ao conhecimento de Deus.


Estes são os motivos pelos quais os gentios se encontram debaixo da ira divina.

2 – os judeus debaixo da ira de Deus.

Se ao gentio foi dada uma revelação indireta, e mesmo assim Deus pede contas  de suas ações idolatras,  os judeus se encontram em uma situação mais delicada. Estes se gloriam de serem conhecedores da lei, e, portanto, da vontade de Deus. Entre os tantos motivos de orgulho que um judeu contemporâneo de Paulo poderia ter destacamos os seguintes: a capacidade de discernimento, a revelação superior da lei, a sua posição de mestre e luz para os ignorantes e uma intimidade com Deus (baseada no cumprimento da lei (Dt. 4. 6 – 8; Rm. 2. 17 - 22). Mas exatamente naquilo que o judeu condena o gentio, ele se condena a si mesmo de sorte que é inescusável (termo cujo significado é: indesculpável). O mau testemunho dado por este traz escândalo. De sorte que podemos ler: tu, que te glorias na lei, estas desonrando a Deus pela transgressão da lei, pois está escrito: por vossa causa o nome de Deus esta sendo blasfemado entre os gentios (Rm. 2. 23, 24 B.J.). Os vários privilégios desfrutados pelos descendentes de Abraão só fazem aumentar a sua responsabilidade diante de Deus.  A situação destes pode ser resumida assim:

  • ·         por terem recebido a lei de Deus pensam que são mais sábios e inteligentes do que os gentios (Rm. 2. 20).
  • ·         Mas os gentios que não receberam a lei e ainda assim a cumprem ( por que a tem escrita em seus corações, Rm. 2. 12 – 16), estes sim serão justificados no juízo final.
  • ·         Os padrões do julgamento divino são: segundo a verdade  (Rm. 2.2), segundo as obras de cada um(Sl. 62. 12; Rm. 2. 6 – 10) e sem acepção de pessoas (Dt. 10. 17; Rm. 2. 11).
  • ·         Com base neste aspecto, afirmamos em coerência com o ensino da carta de Romanos que judeus e gentios se encontram em condições semelhantes diante de Deus.
  • ·         A circuncisão do judeus somente lhe será útil, do momento em que este obedece a lei (Rm. 2.25 – 27). Caso contrario, será julgado pelo incircunciso que cumpriu a lei.
  • ·         Se a economia divina coloca o judeu como primeiro na salvação, o justo juízo de Deus o coloca também como primeiro na condenação. 


 Todos estes dados fazem de Deus o justo juiz, e do homem um pecador culpado. Mas mesmo após a resposta negativa do ser humano, o Senhor se revela misericordioso, fiel e benigno ao tratar com a humanidade. Mesmo sendo pecadores, ele envia o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados(I Jo. 2. 1, 2) para morrem por nossos pecados e ressuscitar para a nossa justificação.

Eis por que isto lhe foi levado em conta para a justiça. Não foi escrito só para ele: - foi-lhe levado em conta – mas também para nós. Para nós os que cremos naquele que ressuscitou dos mortos, Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação (Rm. 4. 22 – 25 B.J.).

Em Cristo, Marcelo Medeiros. 


sábado, 9 de abril de 2016

Para Entender a Epístola aos Romanos





Este é um dos mais significativos documentos do Novo Testamento. A influência que a carta aos Romanos exerce na Cristandade se vê pela quantidade de comentários que lhe são dedicados. Stott aponta Agostinho, Lutero, Calvino e Karl Barth entre os que se propuseram a refletir a respeito do conteúdo desta epístola.

Não bastasse a reflexão dos autores supra, Stott destaca as controvérsias acadêmicas que a mesma provocou. Trata-se da ênfase. Afinal, Romanos aborda a questão da justificação pela fé versus a confiança nas obras, ou na inclusão ods gentios na fé em Cristo, que até aquele momento era vista como sendo uma ramificação do judaísmo.

O fato que se ressalta é o de que cristãos que primam pelo discipulado, precisam conhecer esta carta a fim de ampliarem sua percepção a respeito do Evangelho, e em face do aumento de sua percepção quando ao mesmo, poderem dispor de um contéudo que lhes permita discipular. Discipular nada mais é do que ensinar as pessoas a guardarem o que Cristo disse. Com este propósito em mente convido o leitor a prosseguir na leitura deste post.

O AUTOR


Mais do que o consenso a respeito da autoria paulina da carta, é perceptível que quaiquer teses acadêmicas que duvidem de tal não possuam o mínimo crédito. Há um acordo, isto é fato. Quando se volta para o texto percebe-se que o autor se apresenta da seguinte forma: Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus (Rm 1. 1 ACF).


Em primeiro lugar Paulo é um δουλος ιησου χριστου (doulos Iesou Christou), ou servo de Jesus Cristo. Uma leitura desta expressão sob a ótica de I Co 9. 19 onde ele mesmo afirma: Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. Esta mesma Igreja estava profundamente dividida pelo partidarismo. Uns diziam ser de Paulo, outros de Pedro, outros de Apolo. Qual é a resposta do Apóstolo?

Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? (I Co 3. 5 ACF). A expressão aqui é διακονοι (diakonoi), cujo sentido seria o de um garçom que serve à mesa. Mas em algumas vezes pode ser empregada como sinônimo de δουλος. A percepção de Paulo a respeito de si mesmo é a de um servo que serve por meio da pregação do Evangelho.

A segunda percepção de Paulo a respeito de si mesmo é de que ele é um apóstolo. O termo αποστολος é correlato ao verbo αποστοληω, cujo snrtido é o de enviar. Um apóstolo é alguém enviado com uma missão específica. Tomando Paulo como exemplo é também um plantador de Igreja. Apenas neste sentido os apóstolos atuais podem se igualar a ele.

No tocante à posse de uma autoridade normativa, jamais. Apóstolo algum é, ou será como Pedro, Paulo, e os demais. Eles foram sucessores dos profetas e a Igreja está edificada sobre o fundamento lançado pelos mesmos. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina (Ef 2. 19, 20 ACF).

Os apóstolos atuais, podem no máximo serem como foi Epafrodito, de quem Paulo diz: Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades (Fp 2. 25 ACF). O termo empregado aqui é αποστολον, ou enviado.

Por último, Paulo diz de si mesmo:  separado para o evangelho de Deus. Aqui ele faz referência a sua chamada para levar o Evangelho diante dos reis e das nações da terra, conforme se lê: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome (At 9. 15, 16 ACF).

LOCAL, DATA, DESTINATÁRIOS


Sabe-se destes elementos a partir de uma leitura do penúltimo capítulo da carta em apreço quando Paulo afirma:

Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia. Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais. Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha. E bem sei que, indo ter convosco, chegarei com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo. E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus; Para que seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos; A fim de que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria, e possa recrear-me convosco (Rm 15. 24 - 32 ACF). 
Possivelmente Paulo tenha escrito seu trabalho em Corinto, quando estava prestes a regressar a Jerusalém com a coleta que fizera para os pobres de lá. Ao que parece o propósto do apóstolo era o de após passar por Jerusalém, dirigir-se à Espanha. Neste caso Roma era uma rota entre os dois destinos.

Todavia, em sua passagem por Roma, Paulo pretendia compartilhar algo do Evangelho que ele pregava. Com este intuito escreve a carta em apreço aos crentes de Roma, a fim de informar aos mesmos a respeito do Evangelho que ele pregava. A necessidade de tais informações se devia ao fato de que esta era uma comunidade que não havia sido fundada pelo apóstolo.

As origens da comunidade romana são incertas. A hipótese mais acertada e com a qual Stott e Murray trabalham é a de que no Pentecostes haviam peregrinos procedentes de Roma, e que com o regresso de alguns, a comunidade fora fundada. Aqui se faz necessário considerar que a comunidade de Antioquia (que era base oriental do ministério de Paulo), fora fundada de forma similar. Sendo que neste último caso, seus fundadores saíram de Jerusalém por ocasião das perseguições empreendidas por Saulo de Tarso (que mais tarde viria a ser Paulo).

Um ponto interessante é que a Igreja, ao que parece era formada tanto por judeus, quanto por gentios, ou pagãos. Isto se infere dos textos em que Paulo parece dialogar com judeus. Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei (Rm 2. 17, 18 ACF). Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei) (Rm 7. 1 ACF).

Todavia ambos os autores abandonam completamente quaisquer especulações a respeito da proporção de judeus e gentios que esta comunidade teria. E focam a Teologia do apóstolo neste documento cristão. Daí a necessidade de minha parte em adotar similar poroceder e me antecipar com relação ao propósito de tal carta.

PROPÓSITO DA CARTA


Ao longo deste estudo foi estabalecido que a comunidade romana não fora plantada por Paulo, mas que a mesma era fruto da ação missonária de irmãos que possivelmente tenham tido seu contato com o Evangelho no dia de Pentecostes. Paulo não queria plantar em campo semeado por outros. Todavia entendia que tinha algum χαρισμα (charisma), para compartilhar, ou comunicar com os santos daquela localidade.


Daí a necessidade de o apostolo se fazer conhecido aos cristãos de Roma, e apresentar aos mesmos suas credenciais apostólicas, bem como o programa de seu Evangelho. Este engloba a apresentação da situação geral dos homens, tanto judeus quanto gentios (Rm 1. 18 - 3. 19), a imputação da justiça de Deus ao homem pecador (mediante a fé em Cristo [Rm 3. 21 - 5. 10]), a liberação da escravidão do pecado e o processo de santificação (Rm 6 - 8), a promessa de Deus para com Israel (Rm 9 - 11) e as consequências da salvação na vida pessoal (Rm 12 - 15). 

Na opinião de Murray e Stott, Roma era uma rota importante no caminho entre Jerusalém e Espanha. Do mesmo modo que Paulo tinha feito de Antioquia sua base para a Evangelização no Oriente, e na Acaia, ao que parecia ele pretendia fazer de Roma sua base de Evangelização no Ocidente. Mas antes de prosseguir para seu destino, ele pretendia passar por Jerusalém com a coleta que fizera pelos santos de lá.

Na opinião do apóstolo, se os gentios desfrutavam dos bens espirituais dos judeus, por que não poderaiam compartilhar dos materiais com os mesmos? Na opinião de Stott e Murray, os planos do apóstolo não se concretizaram, visto que ao se dirigir para Jerusalém com a coleta pelos santos, ele foi preso pelos judeus. 

Em Cristo, Marcelo Medeiros. 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Vigiar e Orar



Esta imagem da paixão de Cristo de Mel Gibson remete a uma das cenas mais dramáticas do Evangelho: A Oração no Getsêmane. Foi um momento extremamente comovente em que o Filho luta com o Pai em oração, uma vez que ele não deseja beber do cálice. Este é um símbolo da amaríssima separação que ocorrerá entre o Pai e o Filho na cruz. 

O aspecto desastroso do desastre (me perdoem o pleonasmo proposital), é que os momentos em que passamos por eles, em regra estamos sozinhos. É quando não se pode contar com a ajuda de absoutamente ninguém. Esta solidão Jesus experimentou no Getsêmane quando pediu aos seus discíupulos para que velassem com ele em oração, mas não pode contar com os mesmos. 
E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26. 40, 41 ACF). 
Em ambos os versos o termo velar e vigiar advém do mesmo verbo grego, γρηγορεω (gregoreoo) cujo sentido é o de manter-se acordado, não se entregar ao sono. É um termo empregado para a ação dos sentinelas que ficam vigilantes em relação ao perigo, e diante da proximidade do mesmo têm a obrigação de alertar a cidade. 

Para que o discípulos podessem vencer a tentação, Jesus os ensinou a orar ao Pai: E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal (Mt 6. 13 ACF). O segredo da vitória do crente face à tentação é a oração diária, por parte do mesmo. Mas entre a prática da oração e a vida do crente existe um problema: a carne. 

A natureza humana tende à fruição, ao prazer, ao entretenimento, ao sono, e tudo mais. Estas coisas nem de longe são pecaminosas. Mas constituem problema quando são embaraço para a vida de oração. Manter-se acordado foi o desafio dos discípulos. E o nosso? Possa ser que nosso desafio seja o de rejeitar uma programação televisiva, ou qualquer tipo de entretenimento para estar em oração. 

O fato inconteste é o de que a carne é fraca tanto no que toca a vencer o cansaço, o stress e o ativismo, quanto no que tange à vitória sobre as tentações. Já o espírito, está pronto para ambas. Que sejamos o homem piedoso que Davi descreve nas seguintes palavras: Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão (Sl 32. 6 ACF). 

Em Cristo, Marcelo Medeiros
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