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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Bento XVI e padre Emilson Face humana do Catolicismo

No dia em que eu, e grande parte humanidade fomos surpreendidos com a renúnica de Bento XVI, tive a impressão de que os  motivos da renúncia do santo Pader não estavam muito claros. Desde quando a debilidade física derruba um Papa? Ao ouvir a reportagem em que o mesmo declarara "não ter mais forças para continuar no ofício de Pedro", logo imaginei: "foi pressionado a renunciar". Antes de prosseguir quero deixar duas coisas bem claras. Primeira, não estou aqui para fazer comparações entre o Papa e a Igreja Católica com a Besta. Segundo, sei que, não fosse o papel desempenhado pela mesma durante a Idade Média, estaríamos voltados para Meca, e não seríamos  uma democracia, de forma alguma.

Mas, os escândalos financeiros, os de natureza sexual, não podem ser vistos de forma banal. Não quero com isto defender aqui uma visão conspiracionista. Mas as pressões desta natureza e a fala de alguns cardeais afirmando que o futuro Papa tem de ser alguém que consiga conduzir a Igreja em um mundo moderno e acompanhar a evolução do mesmo, são indicadores de que as minhas suspeitas não estavam de todo erradas. O golpe fatal ao meu ver veio com um escândalo sexual, envolvendo um padre e duas menores na Cidade do Rio de Janeiro. É incrível, mas justamente na semana em que o Papa Bento XVI oficializa a sua renúncia, os jornais se dividem entre a última cerimônia do santo padre na praça de São Pedro, e um escândalo que aponta a necessidade de se discutir a questão do celibato.

O padre Emilson Soares Corrêa e o cardeal Joseph Ratzinger são opostos. O primeiro entre em cenário midiático envolvido em um escândalo sexual. O pai de duas jovens orientou uma delas a gravar cenas em que faziam sexo com o sacerdote em apreço. Resultado o mesmo foi indiciado por estupro. A condenção ainda não saiu, mas ao que parece, a opinião pública já se antecipou, e junto com a credibilidade do sacerdócio, vai-se a força da instituição. Com que autoridade esta irá se colocar contra a homossexualidade, o aborto, as drogas. Os politicamente corretos de plantão logo lançarão mãos de casos como este para derrubar a credibilidade da mesma.

Já o segudo, no caso, Joseph Ratzinger, que segundo as agências de notícias continuará  se chamar por Bento XVI, se despede em aclamação popular em plena praça de São Pedro. Volto a dizer que não sou conspiracionista, mas me pergunto, alguém tão recluso quanto ele seria lembrado de forma tão carinhosa não tivesse feito um gesto tão nobre?

É preciso que nos lembremos que Joseph Ratzinger, ou como queiram, Bento XVI, nem de longe era tão carismático quanto seu antecessor. Sua imagem sempre esteve atrelada a de um inquisitor moderno, e o pior, nós do mundo moderno conhecemos a inquisição exclusivamente pela imagem que os filmes, a imprensa, e os historiadores nos passam da mesma. Resultado, independente do que seja na verdade esta tal Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), aprendemos, por razões psicológicas, a destestá-la, e com isto a imagem do cardeal, outrora Papa não era das melhores. (Não quero minimizar os danos que a santa inquisição causou. Minhas observações apenas questionam nossa antipatia à figura do cardeal).

 Então, quebrando toda a tradição formada por vários que o antecederam, inclusive João Paulo, eis que Bento XVI renuncia e com isto mostra a face humana. E foi justamente com este gesto que os mais tradicionais interpretaram como sendo um ato de covardia, que Bento XVI conquistou o mundo. Mas a face humana deste foi contrastada por outa igualmente humana, um padre que colocou os seus desejos acima das consequências. E conforme dito trouxe à tona a necessidade da Igreja rever questões, dentre as quais a do celibato, e a questão do pecado humano.

Comecemos com a segunda. Tanto o ato do sumo pontífice, quanto o ato deste padre, filmando fazendo sexo diante de um quadro da santa ceia nos remetem a uma verdade que tem de ser vista com maior seriedade, a do pecado. Creio que o papa a tenha sentido e para evitar o orgulho, renunciou, ao que C. S. Lewis classifica como sendo a essência do pecado. E a lição dada por ele tem de ficar para nós evangélicos também. Quanto ao padre Emilson, este cedeu à natureza e trouxe a questão do celibato à tona. É com este tema que encerro este post.

Não creio que possamos encontrar em um mundo como o nosso, mergulhado na ideologia sexista tantos homens com este dom, afinal o próprio Jesus disse: Nem todos têm condições de aceitar esta palavra; somente aqueles a quem isso é dado. Alguns são eunucos porque nasceram assim; outros foram feitos assim pelos homens; outros ainda se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem puder aceitar isso, aceite (Mt 19. 11, 12 NVI).

Na condições atuais, ou um padre é alguém que nasceu eunuco, ou que se fez eunuco, lembrando que o texto não trata de condições genéticas diferenciadas, como alguns pastores entendem, mas do  casamento, da indissolubilidade do mesmo, tendo como exceção apenas a traição,  e das responsabilidades que o mesmo acarreta. De acordo com a Bíblia se o indivíduo não consegue se conter, é melhor que se case, visto que de acordo com Paulo, se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo (I Co 7. 9 NVI). Fosse seguida esta recomendação, uma instituição tão tradicional como a Igreja romana não teria tais notícias sendo veiculadas no jornais.
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Elias no monte da Transfiguração


Temos visto ao longo desta série de estudos que Elias foi um importante servo de Deus cuja missão consistiu basicamente em proclamar a que o verdadeiro Deus era o Deus de Israel. Há muitos crentes que acham tais estudos supérfluos, e afirmam que o que importa de fato é Cristo e o Novo Testamento. E se analisarmos bem, veremos que não estão, de todo errados, mas, com tal forma de pensar mostram que não entendem plenamente o Novo Testamento, uma vez que a revelação nele contida. Há uma interdependência entre as Escrituras do Antigo e do Novo pacto, e com o estudo de hoje apontaremos este elemento.
Retornando a Elias, precisamos falar que Deus escolheu a nação de Israel, para que eles fossem guardiões das revelações e das Escrituras, que por meio desta guarda, o Messias seria manifesto e o mundo estaria preparado para o receber. Neste processo ocupam fundamental papel a lei e os profetas. À lei coube o papel de ser um pedagogo (παιδαγωγον), naquele tempo, um escravo, ou tutor cuja função era a de conduzir os meninos aos seus respectivos mestres. É neste sentido que Paulo afirma que a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé (Gl 3. 24 NVI).
Esta função do tutor, ou pedagogo (παιδαγωγον), fica clara quando apelamos ao sentido hebraico da palavra lei. O termo תֹּורָ֑ה (torah), tem o sentido básico de ensino, instrução, lei. No monte da transfiguração, a lei, ou תֹּורָ֑ה (torah), foi representada por Moisés, ao passo que os profetas (nebiuin - נְבִאִ֖ים) o foram por Elias. Ambos são de vital importância pois apontam para Cristo. É exclusivamente sob esta perspectiva que a leitura dos textos que abordam a transfiguração tem de ser feita.

O contexto da Transfiguração

Em todos os Evangelhos sinóticos podemos perceber que os ensinos de Cristo recebem um arranjo diferente. Não quero com isto afirmar que eles foram inventados, de forma alguma, ante creio que os relatos dos fatos ali registrados são fidedignos. Mas quando olhamos para o contexto que envolve a narrativa da transfiguração, percebemos que a disposição de fatos que antecedem o evento é a mesma. A unica exceção é o relato de Lucas no tocante ao sinal que os fariseus pedem ao Senhor.
  1. Os saduceus pedem um sinal dos céus (Mt 16. 1 - 4; Mc 8. 10; Lc 12. 54), e Jesus nega. Para o mestre é inconcebível que alguém que sabe ler os sinais do dia não saiba ler os sinais dos tempos (semain ton Kairon - σημεια των καιρων). Por sinais dos tempos (σημεια των καιρων), enteda-se os milagres que acompanham o ministério de Cristo. Eles idicam que o tempo está cumprido. Se olharmos para este mesmo texto no contexto do Evangelho de Marcos perceberemos que alguns sinais são colocados após a negativa de Jesus em manifestar sinais diante dos fariseus.
  2. Após negar sinais aos fariseus e aos saduceus Jesus realiza sinais à vista dos seus discípulos e caminha para as cercanias de Cesaréia de Felipe. Ali ele indaga aos seus discipulos a respeito da visão, da percepção que o povo tinha de sua vida e ministério. A resposta de acordo com Mateus é: Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas (Mt 16. 14 NVI). O relato de Marcos difere do de Mateus, por preservar apenas a figura de João Batista, o precursor do Messias e a de Elias (Mc 8. 28).  Lucas segue a mesma formatação de Marcos. Nas palavras deste evangelista, os discípulos deram a seguinte resposta a Jesus: dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, que és um dos profetas do passado que ressuscitou (Lc 9. 19 NVI). Ao perguntar para os seus discípulos a respeito da percepção que estes tinham da identidade do Filho do homem, ele teve a seguinte resposta de Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16. 16 NVI). A mesma confissão pode ser vista nos demais evangelistas (Mc 8. 27; Lc 9. 18). Jesus promete a Pedro que sobre esta percepção edificará a sua Igreja e que nem mesmo a morte poderá triunfar sobre a mesma.
  3. Então Jesus disse: É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia (Lc 9. 22). Esta afirmação não foi entendida por Pedro, que se pôs a censurar Jesus. No contexto de Mateus e de Marcos, Jesus repreende a Pedro por meio das segintes palavras: Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens (Mt 16. 23 NVI).
  4. Em Lucas, Jesus aparece imediatamente fazendo a seguinte afirmação: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me (Lc 9. 23 NVI). Em outras palavras: Não estou aqui para poupar a minha vida, e quem quiser se preservar de sofrer não serve para ser o meu seguidor. SE QUISERMOS ENTENDER A TRANSFIGURAÇÃO, PRECISAMOS ENTENDER O SENTIDO DESTAS PALAVRAS.
  5. O discurso de Cristo encerra-se com três promessas, a de sua vinda, a da justa retribuição no momento da vinda de Cristo, e a de que alguns dos que ali estavam não veriam a morte antes de verem o Reino de Deus (Mt 16. 27, 28; Mc 8. 38; 9. 1; Lc 9. 26, 27).
Reiteramos que este contexto é de suma importância para que possamos entender o relato da transfiguração.
 
O relato da transfiguração
 
Após os fatos outrora narrados, Jesus sobe ao monte na companhia de três dos seus discípulos: Pedro, Tiago e João. Estes são os mesmos discípulos que os Evangelhos descrevem de forma inequívoca como sendo parte do círculo íntimo de Cristo. Eles estiveram com Cristo em seu momento de dor no Getsêmane (Mt 26. 37), por exemplo. No relato de lucas é acrescentado que a motivação de Cristo para subir ao monte com estes mesmos discípulos foi a de orar (Lc 9. 28). Para Mateus Jesus simplesmente se transfigurou (μετεμορφωθη) na presença dos discípulos. O termo em apreço vem do grego μεταμορφω (metamorfoo), do qual vem a nossa palavra Metamorfose. Esta é empregada por Mateus e por Marcos e no contexto teológico geral do Novo Testamento esta palavra denota a exposição do que há na essência do indivíduo. Em um conceito oposto ao empregado por Paulo para a expressão aparência (scheema - σχημα), que também pode ser moda, forma, maneira.
Lucas acrescenta que a transfiguração ocorreu no momento em que Cristo orava. και εγενετο εν τω προσευχεσθαι αυτον το ειδος του προσωπου αυτου ετερον, ou seja: Enquanto orava, a aparência de seu rosto se transformou (Lc 9. 29 NVI). Lucas evita empregar o termo μετεμορφωθη, por ser a palavra usada pelos gregos para descrever as transformações que os deuses da época faziam para visitar o nosso mundo. Nestas os deuses se manifestavam em figuras menores em dignidade, ao passo que com Jesus ocorreu o contrário, Ele revelou sua forma excelente. Daí a preferência deste evangelista pelos termos εγενετο (egeneto) e ετερον (heteron), que indicam que ele assumiu uma forma diferente da que tinha. Em outras palavras, o rosto de Jesus se tornou outro, e isto ocorreu durante o período da oração.
Lucas prossegue narrando que dois homens começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias. E o tema da conversa era sobre a partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém (Lc 9. 30, 31 NVI). Mateus e Marcos apenas afirmam que Moisés e Elias estavam conversando com Jesus, ao passo que Lucas afirma que o tema da conversa eram fatos referentes ao sofrimento de Cristo. Quando olhamos para a vida de Elias e para o contexto no qual o mesmo se encontra inserido perebemos o quanto a mesma tinha relação com a de Cristo. Falaremos mais na seção abaixo.

Elias no contexto do relato da transfiguração

Quando olhamos para o contexto da transfiguração percebemos que ao perguntar aos seus discípulos a respeito da percepção que o povo tinha da pessoa de Jesus, o mesmo recebeu como resposta uma comparação com Elias e com outros profetas. Lucas e Marcos omitem da lista apenas Jeremias. O que se pode perceber desta enquete é que à vista do povo Jesus era um profeta (prophetoon - προφητων). A abundância de sinais em seu ministério talvez tenha levado o povo a compará-lo com Elias e a pregação de arrependimento à João Batista.
Mas Pedro teve uma percepção que apenas o Pai pode produzir, a certeza de que Jesus era χριστος ο υιος του θεου του ζωντος (Cristos hious tou Theou zoontos), o Cristo, Filho do Deus Vivo (Mt 16. 16). O termo χριστος (Cristo) equivale ao termo hebraico ־מְשִׁ֥יחַ  (Ha Mashia), indicando que as perspectivas bíblicas a respeito do Messias estavam se cumprindo na pessoa de Cristo. Esta percepção de Pedro, que lhe foi dada pelo próprio Deus, uma vez que apenas este pode revelar quem é o Filho, abriu o caminho para que se entendesse que Cristo era muito superior aos profetas.
Se Elias foi um porta voz de Deus em um momento de grave turbulência espiritual, Jesus foi a própria palavra encarnada. A visão de Elias e de Moisés falando dos sofrimentos de Cristo no Monte da Transfiguração aponta para a verdade de que os sofrimentos de Cristo foram preditos pela lei e pelos profetas. Infelizmente, somente após a ressurreição, os apóstolos vieram a entender tais palavras.
Os discípulos então perguntam a respeito das profecias referentes a uma nova vinda de Elias, ao que Jesus responde que este já tinha vindo, e que haviam feito de tudo com ele, e da mesma forma fariam com o Filho do homem. Aqui se faz necessário explicar que em nenhum momento se está falando de reencarnação, ou algo parecido. Primeiro, a antropologia bíblica é diferente da assumida pelos idealizadores da doutrina espírita. Segundo, o foco em todo o texto é a identidade de Jesus e os sofrimentos que ele terá de passar para concretizar a primeira etapa de sua obra. Ao ser perguntado se era Elias, o próprio João disse que não (Jo 1.23 - 27), dando a entender que sei papel se resumia a ser um precursor de Jesus. Quando Cristo afirma que ele, João, é o Elias que havia de vir (Mt 11. 14; 17. 10 - 12), o fez tendo em vista afirmar que nele estavam sendo cumpridas todas as expectativas criadas pelos profetas. Este é o foco do texto. Por último, nada no texto sugere a doutrina da reencarnação.

Conclusões

O texto da transfiguração foi inspirado pelo Espírito Santo aos três evangelistas sinóticos, a fim de que entendêssemos que os sofrimentos de Cristo foram vividos por Elias e Moisés, e desta forma a vida dos mesmos apontou para a de Cristo. Nada no texto, ou contexto sugere a doutrina da encarnação. A lei e os profetas profetizam a respeito de Cristo, quando este veio, a referência passou a ser o Filho amado. Que possamos ouvir a sua voz.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Escatologia do terror, de João a Nostradamus


Desde criança ouço as mais variadas teses apocalípticas a respeito da identidade da besta e do anticristo, e de como serão os últimos dias da Igreja de Cristo na terra. Me habituei desde cedo a ouvir contas com o nome do Papa João Paulo II, e de como as somas das letras em algarismo romano resultavam no número da Besta. No ápice desta febre apocalíptica, que na época era embalada pelo ambiente da guerra fria, cheguei a sonhar com a lua de transformando em sangue, o sol escurecendo, enfim todo aquele quadro descrito no Apocalipse na  abertura dos selos. Foi quando entrei em contato com a teologia pré tribulacionista. Esta trazia como consolo a idéia de que no momento em que os fatos me faziam ter pesadelos ocorressem a Igreja não estaria mais na terra. Mas o desconforto e o terror permaneciam. A diferença estava no fato de que enquanto a terra e os seus moradores se danavam, nós, os crentes, os fiéis estaríamos no bem bom, lá no céu.

Aí, eu cresci, Jesus me batizou com o Espírito Santo e com fogo, aos doze anos de idade. E o fogo do batismo me deu uma baita sede de água, água da Palavra, e não era qualquer logia, mas unicamente a PALAVRA DE DEUS. Resultado acabei conhecendo um pouco mais a Bíblia. Naquela época não tínhamos o facebook, o orkut e outras redes sociais para nos entreter e levei o Sl 1. 2 á sério. Resultado, acabei conhecendo um pouco mais do que a Bíblia realmente diz, e aprendendo a discernir entre o que é dito nas Escrituras e o que os homens  e Teologia dizem. Parafraseando Paulo, cresci e deixei as coisas de menino. Dali para a frente tomei um verdadeiro asco desta Teologia pré tribulacionista, dispensacionalista, especultiva, herética e antibíblica.

Vi Hitler, Sadam Husseim, João Paulo II e após a morte dele, até o príncipe Willian se transformarem em candidatos a Anti Cristo. O Iraque, país sempre explorado pelos Estados Unidos da América, se tornaram em potenciais Babilônias. Mas já era adulto e não acreditava mais na cuca, já tinha aprendido a lição. Qual? Aprendi que a Bíblia nem de longe insinua que o Papa, ou a Igreja romana sejam a besta, ou o Anticristo. Que toda esta tentativa de saber o futuro e os tempos que Pai reservou para si condenda por Cristo, mas permeia esta escatologia contemporânea, feita por teólogos que insistem que podem tratar a Bíblia como se fosse um livro de horóscopo encontrado em uma banca de jornal.

Fica aqui uma palavra de alerta. A última é uma tentativa de associar a renúncia do Papa Bento XVI com as profecias do Apocalipse, particularmente os capítulos treze e dezessete. Mas a Bíblia de forma alguma deve ser lida com esta perspectiva futurista. Tomemos mais à sério as palavras de Cristo, quando indagado por seus discípulos a respeito do tempo em que se daria a restauração do reino de Israel. Diante de tal indagação veio a resposta: Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade (At 1. 7 NVI).
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O legado de Elias



Em nossa última postagem a respeito de uma lição da Escola Bíblica Dominical, deixamos um Elias em um quadro, cujos sintomas eram similares ao da depressão. O tratamento que Deus ministra sobre a vida de Elias é a voz em meio a uma brisa suave e a missão de fazer sucessão. Uma das causas da depressão, do abatimento, ou do desânimo do servo de Deus, está no fato de que, a despeito da seca, da manifestação no Carmelo, da forte chuva que veio após o servo de Deus ter orado, o povo não abandonou o culto a Ba'al.
É com Jeú que tal culto será definitivamente erradicado em Israel, isto, de acordo com o relato do autor do livro dos Reis (II Rs 10. 28). No livro do profeta Oséias encontraremos o lamento de Deus pela idolatria de Israel. Ainda lá, Ba'al pode ser visto como concorrente do Senhor (Os 2. 8). Mas nesta lição focaremos o legado de Elias. Connvém-nos perguntar: o que é legado?
 
O que significa o termo legado?

Dentre os significados que o dicionáro eletrônico Michaellis apresenta, temos:
  1. Disposição, a título gracioso, por via da qual uma pessoa confia a outra, em testamento, um determinado benefício, de natureza patrimonial; doação "causa-mortis".
  2. Parte da herança deixada pelo testador a quem não seja herdeiro por disposição testamentária nem fideicomissário.
  3. No sentido cultural do termo: língua, costumes e tradições, que passam de uma a outra geração.
  4. Que, ou o que é encarregado de qualquer missão diplomática.
O que entendemos das definições é que legado é o mesmo que herança. Ao falarmos do legado de Elias, temos de nos perguntar pela herança que ele deixou. outra pergunta incômoda: quais foram os bens deixados por Elias, e quem foi seu herdeiro? Se atentarmos bem para nas narrativas que abordam a vida de Elias veremos que o texto não faz menção a nada do que conhecemos como bem material, casa, dinheiro, riquezas, bois, animais, etc. Que herança Elias teria deixado?
Responder estas incômodas perguntas é de suma importância para que venhamos a entender o significadode um legado de Elias. Como um homem que ao ser arrebatado deixou somente uma capa ao seu discípulo pode ter deixado um legado em Israel?

O legado de Elias
 
Elias deixou o Espirito profético para a vida de Eliseu. Se atentarmos bem veremos que o ministério de ambos é bem parecido. Os dois realizaram milagres de controle sobre as águas, ambos assitiram e foram ajudados, ou socorridos por mulheres, ressuscitaram mortos, abençoaram a vida de gentios, foram perseguidos por reis cruéis. 
O chamado de Eliseu, conforme vemos no texto da lição apresente uma séria polêmica. Por quais motivos Deus escolheu Eliseu, ao invés de alguém do colegiado profético? Quando focamos o texto de II Rs 2. 1 - 10, percebemos que os discípulos dos profetas sabiam que Deus tomaria Elias diante de Eliseu. Estes discípulos eram homens que  faziam parte de uma antiga escola, cuja finalidade era a formação de profetas. O modo com o qual Deus indica Eliseu, ao invés de um discípulo, ou do servo de Elias, nos mostra que Deus é livre em sua escolha. Pela lógica humana, o herdeiro jamais teria sido Eliseu, mas Deus assim o quis.
Por último, Eliseu é encarregado de cumprir a missão de Elias. A ele caberá o papel de resistir os maus reis de Israel, entregar palavras proféticas, realizar os sinais que comprovam que o verdadeiro Deus é o Deus de Israel. Eliseu recebe de elias uma ordem, um encargo, o dever de levar adiante a missão que lhe foi outorgada.
Em termos culturais, o legado de Elias se vê na Teologia dos profetas. Ao contrário do que se vê nos Salmos, nos quais alguns autores adimitem a existência de outros deuses (Sl 82. 1; 86. 5; 95. 3), os profetas afirma que os deuses das nações são meros ídolos. Isaías afirma, que ao contrário do Deus de Israel, eles não podem revelar o futuro (Is 41. 23), e Jeremias pergunta: pode o homem mortal fazer os seus próprios deuses? ao que ele mesmo responde: Sim, mas estes não seriam deuses! (Jr 16. 20 NVI).
É verdade que ainda nos Salmos temos algumas declarações a respeito da nulidade dos ídolos. Um exemplo é este clássico: Os ídolos das nações não passam de prata e ouro, feitos por mãos humanas. Têm boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; têm ouvidos, mas não podem escutar, nem há respiração em sua boca. Tornem-se como eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam (Sl 135. 15 - 18 NVI). Mas ao observamos o contexto amplo do mesmo veremos que ainda se consideram as demais divindades. De forma que o mesmo salmista afirma: Na verdade, sei que o Senhor é grande, que o nosso Soberano é maior do que todos os deuses (Sl 135. 5 NVI). Mas é nos profetas que vemos este grito de que apenas Deus é Deus.
A verdade que não foi dita de coração no momento em que o povo de Israel viu que pelo clamor de Elias desceu fogo do céu, é afirmada de forma viceral em Israel pela boca dos profetas (Is 41. 24, 29; Jr 2. 11; 5. 7; 16. 20). E não temos como negar que este é um legado de Elias, aquele que no seu próprio nome já afirma quem é o Deus verdadeiro.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Santificação e santidade

 

Muito pouco se fala em santificação, e em santidade nos dias atuais. Daí a tendência de que o assunto provoque um certo tabu. A tendência é que em função da graça estar em alta nas produções literárias do mundo gospel, algumas pessoas verem ambas como opostas entre si. Mas vamos ver o que este termos significam.
1) Santidade. Em nossa língua estado, ou ou qualidade de santo. No Novo Testamento as palavras empregadas para o termo são: a) οσιοτητι, cujo sentido é o de santidade, devoção e cuidadosa observância dos mandamentos de Deus. Aparece com esta conotação no cântico de Isabel, e em Paulo. Resgatar-nos da mão dos nossos inimigos para servi-lo sem medo, em santidade (οσιοτητι) e justiça, diante dele todos os nossos dias (Lc 1. 74, 75 NVI). Paulo afirma que Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade (οσιοτητι) provenientes da verdade (Ef 4. 22 - 24 NVI). SANTIDADE É UM ESTADO.
b) αγιασμω. Geralmente empregado para santificação, somente a Nova Versão internacional traduz como santidade. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade (I Ts 4. 7 NVI).
c) αγιοτητος. Tem em um único texto do NT o sentido de pureza, de santidade de vida. Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade (Hb 12. 10 NVI).
d) Ainda com o mesmo sentido que o verbete anterior, temos o termo αγιωσυνη. Paulo ora pelos crentes de Tessalônica pedindo: Que o Senhor faça crescer e transbordar o amor que vocês têm uns para com os outros e para com todos, a exemplo do nosso amor por vocês. Que ele fortaleça os seus corações para serem irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos (I Ts 3. 12, 13 NVI). Agora precisamos atentar para outro termo, santificação.
2) Santificação é o ato, ou efeito de santificar. Também pode ser a tendência do  à vida de perfeição evangélica. Neste sentido, o crente que busca a perfeição do Evangelho, é santo. Santificação é um processo. A palavra do Novo Testamento para traduzir tal processo é: αγιασμω, de sorte que Paulo a emprega a fim de exortar os crentes de Tessalônica à santidade. Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação (I Ts 4. 4, 7 ARCF).  Sendo que, conforme vimos acima αγιασμω também pode ser traduzida por santidade. Uma breve consideração a respeito dos textos citados nos leva às seguintes conclusões:
Enquanto estado a santidade engloba a separação para o uso exclusivo do Senhor.
Para que tal ocorra, necessário se faz com que sejamos libertos por Deus. Esta verdade foi compreendida por Zacarias e ele a expressou em seu cântico. Notemos ainda que neste mesmo texto poético aparecem os verbos σωτηριαν, e ρυσθεντας, cujo sentido é respectivamente o de salvar e libertar.
Uma das dimensões de nossa salvação é a liberdade do poder do pecado, a fim de que possamos sim, produzir o fruto para a santificação, cujo fim, ou objetivo, do grego τελος, é a vida eterna. Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna (Rm 6. 22 NVI).
É exclusivamente a partir de uma perspectiva da ação libertadora de Deus, que temos a realidade da santificação, e da santidade concretizadas em nossa vida. Todavia, há o papel humano. Paulo pede aos crentes de Roma: Assim como vocês ofereceram os membros dos seus corpos em escravidão à impureza e à maldade que leva à maldade, ofereçam-nos agora em escravidão à justiça que leva à santidade (Rm 6. 19 ARC).

Em Cristo Jesus, Pr Marcelo Medeiros.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Bento XVI renuncia e só agora resolvi escrever.


Estava com meus amigos em Maricá quando o jornal Hoje anunciou a mais nova bomba do mundo Religioso: a renúncia de vossa santidade, o Papa Bento XVI. A desculpa da saúde debilitada e da incapacidade de permanecer no ministério de Pedro foi recebida de forma bem controversa. De um lado os que viram na atitude do então papa, uma atitude de coragem de humanidade, do outro os que criticam a sua saída e imediatamente o comparam com o seu antecessor, o Papa Pop João Paulo II. Há quem chegue a dizer que com tal atitude Joseph Ratzinger relembrou o espírito do evangelho de Cristo em sua pureza cristalina, uma vez que em faltando o vigor, a saúde, por que não darmos a vez aos mais jovens.
Agora precisamos refletir sobre esta saída "inesperada". Creio que a eleição de Joseph Ratzinger ao sumo pontificado foi um tiro no pé que a Igreja  católica deu. Quando ele foi escolhido no conclave me perguntei: o que eles pretendem? Logo imaginei a abertura promovida pelo então João Paulo II indo pelo ralo, afinal, até no retorno da missa em latim ouvimos falar.
Dizem as más línguas que ele se emendou e que passou a dialogar com os diversos seguimento religiosos. Neste aspecto a surpresa não foi tão grande uma vez que é isto mesmo o que se espera de um teólogo da grandeza de  Joseph Ratzinger. Sua postura diante da defesa contra a ideologia sexista do homossexualismo foi pertinente ao momento. Mas ao que parece a Igreja está cada vez mais dividida, e administrar esta caldeirão demanda muito mais do que conhecimento teológico, demanda habilidades que nunca vi sendo atribuídas ao papa em questão. O que nos resta é orar para que a Igreja em questão acerte na escolha do novo papa.
 
P.S. Se você sentiu a falta de quaisquer comentários relacionando a figura papal com a Besta do Apocalipse, isto se  deu em razão de que há muito tempo não creio que haja a mínima conexão entre ambas. Já vi de tudo desta escatologia especulativa e honestamente me cansei.
 
Em Cristo Pr Marcelo Medeiros

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Essa deu o que falar, e ainda vai render muito

Polêmica na escola motivou ida de representantes de Fórum,OAB e MPE

Trata-se do mais novo buxixo na internet,  matéria que fala de um suposto caso de intolerância, por parte de alunos evangélicos. Ao que tudo nos indica eles se recusaram a fazer um trabalho sobre cultura e religião afro, e como justificativa apresentaram que o trabalho era uma forma de apologia ao satanismo e ao homossexualismo. Digo suposto, porque não temos em oda a matéria uma fala consistente por parte dos alunos supra citados, tudo o que temos é o olhar do jornalista.

A dúvida que fica é a respeito da ligação entre cultura afro e homossexualismo. Sim, porque a confusão tem sido criada de ambos os lados, tanto por parte de pastores despreparados, quanto por parte dos defensores da cartilha do politicamente correto que atrelam o homossexualismo à diversidade étnica e religiosa.

Vivi a experiência na época em que cursava Pedagogia na UNESA, e tenho vivido novamente a mesma experiência no Curso de pós graduação em Ensino Religioso no IAVM - UCAM. Me lembro de ter entrevistado apenas nos três primeiros módulos pessoas de vários seguimentos dos cultos afro e do espiritismo. Ao todo são dois candomblecistas, três kardecistas e três católicos. Fiz todas estas pesquisas motivado pela necessidade de completar o curso, mas também pela necessidade de diálogo com estas linhas. Aprendi com o maravilhoso Bispo anglicano Jonh Stott, que não há possibilidade de sermos ouvidos em nossa pregação, se não soubermos ouvir e captar, em meio ao diálogo o anseio das pessoas. Somente deste modo podemos mostrar às pessoas a relevância da mensagem cristã, de outra forma, sempre seremos tachados como retrógrados, fundamentalistas, intolerantes, e coisas afins.

Agora vamos imaginar uma situação hipotética. Suponhamos que os professores tenham trabalhado o conteúdo de forma genérica, superficial e ideológica; que eles não tenham tentado, de fato, trabalhar a tolerância, mas transmitir uma ideologia, e que por este motivo os alunos tenham entendido que estavam em meio a um processo proselitista, ao invés de escolar, ainda assim, os alunos perderam a oportunidade de estabelecer diálogo com a questão. Falta de preparo e de capacidade de diálogo dos alunos, falta de preparo dos pastores, falta de preparo docente. Não consigo acreditar, que se os professores tivessem argumentado com base no que versam os nossos PCN's,sobre a questão da diversidade e da cidadania, eles não teriam sido ouvidos pelos evangélicos.

Já defendi neste espaço a necessidade de sermos tolerantes. Não quero dizer com isto que de agora em diante iremos aquiescer com tudo o que as pessoas dizem, mas que ao menos teremos de ouvir as mesmas. E não se trata de ouvir de forma técnica, mas de ouvir com a mente e com o coração, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Pr Marcelo Medeiros.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CFP versus $ila$ Malafaia



Depois de um duro embate contra Marília Gabriela, no programa de frente com Gabi, exibido no SBT, Silas Malafaia terá um duro embate com o conselho de psicologia. Aliás alguém por lá poderia ter tido a idéia inteligente de que a sigla CFP é no mínimo dúbia. Mais dúbia ainda são as razões apresentadas pelo conselho para repudiar as idéias defendidas pelo pastor. Em momento algum Silas incitou ódio aos gays, lésbicas e afins. Quando ele expôs as razões de ser contrário às práticas homoafetivas lançou mãos dos recursos que tinha em mão para tal e só. Foi a entrevistadora que apelou. Me lembro claramente desta frase: Silas, mas você é uma pessoa esclarecida, será que alguém que ao ouvir o seu discurso não se sentiria motivado à práticas de ódio contra estes grupos", ao que Silas prontamente respondeu: "então teremos de rever toda programação televisiva, visto que pode influenciar alguma prática violenta (paráfrase nossa).
Outra questão é o posicionamento político claramente visto no texto que traz a notícia, veja: http://site.cfp.org.br/cfp-se-posiciona-contrariamente-declaracoes-do-pastor-silas-malafaia/. Eles usam de um artifício filosófico sujo, ao associar as colocações do pastor com a atitude de cerceamento de direitos. Em momento algum da entrevista foi falado pelo pastor que "os homossexuais não possem direitos, pelo contrário, o líder evangélico tentou mostrar textos da lei que cerceiam direitos constitucionais, tais como a liberdade de expressão e o livre direito à crítica. O problema é que desde que a lei da criminalização da homofobia começou a ser discutida, toda atitude de crítica ao comportamento homossexual passou a ser vista como crime hediondo. Até parece que heterossexuais não são criticados, que não passam por conflitos, e os velhos, que chegam a passar por depressões por falta de compreensão por parte da sociedade com relação às necessidades mais básicas? Eles também são vítimas de preconceito, nem sequer podem manifestar desejos humanos básicos, reitero, que logo são recriminados, como se após certa idade deixássemos de ser humano.
Em Psicologia tal problema é claramente conhecido como depressão cenil. Agora, uma pergunta: o leitor alguma vez viu uma parada da terceira idade? Será que o governo tão interessado no dinheiro dos gays, ao ponto de promover a cidade do Rio como paraíso gay, levantaria esta bandeira? Enquanto isto tente se perguntar por quais motivos não há tamanho estardalhaço com relação aos velhos.
Outra questão porque os homossexuais devem ser protegidos de toda e qualquer crítica? Antes de responder o lugar comum de que a crítica à prática homossexual incentiva crimes de ódio contra os grupos homoafetivos, pense que da mesma forma a crítica à religião pode incentivar crimes contra religiosos, nem políticos corruptos poderão ser criticados.
Uma outra questão a ser colocada aqui é que muitos antes de ir ao programa da Marília Gabriela, Silas já tinha se manifestado em uma audiência no Senado a respeito da resolução do CFP (ô sigla dúbia!). Nesta ocasião ele foi interrompido várias vezes, e fizeram associações entre a postura dele, as idéias por ele defendidas, e um símbolo nazista (tal é um estratagema desonesto, visto que ao contrário do nazifacismo, Silas não defende uma raça pura, nem persegue ciganos, e dentro do círculo evangélico tem demonstrado, cada vez mais uma postura eclética, os interesses não serão tratados aqui).
A posição do conselho nada tem de científica, ou psicológica, mas de política e cultural, isto fica claro no texto que pode ser acessado no link. Nada contra a luta por maiores direitos, afinal, isto é cidadania, o problema é quando a afirmação destes direitos se dá ás expensas dos direitos de outros, e quando se joga da forma desonesta e falaciosa que vemos. Nem Tim Maia com o seu vale tudo, visto que para ele nõ valia dançar homem com homem, e nem mulher com mulher. Creio que esta música será considerada homofóbica.
Apenas mais um detalhe, não ganho nada para defender Malafaia, e discordo tenazmente da Teologia da Prosperidade por ele defendida. não perco o meu tempo vendo os seus programas, exceto quando pressinto que a mensagem será muito boa, mas tenho asco semelhante em relação ao ASQUEROSO POLITICAMENTE CORRETO. Isto, como afirmou Pondé, é uma praga que tem virado pandemia. O apelo ao consenso, à hipocrisia (que curiosamente condenam nos discursos evangélicos e em Silas Malafaia), a hegemonização político partidária, é pior do que a comida que o capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite, dá aos recrutas do curso. Abraços fraternos em Cristo.
 
Pr Marcelo Medeiros.

Os fatos são simplesmente aceitos

 
 
Esta é a frase proferida ao final de um vídeo postado por um biólogo mestre em genética e que segundo afirmações do próprio cursa doutorado na área pela Universidade de Cambrige, Reino Unido. Minha sincera opinião sobre o assunto é a de que a despeito da formação que o estudioso alega ter, ele é desonesto no que tange ao uso de estratagemas duvidosos.
Ele alega ter autoridade e embora não afirme explicitamente, deixa implícito que Silas Malafaia não pode discutir genética, nem fazer afirmações sobre temas da área dele.
Ao discutir a questão do comportamento ele não refuta claramente a Fala de Silas Malafaia, apenas acrescenta outras informações. Exemplo o comportamento dos bebês que começa com atitudes simples e vai até gestos e atitudes mais complexos. ATÉ AQUI NÃO VEJO A MÍNIMA REFUTAÇÃO AO QUE FORA DITO POR SILAS MALAFAIA, Exceto o fato de que este acrescenta o comportamento homossexual.
Os estudos que o genenticista referenda para afirmar que a genética influencia na orientação sexual, não são conclusivos a respeito do assunto. E ele se enrola mais ainda quando tenta refutar as afirmações do Pastor a respeito da inexistência de ordem cromossômica gay. O exemplo que ele mesmo dá em comparação com os demais animais é pífio e mostra exatamente o contrário do que ele se propôs afirmar. MESMO ENTRE OS ANIMAIS DE ORDEM DIFERENTE OS COROMSSOMOS DOS MACHOS SE DISTINGUEM DOS DAS FÊMEAS. E é isto que tem de ser frisado.
A respeito dos estudos que tentam mapear o cérebro humano para a partir de então estabelecer diferenças entre os cérebros dos héterossexuais e dos homossexuais. Dois problemas precisam serem considerados, primeiro e qualquer duferença é mera adaptação do organismo durante a vida (ou seja se o comportamento interfere), segundo, quais são as excessões, e se elas interferem na conclusão dos estudos. ISTO É METODOLOGIA CIENTÍFICA.
Mesmo quando ele aborda a questão dos elementos bioquímicos que interferem no comportamento, ele tende a frisar a questão da cultura. Mas o que é cultura? É o conjunto das estruturas sociais, religiosas etc., das manifestações intelectuais, artísticas etc., que caracteriza uma sociedade.Esta é a definição do pai dos burros.
A última cartada dele é uma tentativa de afirmar que as colocações do pastor são puramente morais. Quando na verdade o que ele tenta sim é dar uma lição de moral sim. Outro erro é quando ele afirma que se prende exclusivamente aos fatos. Sim, ele na verdade ignora os fatos, ao omitir, não sei se intencionalmente, ou não, que as pesquisas as quais referenda são INCONCLUSIVAS.
Uma outra questão é a discussão a respeito da interação entre o que é biológico e o que é comportamental. Aqui o debate deixa de ser biológico e passa a ser filosófico, e creio que neste ponto não houve decisão por parte da Filosofia em estabelecer quem  tem precedência sobre quem (se os elementos biológicos, ou comportamentais). Daí a decisão nada ter de científica.

Pr Marcelo Medeiros.  
 
 
 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

$ila$ De frente com a GABi



Assisti ontem uma das maiores performances do Pr $ilas Malafaia no programa de frente com a Gabi, exibido no SBT. Já fui um um admirador do mesmo e sempre vi nele um excelente debatedor. Ultimamente tenho discordado de sua Teologia de Sementes, ou da prosperidade,  bem como de sua política expansionista, mas tenho de admirá-lo cada vez mais no que toca à defesa dos costumes, da família e da moral. Ultimamente ele foi alvo de uma matéria, que pareceu ser totalmente destituída de fundamento, uma verdadeira fábula jornalística. Um repórter da forbes afirmou que ele era uma das maiores fortunas evangélicas aqui no Brasil. Já expressei nestes espaço a minha opinião. Não entendo que o enriquecimento seja compatível com o "espírito do Evangelho", mas quem disse que a pobreza o é?
Assim que vi a entrevista pode ler nas entrelinhas uma outra questão. Silas é alvo de uma profunda controvérsia nos debates com os defensores LGBT, e é bem provável que a polêmica em torno de uma provável fortuna (que de acordo com o próprio Silas, somente a receita, mediante ordem judicial, poderia fornecer), seria o pé necessário para que os heterofobistas o atacassem e desmoralizassem a causa evangélica. Mas o Pr Silas Malafaia respondeu muito bem a questão.
Uma questão que ele deixou claro, e muito claro, foi que nem todos enriquecem, e a maioria dos pastores não possuem uma renda maior do que cinco salários. Eu por exemplo, sou pastor e tenho de trabalhar para me manter. Foi neste momento que me perguntei: "por que a Marília não entrevista estes pastores, que a despeito da precaridade fazem um relevante trabalho".Eu vou arriscar a resposta. 1) Não dá ibope, 2) Não é o interesse de nossa mídia mostrar tal faceta dos evangélicos. Resumindo, se Silas enriqueceu, temos de admitir que ele é um dos pastores que mais investe em formação de obreiros. A apresentadora tentou levantar a questão da ortodoxia, e alguns amigos meus me questionaram a respeito do contra ponto entre o exemplo de Jesus e o dos pastores atuais. Meu problema, e creio que tenha sido o mesmo com Jesus, nunca foi com a riqueza, mas com o uso que se faz da mesma. Se a riqueza serve para abençoar a muitos tudo bem.
Outro ponto favorável foi a firma defesa de Silas contra a agenda gay. O mais curioso é este apelo exagerado que se faz ao exemplo de casos de homossexualidade entre animais, e a apresentadora fez uso deste expediente. Eu gostaria de perguntar: "o exemplo dos animais é padrão?", "e os casos de incesto que existem entre os mesmos, também deverão serem adotados?". Outra questão a ser esclarecida é a diferença entre a homossexualidade (condição do homossexual) e homossexualismo (ideologia sexista). Mas o Pastor foi bem sucedido em provar que ninguém nasce biologicamente determinado à homo afetividade.
Me despeço parabenizando o Pr Silas por mais uma vez ter representado muito bem os evangélicos.
 
Pr Marcelo Medeiros, em Cristo.
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

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Vi esta foto com este dizer no facebook, e como sempre ocorre, tive vontade de comentar. Quero propor uma reflexão a partir dos termos envolvidos na frase. Comecemos por amor. É um verbete cujo sentido é sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso; grande afeição de uma a outra pessoa de sexo contrário; afeição, grande amizade, ligação espiritual, pessoa que possa ser objeto dessa afeição, benevolência, carinho, simpatia. Gosto muito desta definição: sentimento que faz alguém querer o bem de outrem ou de alguma coisa.
Não sou fã do pensamento que divide o amor em eros, philia, agape etc... Entendo que tal divisão é puramente didática e irreal na prática. Guardadas as devidas proporções, o amor que se preze tem de ter uma dosagem dos elementos acima expostos, inclusive de paixão, uma vez que a Bíblia diz: O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Co 13. 4 - 7 NVI). 
Já paixão, é um sentimento forte, como o amor, o ódio, um movimento impetuoso da alma para o bem ou para o mal. Ou seja, é ímpeto, impulso. C.S. Lewis descreve este sentimento como um turpor, um arrebatamento de sentidos, um misto de alegria e dor (Os 4 amores), mas afirma que é vã toda a tentativa de se manter este sentimento por toda a vida. Até porque é impossível se manter apaixonado por toda uma vida.
Um dos grandes erros que o diabo conseguiu imprimir em nossa civilização, prossegue o autor, é a idéia de que o casamento se justifica somente quando os que o contraem o fazem motivados pela paixão. Este erro faz com que outros elementos, tais como: companheirismo, amizade, fidelidade, e coisas como estas que de fato caraterizam um casamento, se tornem banais diante da paixão. Para a nossa geração, o que vale é estar apaixonado.
Este mesmo tipo de sentimento torna homens e mulheres mais suscetíveis aos erros quanto à escolha do futuro cônjuge. Sem se perceberem homens e mulheres podem estar presos em um verdadeiro inferno astral porque orientaram suas escolhas pela paixão, ao invés de escolherem sabiamente os mesmos. A verdadeira paixão está neste trecho do hino que Paulo escreveu, ou transcreveu em sua carta aos coríntios: O amor é paciente, o amor é bondoso. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Co 13. 4 - 7 NVI). Isto é estar apaixonado como somente os santos e mártires sabem ser, porque sabem o que é renunciar, o que é considerar algo superior aos seus próprios desejos. Que saibamos amar com esta intensidade.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.

Read more: http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=amor#ixzz2JhCTAg6d
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