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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Quiproquó do Enem (parte Um)


A canção Yaô feita em parceria por Pixinguinha e Gastão Vianna deu o que falar nas redes sociais. Ela foi tema de uma das questões do Enem. Até aí nada a ver. Como assim Pastor? Sem entrar no mérito da legitimidade, ou ilegitimidade dos meios que o Estado vem empregando para tornar a cultura afro mais popular e aceita, creio que nós cristãos devemos de estar mais preparados para dialogar e entender os motivos dos outros. Fato é que nas universidades teremos de lidar com questões como a proposta pelo Enem, e no lugar de estarmos preocupados com doutrinação anticristã, precisamos estar preparados para responder a quem nos pedir razão da Espernaça que há em nós. 

Mas afinal onde está o problema? No revanchismo perceptível em alguns militantes da causa diria eu. Dúvida? Leia o enunciado desta postagem no facebook. Teve que lê sobre Orixá no enem. A cultura Afro taí, vai ser cada vez mais valorizada! Diante do que pergunto sera?! Não dirijo minha crítica ao ENEM e aos organizadores da questão em si, muito menos à cultura afro, mas ao dono da página e sua forma limítrofe de ver. Me explico nas linhas abaixo. 

Em primeiro lugar cultura negra, ou afro se preferir, não se limita a orixás, ou ao nome deles. Segundo é possivel acertar a questão do ENEM e ainda assim não saber o significado de nenhum destes orixás para a cultura. Terceiro a cultura negra se faz presente em produções culturais tais como o Chôro, o samba, o reagge, e que foram e tem sido apropriadas, na verdade dissociadas dos negros. Quarto revanchismos como o do autor do post em nada contribuem para que se alargue a visão a respeito da cultura afro. Quinto desconfio de toda e qualquer política, ou discurso afirmativo a maioria acaba sendo reducionista e as razões já expûs acima. 

Por último, a cultura afro também se faz presente no estudo da história de reinos e civilizações de grande influência tal como Egito, Etiópia e Sabá, sendo este último uma cultura matriarcal, onde a autoridade do reino era passada de mulher para mulher. Mas creio que este tipo de estudo não interesse muito, afinal, ele retiraria parte do estigma que se tem em relação à cultura afro. É mais interessante alimentar revanchismos entre evangélicos e candamblecistas. 

Marcelo Medeiros. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Como Você Gostaria de Ser Lembrado Após a Sua Morte?




Recentemente me fizeram esta pergunta. Como Você Gostaria de Ser Lembrado Após a Sua Morte? Como uma pessoa polêmica, ou legal, educada? Minha sincera opinião é de que não posso contar com a opinião das pessoas para pautar minha conduta, antes devo me conduzir pela minha consciência.

Voltanto a pergunta Deus do céu! Como este tipo de pergunta tosca me faz sofrer. Confesso que fiquei muito embaraçado em responder. Não porque não tivesse uma resposta, mas por causa do nível cultural, filosófico e bíblico da pessoa. Busquei não ferir a mesma. (Não se engane, um dos fardos de ser uma pessoa que tenha leitura básica, e com o mínimo de senso crítico, é o risco de ser constantemente interpretado pelos outros como alguém arrogante, e com isto ferir o ego do outro). Mas aqui neste espaço me sinto livre, não para ferir, mas para expor a minha opinião, que não é nada pessoal, mas bíblico e filosófico.

Minha percepção é que a natureza dos homens, em virtude da queda, é de maneira tal que na verdade pouco se importam com que as demais pessoas realmente pensam deles. O problema se dá quando o pensamento se torna público (é o caso, por exemplo da pessoa que me fez esta pergunta). É isto que faz com que um chefe, ou qualquer pessoa que julgue ter um poder, em função da posição que ocupa, oprima deliberadamente, ou pratique injustiças com o seu subordinado, por exemplo. A única coisa que o para é a força da opinião dos demais.

Uma leitura básica nos escritos de Shoppenhauer, Pascal, Montaigne é reveladora com relação a isto. Para Pascal é o amor próprio que move os homens a construírem uma imagem pública nada condizente com aquilo que de fato são. E pior, quanto menos são, mais buscam parecer ser e ser vistos como exatamente aquilo que nem de longe o são. Pior, exigem que os demais o sejam. Em nossa sociedade isto é usualmente chamado de hipocrisia. Sua fonte: a escravidão natural dos homens em relação à opinião alheia.

Shoppenhauer tem sido meu companheiro de horas de solidão. Com ele tenho aprendido algo do qual sempre desconfiei. Quanto mais se estuda, mais estranho o ser humano tende a ser aos olhos dos demais homens. Sempre me senti um extra-terrestre, e sempre fui tachado das alcunhas mais estranhas possíveis. Coisas que nos ensinam a não dar a mínima para a opinião alheia.

Indo nas fontes da tradição católica (Padre Antônio Vieira), percebo em seu segundo sermão do Advento que aqueles que se humilham e penitenciam de seus pecados são imunizados da tirania da opinião alheia. O julgamento dos homens, diz Vieira condena Cristo, João Batista e acrescento: Estevão. Já o julgamento de Deus absolve Davi, e o ladrão da cruz. Daí que mais importante não é o que os homens pensam de mim neste vida e muito menos após minha morte, mas o que Deus pensa.

Indo as fontes bíblicas (não que Vieira não tivesse sido bíblico nas suas asseverações), percebo que o questinamento faz menos sentido ainda. Primeiro, o mundo decididamente não é justo. Homens como Jesus e Paulo foram tidos como escória deste mundo. Segundo para quem morre como ladrão da cruz e vai para o céu, pouco importa o mau conceito dos homens, o mesmo pode ser dito de alguém que é altamente conceituado, mas que ouve de Deus apartai-vos de mim, pois não vos conheço.

Não quero dizer com isto que não me preocupe em ser ético. Não! minhas decisões são tomadas com base na ação de pensar em como elas afetam outras pessoas. Mas quando se passa pela experiência de ser taxado de louco, ou passar por bullying pelo simples fato de artes, leitura, estudo, e assumir isto publicamente. Nada mais afeta tanto.

Há também aqueles casos em que ser crítico equivale a ser errado aí a opinião dos demais é mandada às favas. honestamente sempre odiei homenagens póstumas. As pessoas tem de serem reconhecidas em vida. Mas ao que parece este não é um hábito nosso. A mim serve de consolo que Deus não é injusto para se esquecer de nossas ações (Hb 6. 9). Cada vez mais desiludido com um mundo que paga aos ímpios como se fossem justos e trata os justos como se ímpios fossem, sigo com a esperança de que Deus dará a cada um segundo a suas obras.

Marcelo Medeiros. 

sábado, 17 de outubro de 2015

Relacionamentos em Ambiente de Trabalho



A lição de Escola Bíblica Dominical do corrente trimestre aborda a temática dos relacionamentos. Na presente o tema será sondado sob a perspectica do ambiente de trabalho. É perceptível que o autor da mesma assume a posição de que o trabalho em si não se constitui como maldição e castigo para o homem. Para fundamentar tal concepção ele recorre ao termo מְלַאכְתֹּ֖ו (mela'khto), que em Gn 2. 2 é traduzido por obra (me aprofundsarei nesta discussão no transcorrer do estudo). 

Há uma sinalização tímida de que os relacionamentos em ambiente de trabalho são complexos em viritude da dinâmica das relações contaminadas pelo pecado. Elas se manifestam nas variadas formas de exploração e de exercício de poder. Outros fatores são destacados por Mário Sérgio Cortella em seu livro Qual é a Tua Obra?

A PERCEPÇÃO CLÁSSICA DO TRABALHO

No mundo clássico havia duas concepções de trabalho. A primeira: a de que haviam atividades mais dignas e outras menos dignas. Assim, o trabalho mais braçal, servil, duro era feito pelos escravos, ou desafortunados, com a finalidade de garantir aos mais abastados o exercício da cidadania e de funções mais elevadas. Na grécia, os ociosos se ocupavam do exercício da cidadania, a saber: dos debates e das discussões na ágora, já os judeus se ocupavam da atividade da leitura e estudo da lei. Para Ben Sirac
A sabedoria do escriba se adquire em horas de lazer, e quem está livre de afazeres torna-se sábio. Como se tornará sábio aquele que maneja o arado, aquele cuja glória consiste em brandir o aguilhão, o que guia bois e o que não abadona o trabalho e cuja conversa é só sobre gado? O seu coração está preocupado com os sulcos que traça e as suas vigílias com as forragens das bezerras (Eclo 38. 24 - 26 Bíblia de Jerusalém). 
O saber em geral se adquire em horas de ócio! Esta é a grande verdade extraída deste texto. Em seguida Ben Sirac examina todas as demais profissões manuais e demonstra como o exercício das mesmas impede a dedicação ao estudo da lei. Por extensão pode-se entender que toda forma de estudo, ou de afazer criativo demanda ócio. 

Aqui preciso fazer uma observação: não se trata de afirmar categoricamente que quem trabalha não possa em hipótese alguma desenvolver habilidades cognitivas, mas que o desenvolvimento de ambas ficará prejudicado pela ausência de exclusividade. Neste aspecto Ben Sirc considera o escriba feliz, uma vez que:
Ele investiga a sabedoria de todos os antigos, ocupa-se das profecias. Conserva as narrações dos homens célebres, penetra nas sutilezas das parábolas. Investiga o sentido obscuro dos provérbios, deleita-se com o segredo das parábolas. Presta serviço no meio dos grandes e é visto diante dos que governam. Percorre países estrangeiros, faz experiência do bem e do mal entre os homens (Eclo 39. 1 - 4 Bíblia de Jerusalém). 
Este tabalho mais prazeroso é chamado de מַּעֲשֵׂ֙נוּ֙ (matseh), ou conforme dito acima de obra, é usualmente empregado para as obras de Deus. Aqui tem-se a segunda percepção clássica de trabalho, o de uma obra. Outro termo a ser considerado é מְלַאכְתֹּ֖ו (mela'khto), usado para a obra de Deus. Voltando a  מַּעֲשֵׂ֙נוּ֙ (matseh), este termo faz referências às obras de arte do santuário (Ex 27. 16; 28. 11, 14, 15, 22, 32; 30. 25, 35; 38. 18; 39. 15, 22, 27, 29). Neste post faço um estudo mais apurado dos termos bíblicos que envolvem trabalho. 

O TRABALHO NA SOCIEDADE INDUSTRIAL

Para Salomão Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e contudo nunca se satisfaz o seu apetite (Ec 6. 7 ACF). O termo empregado aqui é עָמָֽל ('amal), cujo sentido pode ser o mesmo esforço fatigante, tormento, mágoa, aflição; podendo ser empregado como sinônimo de אָ֑וֶן ('ãwen), cuja definição é a de problema, tristeza, mal, ou dano. 

Para Salomão o homem se submete ao sofrimento em razão de sua necessidade consumir. Como o apetite do mesmo não é saciado por meio das necessidades mais básicas (como ocorre com todo animal), este se vê em constate obrigação de estar trabalhando. Na sociedade industrial o consumo é a mola que impulsiona os homens a trabalhar, a despeito das experiências ruins com os diversos ambientes de trabalho. 

Similar percepção fez com que Cortella elaborasse as concepções clássicas de trabalho sob uma nova ótica etimológica. Cortella faz menção ao termo francês tripallium, um instrumento de tortura e observa de maneira perspecaz que este é um instrumento de tortura. Somadas as péssimas condições (que envolvem más conduções, o tempo de deslocamento para o trabalho e as relações de poder no mesmo), não fica difícil entender os motivos. 

Neste ponto da nossa reflexão há que se abrir espaço para o filósofo alemão Arthur Shoppenhauer. Para este os homens que possuíam habilidade mais elevadas, mas que por necessidade econômicas não poderiam exercer as mesmas se viam torturados, quando forçados a trabalharem em uma atividade para a qual além de não posssuírem vocação, lhes vedava o exercício da mesma. 

A superação proposta por Cortella é que os homens, ao invés de verem no trabalho um instrumento de tortura vejam no mesmo uma oportunidade para mostrarem ao mundo a sua obra. O termo aqui empregado pelo filósofo é poiésis, de onde vem a palavra poesia. No Novo Testamento aparece soba forma do verbo fazer cujo equivalente em grego é ποιειω [poieoo]. 

Fazer, ou  ποιειν [poiein] equivale a produzir. A ideia remete à produção de uma árvore. A solução é boa e digna, mas há que se resgatar seriamente o conceito protestante de vocação. Macieiras produzem maçãs, bananeiras, bananas, laranjeiras, laranjas e assim por diante. Os homens são diferentes, tal como as árvores. Aqui há que se lembrar do hit cada um no seu quadrado

RELACIONAMENTOS EM AMBIENTE DE TRABALHO

Os relacionamentos no ambiente de Trabalho são complicados em razão da visão que se tem de trabalho? Sim, mas também o são em razão do acúmulo de desejos, paixões, frustrações e demandas. Não há como se deixar os problemas de casa em casa e deixar os do trabalho no trabalho. Somos uma pessoa inteira tanto em casa quanto no trabalho.

Daí que o autor acertadamente aponta a adoção dos valores cristãos como chave para a construção de relacionamentos saudáveis no ambiente de trabalho. Afinal, convém ressaltar a fala de Tiago, para quem os conflitos nos relacionamentos tem a sua origem nos desejos de nossa carne. Exatamente por este motivo ressaltei no tópico acima a necessidade de uma reflexão do trabalho como meio de satisfação dos desejos.
De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites (Tg 4. 1 - 3 ACF). 
Embora a psicanálise veja a cobiça e a inveja como fatores de criação, convém ressaltar que dentro da cosmovisão bíblica esta pode ser uma força paralisante. Também vi eu que todo o trabalho, e toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade e aflição de espírito (Ec 4. 4 ACF). Invejar o outro é vaidade e aflição de espírito. O que importa é que cada faça aquilo que lhe vem às mãos para fazer, e o faça de acordo com as suas forças (Ec 9. 10).

Que os mesmos valores que permeiam a vida cristã familiar sejam os norteadores na vida profissional como um todo. Hoje estas idéias estão cada vez mais comuns, por meio do conceito de liderança servidora. Este tem vindo à tona através do livro O Monge e o Executivo de James Hunther. Este é o momento em que se faz necessário voltar aos princípios bíblicos.
E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens (Cl 3. 23 ACF). Este texto está no contexto do ambiente e da vivência familiar (Cl 3. 18 - 22). Daí que se em razão da convivência as pessoas do trabalho não se vêem como uma família, há algo de errado nas relações pessoais. 

E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, é precedido por outro texto de vital importância: E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai (Cl 3. 17 ACF). Ambos podem ser articulados com o dito paulino: Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas (Fp 2. 14 ACF). 

Marcelo Medeiros

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

E Deus os Criou Homem e Mulher



O presente post tem por objetivo dar ao leitor um vislumbre bíblico a respeito da criação do homem e da mulher. Nenhum crente esclarecido nega que a humanidade sofreu e tem sofrido mutações, eu, por exemplo creio assim. A dificuldade está em acreditar que o homem seja produto de um longo processo evolutivo, conduzido por alguma coisa chamada acaso, e que as sucessivas mutações possam dar origens a novas espécies. 

Homem e mulher foram criados como tais à imagem e semelhança de Deus, sendo assim: seres pessoais, racionais, capazes de se relacionar e se comunicarem, criativos e com amplas possibilidade de dominar sob o restante da criação. De igual modo ambos possuem a capacidade e a responsabilidade de cuidar e manter a criação de Deus, visto que os céus são os céus do Senhor; mas a terra a deu aos filhos dos homens (Sl 115. 16 ACF). Este texto é indicativo de que os céus são domínio divino, ao passo que a terra é o domínio humano. 

COMO O HOMEM FOI CRIADO
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn 1. 26, 27 ACF). 
E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente (Gn 2. 7 ACF).
Destes textos pode-se extrair as seguintes observações:

  1. O homem (leia-se gênero humano) é composto de matéria, neste caso o pó da terra, e espírito, o hálito divino soprado em suas narinas. 
  2. Em consequência o ser humano é um ser vivente, ou como diz o texto alma vivente. 
  3. A criação do homem foi feita mediante deliberação divina a partir de elementos pré-existentes na natureza já criada por Deus, e da própria natureza divina. No primeiro caso o pó, elementos oriundo da porção terra, e no segundo o hálito divino. 
  4. No ato da criação foi conferido ao homem o domínio sobre todos os seres viventes. Esta autoridade tinha por objetivo expressar o domínio de Deus sobre toda a natureza. 
  5. Homem e mulher refletem a imagem de Deus, a ambos é conferido o domínio sobre a natureza, a faculdade de ocupar o espaço e de cuidar do mesmo. 
O pó é indicador de fragilidade. Sucessivas vezes os autores bíblicos afirmam que o homem é pó. A despeito das sucessivas gozações que ateus possam fazer hoje é cada vez mais comum, para se afirmar a insignificância humana, dizer que o homem é poeira cósmica, ou se preferir pó das estrelas. Eu particularmente prefiro ficar com o Padre Antônio Vieira e com o filósofo Blaise Pascal. 

Para Vieira o homem é pó que sente, que pensa, que arrazoa. Todavia na experiência de cada pessoa não há como se afirmar que o pó tenha sentimentos, capacidades intelectuais, cognitivas e volitivas. Daí a descrença comum de que nós sejamos pó. Eu particularmente creio que se o homem mantivesse esta verdasde em mente, não desejaria em hipótese alguma ser Deus, porque se veria constatemente como pó. 

Tanto antes quanto após a queda o homem permanece pó. É assim para lembrar e jamais esquecer-se de sua fragilidade. Após pecar Deus disse: No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás (Gn 3. 19 ACF). Jó no ápice de sua angústia clamou a Deus dizendo: Peço-te que te lembres de que como barro me formaste e me farás voltar ao pó (Jó 10. 9 ACF). 

Deus soprou o seu espírito, o seu hálito no homem, e este veio a ser mais do que pó, um ser vivo. Se a lição do pó é a fragilidade humana, a lição do vento, conforme afirmado pelo professor Adauto Lourenço, é a de que a vida é sustentada por Deus. Davi afirma: Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade (Sl 39. 5 ACF). 

Ruach [ר֣וּחַ] é a expressão para espírito, vento, sopro e fôlego de vida, tem no vocábulo grego πνευμα [pneuma], ou πνευματος [pneumatos] o seu equivalente. Segundo Vieira:
O vento é a nossa vida [..] deu o vento, levantou-se o pó, parou o vento caiu. Deu o vento, eis o pó levantado: estes são os vivos. Parou o vento, eis o pó caído: estes são os mortos. Os vivos pó, os mortos pó; os vivos pó levantado, os mortos pó caído; os vivos pó com  vento, e por isto vãos; os mortos pó sem vento e por isto sem vaidade. Esta é a distinção e não há outra (Sermão da Quarta - Feira de Cinzas). 
Já Pascal ao mesmo tempo em que reconhece a fragilidade do homem e sua indgnidade reconhece também a sua grandeza, que consiste dentre outras coisas em pensar. Daí que este mesmo pó, pinte, componha sinfonias, escreva músicas, teologias, filosofias. Mas tudo isto é ação do vento sobre o pó. O mesmo que dá suporte À vida humana, que fez com que os primeiros homens vivessem mais de novecentos anos. 

O primeiro homem foi criado para a imortalidade. Mesmo sendo em parte matéria, e por isto mesmo um ser espacial e temporal, nada me impede de crer que caso não houvesse pecado o homem seria imortal para todo o sempre. Ou seja, teria sua vida sustentada por Deus para todo o sempre. Mas ao transgredir o homem passou a experimentar a morte. 

Um detalhe igualmente observado pelo professor Adauto Lourenço é o de que a expressão hebraica מֹ֥ות תָּמֽוּת [muth th'muth], usualmente traduzida por certamente morrerás, na verdade expressa o morrendo morrerás. A morte é decorrente do processo de envelhecimento, que consiste na falência do organismo em seu processo de renovação celular. A cada minuto milhões e células morrem em nosso organismo, e outras milhões nascem. Com o envelhecimento o número de células que vai nascendo decresce, até que o ser humano morra [aqui e aqui]. 

A CRIAÇÃO DA MULHER

O primeiro texto que fala a respeito da criação da mulher e do homem juntos, sem dar maiores detalhes, o faz em razão de demonstrar que ambos possuem dignidade, por serem à imagem de Deus. Ambos são frágeis. O homem por ser pó, a mulher por ter vindo do homem, que por sua vez, veio do pó. 

Já o segundo texto visa dar maiores detalhes a respeito da criação do primeiro casal. Assim Gn 1 é um relato cosmológico, ao passo que Gn 2 . 4 - 24 é um realto antropológico. O mais curioso é que os termos para homem, e Adão quase que se confundem em língua original, dando a entender que o que está em jogo no texto é a humanidade. 

Sem homem e sem mulher o mundo talvez fosse povoado por seres pessoais (anjos são seres pessoais e o próprio Deus também o é). Mas tanto o homem quanto a mulher se constituem como tais a partir da relação de afinidade e dessemelhança que um possui em relação ao outro. É neste ponto em que a questão do casamento salta aos olhos. 

O CASAMENTO

O mundo caminha inevitavelmente para a aprovação de leis que reconhcem e legalizam a união homoafetiva [aqui]. Tal não seria tamanho problema se não se desse mediante doutrinação ideológica. A ideologia tem sido tal que até estratégias como o fim do dia dos pais tem sido aventadad em alguns municípios do Brasil [aqui]. Face ao exposto é necessário que se revejam as bases do casamento cristão. 

Este estudo é indicador de que antes de protestar contra a união homoafetiva a Igreja tem de ser a comunidade que expressa em termos práticos que o casamento nos moldes divinos é o melhor projeto. Há que se afirmar que O Casamento Bíblico constitui-se pelo caráter heterogâmico, monogâmico e indissolúvel. 

Marcelo Medeiros

sábado, 10 de outubro de 2015

A criação dos céus e da terra



Partindo do que já foi afirmado neste estudo  é possível afirmar que dentre os objetivos do Gênesis pode-se elencar os seguintes: 1) conferir sabedoria para a salvação (II Tm 3. 14, 15), 2) educar o homem em justiça (II Tm 3. 16, 17), 3) produzir esperança (Rm 15. 4), e 4) produzir fé (Rm 10. 17; Hb 11. 3). Em outras palavras embora seja um retrato fiel da criação o livro em apreço não é de teor científico. Tanto que seu conteúdo pode ser acessado somente por fé.

Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente (Hb 11. 3 ACF). É impossível permanecer na verdade sem prévia compreensão, o que demanda crença. Como disse o próprio Senhor no livro de Isaías: se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer (Is 7. 9 ACF). 

I) O CRIACIONISMO BÍBLICO, CONSIDERAÇÕES

Para os sábios do período e pré-exílico e interbíblico, a criação revela de Deus de forma inequívoca. O salmista declara:
Os céus contam a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra de suas mãos. O dia entrega mensagem a outro dia e a noite a faz conhcer a outra noite. Não há termos, não há palavras, nenhuma voz que deles se ouça, e por toda a terra sua linha aparece e até os confins do mundo a sua linguagem (Sl 19. 2 - 5a [19. 1 - 4] Bíblia de Jerusalém). 

Já o sábio assevera:
Sim, naturalmente vãos foram todos os homens que ignoraram a Deus e que, partindo dos bens visíveis, não foram capazes de conhecer Aquele que é, e nem considerando as obras, de reconhcer o Artífice. Se fascinados por sua beleza os tomaram por deuses, aprendam quanto lhes é superior o Senhor dessas coisas. E se os assombrou sua força e atividade, calculem quanto mais poderoso é Aquele que as formou (Sab 13. 1, 3 - 5 Bíblia de Jerusalém). 
E Paulo, diz:
o que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles, pois Deus lho revelou. Sua realidade invisível - seu eterno poder e sua divindade - tornou-se inteligivel desde a criação do mundo, através das criaturas (Rm 1. 19, 20 Bíblia de Jerusalém). 
O que estes textos estão dizendo é que a despeito do grau de mistério em Deus, é possível conhecê-lo por meio da sua criação. Este conhecimento é analógico, mas permite una percepção do poder eterno e da divindade divina. Em outras palavras o visível faz clara manifestação do invisível.  O criacionismo bíblico mais do que se perder em uma disputa de teor cosmológico, confere propósito à criação. E o propósito da criação é a glória de Deus conforme visto (Sl 19. 1). 

II) A CRIAÇÃO DO TEMPO, MATÉRIA E ESPAÇO

Toda realidade circundante é conhecida por meio destas propriedades: o tempo, a matéria e o espaço. O primeiro é a medida de duração dos seres sujeitos à mudança da sua substância ou a mudanças acidentais e sucessivas da sua natureza, apreciáveis pelos sentidos orgânicos. Em outras palavras, tempo é uma medida perceptivel aos homens por meio da mudança ocorrida na matéria. 

A criação do tempo é consolidade por meio da mudança: houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia (Gn 1. 5 Bíblia de Jerusalém). E novamente consolidado com a criação dos luzeiros, quando Deus disse: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos (Gn 1. 14 ACF). Aqui a mudança passa a ser sinalizada por meio de elementos da criação, neste caso, o sol e a lua. 

Ao criar a matéria, Deus criou o tempo. Ora a terra estava vazia e vaga e trevas cobriam o abismo, e um sopro de Deus agitava a superfície das águas (Gn 1. 2 Bíblia de Jerusalém). A matéria aqui é representada pela presença da terra, e da água. Matéria é tudo o que compõe os corpos físicos, no caso da água, hidrogênio e oxigênio. 

Já o espaço é: uma extensão tridimensional ilimitada ou infinitamente grande, que contém todos os seres e coisas e é campo de todos os eventos. Diz-se que ele é tridimensional por ser constituído de altura, largura e profundidade. Perceba que o texto diz: a terra estava vazia e vaga e trevas cobriam o abismo, e um sopro de Deus agitava a superfície das águas (Gn 1. 2 Bíblia de Jerusalém). Com isto o texto está dizendo que:

  1. O espaço conhecido por terra estava vazio, ou seja não estava ocupado. 
  2. O abismo revela a noção de profundidade. 
  3. A ação do Espírito (palavra equivalente a sopro), se dá na altura, ou seja na superfície das águas. 
  4. Embora não limitado ao espaço e ao tempo, Deus age em ambos. 
Tempo, espaço e matéria são também marcas do Deus triúno. Esta é a percepção do professor Adauto Lourenço. O tempo é divido em passado, presente e futuro (marcas do Deus triuno?). O espaço, conforme visto é dividido em altura,largura e profundidade. E a matéria? Ela existe no estado líquido, sólido, ou gasoso. 

III) A CRIAÇÃO DA LUZ

Um dos maiores embaraços com os quais os crentes tiveram de lidar ao longo dos anos foi ter de explicar a existência da luz independente da criação dos astros, uma vez que de acordo com o relato do Gênesis, a luz foi criada no primeiro dia, a vegetação no terceiro dia e somente no quarto dia foram criados os astros. 

O professor Adauto Lourenço apresenta aqui duas explicações. A primeira: Deus criou todas as coisas para que fossem mantidas e sustentadas por ele. Ou como afirmado corretamente no livro de Jó: estendeu o setentrião sobre o vazio e suspendeu a terra sobre o nada (Jó 26. 7 Bíblia de Jerusalém). Em outras palavras: Deus sustenta a terra sobre o vazio. Este mesmo Deus é poderoso para fazer com que haja luz e vegetação sem astros. 

A segunda explicação é que para o professor em apreço esta referida luz é proveniente de uma radiação chamada radiação cósmica de fundo em micro-ondas. Ela descoberta por Arno Penzias e Robert Woodron Wilson dos laboratórios Bell Telephone. Ela consotitui uma evidência científica. O problema é que cedo ela foi associada à teoria do Bog Band (esta sim aberta à discussão visto ser uma interpretação dos dados). Todavia é possível pensar em luz antes da criação das estrelas. 

IV) A CRIAÇÃO EM SI

A esta altura do estudo, possivelmente o leitor tenha feito a seguinte indagação: por que o criacionismo, ao invés da evolução? a pergunta pode ser respondida por meio das palavras de Sir James no clássico o Evangelho mal trapilho, que segue abaixo:


Sir James Jeans, o famoso astrônomo britânico disse certa vez: “o universo parece ter sido desenhado por um matemático puro”. Joseph Campbell escreveu também sobre “a intuição de uma ordem cósmica matematicamente definível”. Contemplando a ordem da Terra, do Sistema Solar e do Universo estelar cientistas e estudiosos concluíram que o grande projetista não deixou nada para o acaso.A inclinação da terra, por exemplo, de 23 graus, produz as nossas estações. Os cientistas dizem-nos que, se a terra não tivesse a inclinação que tem, os vapores dos oceanos mover-se-iam para norte e sul cobrindo os continentes de gelo. Se a lua estivesse a 80 mil quilômetros da terra, em vez de 320 mil, as marés seriam tão enormes que todos os continentes seriam submergidos pela água – até as montanhas seriam afetadas pela erosão. Se a crosta terrestre fosse apenas três metros mais grossa, não haveria oxigênio, e sem ele toda vida animal morreria. Se os oceanos fossem uns poucos metros mais profundos, o dióxido de carbono e o oxigênio teriam sido absorvidos e nenhuma vida vegetal poderia existir. O peso da terra estimado em seis sextilhões de toneladas (isto é um seis seguido de vinte e um zeros). Ela tem, ainda assim, um equilíbrio perfeito, e gira com facilidade em torno do seu eixo. Ela revolve diariamente à razão de mais de mil e seiscentos quilômetros por hora, ou quarenta mil quilômetros por dia. Num ano isto dá mais de catorze milhões de quilômetros. Considerando o extraordinário peso de seis sextilhões de toneladas, girando a essa fantástica velocidade ao redor do seu eixo invisível, as palavras de Jó 26. 7 assumem significado sem paralelo: “Ele ... faz pairar a terra sobre o nada”. Jó nos convida ainda a meditar sobre “as maravilhas de Deus” (Jó 37. 14). Considere o sol. Cada metro quadrado da superfície do sol emite constantemente um nível de energia de cento e trinta mil cavalos força (isto é aproximadamente 450 motores de oito cilindros [...]. Ainda assim o sol é apenas uma estrela menor nos cem bilhões de astros que compõem a nossa via Láctea [...] quando tentamos apreender mentalmente as quase incontáveis estrelas e outros corpos celestes, encontrados na nossa Via Láctea, apenas, somos levados a ecoar o hino de louvor de Isaías ao poderoso criador: “Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exercito de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome, por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar (MANNING, 2005).



Perceba a impressionante harmonia na criação. De forma que a mesma não é nem pode ser fruto do acaso. Saudações fraternas em Cristo Jesus, Marcelo Medeiros. 

sábado, 3 de outubro de 2015

Gênesis, o Livro da Criação Divina



As Escrituras Sagradas têm por objetivo produzir esperança (Rm 15. 4), fazer o homem sábio para a salvação e educar o mesmo em toda a justiça (II Tm 3. 14 - 17). É isto que tem de ser buscado na mesma. Todavia mediante a leitura da Bíblia é possível que algumas perguntas existenciais sejam respondidas. Gênesis traz respostas para as mesmas ao dizer quem, ou o quê é o homem, de onde ele veio, e qual o seu propósito. 

TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL

A temática de Gênesis é indicada pelo nome que este livro recebe em sua versão hebraica e grega. O termo hebraico בְּרֵאשִׁ֖ית (berisht) indica que o livro trata dos princípios, uma vez que este é o sentido do vocábulo em apreço. Já o termo grego é retirado deste verso: Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus (Gn 2. 4 ACF). A expressão origens é a tradução do termo grego γενέσεως (genéseoos), de onde advém a palavra gênesis. 

Gênesis descreve não a criação em si. Na concepção judaica esta é um ato soberano e poderoso do criador, e o que se afirma é que: Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca (Sl 33. 6 ACF). Lembrando que espírito aqui equivale a sopro, o que indica a ação conjunta do Espírito de Deus na criação. 

A tradição judaica atribuiu a autoria do Gênesis à pessoa de Moisés. Sob esta perspectiva,o livro teria a sua datação aproximada ao século XV a. C. Todavia no Séc. XVIII da corrente era surgiram as famosas teses documentais. De acordo com tais perspectivas o primeiro livro seria resultante de uma série de documentos que recebia e as iniciais JEDP, sendo J (javista), E (eloísta), D (deteronomista) e P (sacerdotal). 

À título de exemplo tome P (sacerdotal) e J (javista), para entender o motivo de dois relatos da criação. Esta tese caiu na academia em detrimento das análises literárias. Ao analisar o texto a maioria dos teólogos percebeu, que a despeito da percepção de um considerável número de fontes no mesmo, é igualmente perceptível que na redação final, os mesmos apresentam mútua dependência. 

Minha conclusão é a de que Moisés reuniu um conjunto de tradições orais para compor ao menos parte significativa do livro de Gênesis. Não vejo razão para crer de modo contrário, a despeito de todas as observações dos teólogos de cunho mais liberal. Todavia não me vejo impedido de crer que este mesmo livro tenha recebido sua redação final no período interbíblico. 

OBJETIVOS DE GÊNESIS

São objetivos do Gênesis: o fortalecimento da fé dos hebreus e a resposta às questões vitais. Sob esta ótica há que se considerar as interpretações do relato da criação. Ele aparece articulado com a criação do povo de Israel. Deus cria a terra por meio de sua Palavra a partir do nada. De igual modo cria o seu povo a partir de uma mulher estéril. Seu poder na criação é demonstração de seu poder redentor.
Assim diz o Senhor, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o Senhor que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo; Que desfaço os sinais dos inventores de mentiras, e enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os sábios, e converto em loucura o conhecimento deles; Que confirmo a palavra do seu servo, e cumpro o conselho dos seus mensageiros; que digo a Jerusalém: Tu serás habitada, e às cidades de Judá: Sereis edificadas, e eu levantarei as suas ruínas; Que digo à profundeza: Seca-te, e eu secarei os teus rios. Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado (Is 44. 24 - 28 ACF). 
O poder de Deus em cumprir sua boa Palavra e restaurar Jerusalém é evidenciado na criação. Se sua palavra fez com que todas as coisas viessem à existência, segue-se que ela é igualmente poderosa para resgatar o povo. Com o mesmo poder Deus decreta que Ciro será libertador do povo, e mais, que dele sairá a ordem para edificar Jerusalém.
Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens. Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e soltará os meus cativos, não por preço nem por presente, diz o Senhor dos Exércitos (Is 45. 12, 13 ACF). 
Daí que não seja inviável que esta profeccia tenha sido proferida cerca de duzentos anos antes dos acontecimentos e que o nome de Ciro apareça aqui. Fora a criação, a queda, o dilúvio, as narrativas patriarcais formam o eixo doutrinário do livro.

Em Cristo, Marcelo Medeiros. 
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