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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Atividades de divulgação do livro Se Tiverdes Fé




No dia vinte de oito de Novembro apresentei o livro Se Tiverdes Fé, lançado pela editora Trinus, aos alunos do seminário IBADEJA. O momento foi de alegria para mim, pela receptividade dos discentes, e alegria para os mesmos em razão de verem mais progresso na vida daquele que eles tem como professor e referência. 

Não, não é jactância de nossa parte, mas a percepção da importância de nosso papel como professor, pastor, e agora como escritor. Funções estas que são perpassadas pela atividade de ensino e de formação e cuja alegria maior consiste em saber ser importante na formação das mesmas. O trabalho continua, que venham outros projetos. 













Tragédia na Copa SulAmericana





Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo (Tg 4. 13 - 15 ARCF). 
Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. (Selá.) Na verdade, todo homem anda numa vã aparência; na verdade, em vão se inquietam; amontoam riquezas, e não sabem quem as levará (Sl 39.5,6 ). 

Bom dia. Sei que a educação é as formalidades mandam que assim comecem textos da natureza deste. Mas confesso que enquanto desejo bom dia a todos, meu coração está pesaroso.  É triste ver tragédias como a que ocorreu nesta madrugada. Principalmente quando as fatalidades interrompem sonhos e expectativas de forma tão abrupta como esta.

Foi bonito ver o time da cidade de Chapecó encher seus torcedores de orgulho. Ainda ontem, enquanto me preparava para deitar, e assistia ao jornal da Globo, vi o comentário esportivo que colocava a Chapecoense  em alta no futebol. Ascensão à primeira divisão, permanência nesta por quatro temporadas, classificação para a final da Sul Americana, eram dentre os muitos motivos para a alta, para não falar da possibilidade de libertadores.

Não acompanhei o time, exceto nos dois jogos em que meu glorioso fora vencido pela equipe de Chapecó, coisas do futebol. Contudo, me espanto diante de tais tragédias , mesmo sabendo da possibilidade das mesmas. É como se meu psiquismo não quisesse acreditar. Nas selvas da Colômbia encontram-se sonhos, expectativas, esperanças, realizações dilaceradas pelo absurdo.
Não, não explicação para nada daquilo. Mistérios da providência divina? Não sei. 

Raros são os momentos como este, nos quais admitimos com tamanha facilidade nossa ignorância. Mas esta é toda a verdade. E como disse o padre Antônio Vieira, somos o pó que fala, que sonha, que arrazoa, que discursa...... Somos o pó que toca, que joga e que planeja.  E momentos como este apenas são válidos pela lição que nos trazem, e a lição é a verdade de nossa fragilidade. Resta -nos a dor e o pesar. Resta-nos orar pelas famílias dos jogadores e demais passageiros do vôo. E que Deus conforte o coração de todos familiares, amigos e torcedores.


Em Cristo. Marcelo Medeiros.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Lançamento do meu Livro: Se tiverdes Fé.


Recentemente tive o privilégio de lançar um livro, que creio eu, o primeiro de todos quantos virão. O título dele, Se tiveres fé. Nele compartilho minhas lutas e embates da vida cristã. A fé que me foi dada, não é isenta de dúvidas e lutas internas. O que partilho na obra em apreço é o caminho e as respostas dadas por Deus em minha carreira. 

Minha carreira como escritor começa no processo de leitura e alfabetização, quando comecei a esboçar em papéis desenhos e diálogos similares aos que lia nos quadrinhos que minha mãe me dava. Aos doze anos comecei a esboçar as minhas aulas para a Escola Bíblica Dominical em folhas rascunho. Aos vinte e um anos passei a elaborar apostilas. 

Terminada minha primeira graduação, escrevi algumas lições de Escola Bíblica Dominical para a minha Igreja, a Assembleia de Deus em Cidade Nova. Em geral como a temática da fé, confiança, Evangelho (em parceria com o amigo Pr Pedro Reis), e adoração. Meu Pastor Manoel Ribeiro - que me apresenta no presente livro - foi um incentivador da minha carreira. 

O que foi escrever para mim este livro? Foi um privilégio e um desafio e tanto. O privilégio em razão do papel que um escritor exerce. Na minha leitura o surgimento da escrita foi uma forma de materializar o pensamento, de tirar o mesmo da dimensão virtual para a real e propagar a cultura. Mas nem sempre a escrita foi uma atividade praticada por todos. O sábio Jesus Ben Sirac disse que a atividade de escriba é um prazer que somente os que dispõe de tempo podem praticar e exercer. 

Com isto ficou ao escriba uma responsabilidade que todo escritor assume, e a de ser a voz dos que são silenciados, dos que falam mas nem sempre podem ser lidos e ouvidos. O mundo sempre cultuou os heróis, mas FÉ NÃO É PARA HERÓIS. Fé é para velhos, fracos, temerosos, gente que se vê aquém. É a este que o autor dá a voz. 

O autor (no caso eu), não é um vendedor de receitas de sucesso, tal como o livro não é de autoajuda, no sentido depreciativo da palavra. O livro é a voz de quem busca viver com correção, com justiça e se depara com um mundo caótico, onde gente egoísta, mesquinha e incompetente assume o poder e tudo o que faz é perseguir, oprimir; de ímpios que prosperam quando justos fracassam; de gente que tudo que faz é buscar falhas e erros que expliquem as inexplicáveis tragédias pessoais. 

O autor (EU), é pai, de filho especial, marido, ser humano com erros e acertos e que como tal oscila em seus momentos de fé e ceticismo; esperança e desespero. O livro é uma carta aberta de um ser humano para outros seres humanos, um modo pelo qual fraqueza e poder divino que flui da debilidade humana são partilhados. 

Se tivesse de resumir a obra em poucas palavras, creio que as palavras do autor sacro aos Hebreus seriam mais do que suficientes. Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma (Hb 10. 38, 39). Homens de fé como Abraão, Gideão, João Batista e Asafe conviveram com suas dúvidas e as venceram. 

Alguns como Jeremias e Paulo tiveram de viver com sofrimentos inexprimíveis e com negativas às suas orações. Jó não obteve uma única resposta aos seus sofrimentos. É ao lado de gente assim que o autor se põe, gente cujo perfil é humano, ao invés do de herói. Todavia, uma verdade sobressai, a de que mesmo sem forças, o homem de fé não recua, nem retrocede um milímetro sequer. 

Abraão não recuou diante dos desafios da caminhada, Gideão não recuou diante da deserção de vinte e dois mil e da reprovação de nove mil e setecentos. Paulo não recuou diante da oposição e Jeremias não cedeu ás pressões políticas. A nós não nos abe recuar na defesa da justiça, mesmo diante de ameaças de perder o emprego. As respostas que o livro traz a tais questões foram dadas a mim nos dilemas que passei, e espero confiante de que serão para você também. 

Para ser abençoado mediante aquisição do livro baste ir neste link. Reitero aqui os meus agradecimentos à minha família (Lúbia Medeiros, João Marcelo, Luís Gabiel), à minha editora Alice Essabá, ao amigo Bemerval Serrrano e sua esposa Márcia, ao Pr Manoel Ribeiro e Pr Anariudo Dias, na figura dos quais estendo a gratidão a todo o ministério do qual faço parte, aos professores Rafael dos Santos (UNESA), Paulo Renato Lima (UCAM/UNYLEYA), e a tantos cujos nomes não menciono, ma que compõe o exército de oração que Deus levantou para me sustentar. 

Marcelo Medeiros, em Cristo. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Fátima Bernardes e sua Polêmica Enquete



Raramente invisto o meu precioso tempo com programação televisiva. Mas por razões bem óbvias e passíveis de serem verificadas nas postagens deste blog, invisto em militância política, educacional e teológica. Meu Facebook tem sido instrumento de divulgação e viralização de postagens com tais teores e pretendo replicar uma por uma neste blog.

O momento presente tem sido marcado pela ação de políticos que visando consertar os rombos da crise econômica têm buscado subtrair direitos trabalhistas. Para tal usam de todo expediente, inclusive o de depreciação do funcionalismo público. Um dado pontual é o pacote de maldades enviado pelo governador do Rio à ALERJ.

Não bastasse tudo isto, a apresentadora Fátima Bernardes propõe uma das enquetes mais polêmicas que se poderia propor. Entre a vida de um traficante ferido e um policial baleado na cabeça, quem você socorreria? Durante o programa a maioria optou pelo traficante. Para o desastre da mesma no sábado uma aeronave policial cai durante operação na Cidade de Deus e os tripulantes da mesma, todos policiais militares, são executados. Esta é a versão a que tive acesso. O resultado foi uma semana de ódio nas redes sociais contra Fátima Bernardes. 

Em meio a tanta cordialidade (falas com o coração e com a emoção), uma fala sensata de ninguém mais do que Maurício Zágari (leia aqui), indica que na mente cristã tal dicotomia não deveria existir. Ao que acrescento comentando que no evangelho Jesus atende livremente o centurião romano, a mulher siro fenícia e ao ladrão da cruz. Mas não há como ouvir tal enquete como esta da Fátima Bernardes e se calar. Não se trata de partido, mas da manifestação deliberada de repúdio ao modo como as questões foram colocadas.

Vai render e muito ainda. Nem tanto pelo posicionamento da rede de TV, conhecido de todos já. Vai render pelo processo incessante de depreciação que o funcionalismo público está sofrendo por parte dos políticos e da grande mídia, faz tempo. Mas a dicotomia tem de ser superada sim. E creio que o Evangelho seja a chave, afinal nada mais imparcial e superador do que o exemplo de Cristo. 

Em se tratando do Evangelho, nele se vê Jesus atendendo a dois centuriões (Mt 8; Jo 4. 44ss), como no caso de Cornélio (pra não falar naqueles soldados romanos que ouviram a pregação de João Batista, e creram). Há que se lembrar aqui, que na Cruz o ladrão que não creu, antes fez coro com a multidão descrente foi condenado. Logo, o critério não é ser policial, ou bandido, mas crer.

Forte Abraço, em Cristo, Marcelo Medeiros 

domingo, 20 de novembro de 2016

Apenas um sol nublado no céu do Brasil


O dia de hoje não é mais um em meio a tantos vividos e morridos. Não, de forma alguma. Hoje possivelmente seja o sepultamento de quatro policiais mortos em operação policial na Cidade de Deus. O mais cruel é que a sociedade já se acostumou com a morte dos mesmos, mais do que isto, aprendeu a naturalizar os óbitos de policiais através de frases do tipo: eram os riscos da profissão deles. Curioso é que nenhum defensor, ou defensora dos direitos humanos esteja disposto a dizer algo similar com respeito aos marginais, que são tidos como vítimas da sociedade.

Na semana de luta de policiais civis e militares pela manutenção de seus direitos, veio a pior das demonstrações do quão desumana é o exercício das funções destes profissionais, que se dedicam a amenizar e corrigir aquilo que eles não criaram, o caos social. A recompensa pela missão hercúlea são projetos que o honestíssimo governo deste estado cria para subtrair direitos e o descaso, ou ausência de comoção diante de uma ato brutal como este.

Resta-me orar para que Deus conforte Às famílias e conceda às mesmas a necessária força para prosseguirem; que ele oriente a nossa mais que desorientada sociedade, a fim de que diante de ocorrências como estas sintam o real repúdio ao invés de racionalizarem tais tragédias. Que haja maior solidariedade e repúdio a toda ação que vise subtrair quaisquer direitos que sejam, de policiais, médicos e professores. Que a classe artística e política corem de vergonha por toda palavra, opinião e ação injuriosa para com estes heróis sociais. Que se reveja a estereotipia de que todo agente da lei é um opressor. Somente assim, teremos em cada policial que volta para sua família após uma missão, um sol que nasce no céu do Brasil.

Marcelo Medeiros.  

sábado, 13 de agosto de 2016

A Evangelização no Mundo Acadêmico e Político



Por Evangelização pode-se entender a ação de pregar o Evangelho. O Mundo Acadêmico engloba as Universidades com seus alunos de nível superior. A academia foi fundada na Grécia, por Platão, como um modelo de escola filosófica. O maior desafio de se pregar neste ambiente consiste no fato inegável de que a simplicidade do Evangelho pode vir a ser rejeitada dadas às vindicações do mesmo.

Já o mundo político tem a ver com a pólis. πολις (pólis) é a expressão grega, que dá origem à palavra πολιτευμα (politeyma), das quais procedem política. A política, de acordo com Mário Sérgio Cortella consiste na administração das questões da  πολις. Pregar o Evangelho no mundo político consiste em representatividade cristã sólida em todas as esferas do viver.

O autor da lição da EScola Bíblica Dominical optou pela abordagem a partir de Daniel. Optarei por outra, uma vez que em Babilônia não houve pregação do Evangelho em si, antes preservação da tradição judaica - devidamente representada em Daniel e em seus amigos. O reconhecimento de Nabucodonosor não se dá pela ação evangelística de Daniel e seus amigos, mas via ação divina. Em outras palavras Deus humilhou diretamente ao soberano babilonico a fim de que este reconhecesse que há um Deus nos céus.

Por último, a evangelização, tanto na esfera acadêmica, quanto na política, passam pela ação apologética. O sentido desta nada tem a ver com o embate intelectual, mas com a defesa do Evangelho. O termo απολογιας (apologias) significa defesa. A despeito da rejeição de alguns autores, a apologética confunde-se com a Evangelização e dois textos deixam isto bem claro.
Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho (Fp 1. 7, 17 ARCF). 
São estes os pressupostos para o desenvolvimento da presente temática.

A EVANGELIZAÇÃO EM AMBIENTE ACADÊMICO

O pressuposto bíblico para a Evangelização no mundo acadêmico e político é a pregação de Paulo no Areópago, em Atenas, cujo texto segue na íntegra abaixo. O leitor tem a liberdade de pular a citação, caso queira. Opto pela mesmo por ser imprescindível para a exposição da temática.
E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria. De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição. E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos pois saber o que vem a ser isto (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade). E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos. E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez. E assim Paulo saiu do meio deles. Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros (At 17. 16 - 34 ARCF).  
Da citação observo que:

  1. Evangelizar no mundo Acadêmico demanda uma correta motivação. No caso de Paulo a sua comoção em espírito pela idolatria ateniense, a despeito da intelectualidade demonstrada pelos mesmos. 
  2. Evangelizar no mundo acadêmico demanda abordagem correta. perceba que o texto diz que Paulo disputava. O termo aqui é διαλέγομαι (dialegomai), que para Robinson tanto pode ser discursar, arrazoar (expor direito uma causa, alegando razões), disputar (sustentar opiniões contrárias, debater, defender). A abordagem aqui remete à tarefa apologética. 
  3. Paulo é chamado de paroleiro, do grego σπερμολογος (spermalogos), ou apanhador de sementes, figurando alguém que transmite notícias fragmentadas. Talvez pelo fato de o apóstolo juntar diversos poetas e escritores em sua abordagem junto aos gregos. Evangelizar no mundo acadêmico demanda preparo para as críticas. 
  4. Evangelizar demanda que se parta de elementos comuns entre o Evangelho e a cultura. Quando falo de cultura quero me referir aos elementos que constituem as ciências, as artes, e tudo o mais. Atualmente esta abordagem se daria em torno das letras de músicas seculares, poesia e mesmo filosofia. 
  5. Pregar o Evangelho na academia demanda intransigência com os elementos mais básicos do Evangelho, tais como o nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo. É mais que sabido pelos trabalhos de Norman T. Wrigth que a ressurreição era uma doutrina nada recepcionada no mundo antigo. Para os gregos o corpo era uma prisão da alma, e a morte era uma forma de libertação. Logo, Paulo falou de elementos que não agradavam aos intelectuais da época. 
  6. A despeito de não haver partido das Escrituras, como fazia nas sinagogas, Paulo, foi ao cerne do Evangelho ao pregar o arrependimento, o juízo de Deus e a ressurreição dos mortos. 
  7. O resultado da pregação de paulo pode ser visto na fala de Lucas: chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros. O resultado é óbvio, alguns crerão, outros não. 
Feitas as considerações supra, necessário se faz passar à questão do Evangelho na política. 

A EVANGELIZAÇÃO EM AMBIENTE POLÍTICO

A política é conceituada como sendo a arte ou ciência de governar. A política pode ser exercida por meio dos cargos eletivos, por meio da participação popular e no exercício da influencia. Tenho escrito vários artigos neste espaço a respeito da participação do crente na política. Neste artigo exponho o ambiente de hostilidade que cerca cristãos. Além do mais a política tem se tornando um ambiente hostil por conta do papel dos cristãos na oposição à votação de lei pertinentes a aborto, Casamento entre iguais e outras do tipo.

O parâmetro para a Evangelização está em Pedro.
Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma; Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem. Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; Quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei (I Pe 2. 11 - 17 ARCF). 
Em primeiro lugar: considero todo o ambiente em que ocorre convivência como politico. Conforme afirma Mário Sérgio Cortella a política se faz com vistas à preservação e conservação dos meios de convivência. O contrário da ação política é a idiotia, ou a busca pela satisfação dos próprios interesses.

Daí a importância de observação da fala de Pedro, que chama a atenção para os seguintes fatores:

  1. O Crente é cidadão, mas é igualmente peregrino e estrangeiro, e tem na carne seu maior adversário. 
  2. O viver do crente tem de ser honesto, a fim de que mesmo diante de duras críticas o crente seja motivo de glorificação pessoal ao nome de Deus. 
  3. As ordenações humanas devem ser obedecidas, visto que seu papel consiste na condenação das más obras e louvor das boas. 
  4. O crente atua politicamente e Evangeliza fazendo o bem, e com o bem que faz ele tapa a boca dos ignorantes. 
  5. Outro aspecto é o do exercício da liberdade que nunca é usada para cobrir a malícia, mas para a prática das boas obras. 
  6. O apreço à pessoa humana é de fundamental importância. Honrar a todos equivale a reconhecer o valor intrínseco do ser humano e das funções que o mesmo exerce. 
  7. Amar a fraternidade á ter apreço por lações fraternais. Uma das maiores bases de defesa da Igreja é a fraternidade, ou seja, quando a mesma se firma como espaço no qual ocorre a reconciliação entre as pessoas. 
  8. Temer a Deus consiste em odiar ao mal (dentre os quais destacam-se a soberba e a arrogância). Na vida social e política tal se expressa no repúdio a toda forma de injustiça. 
  9. Honrar ao Rei, consiste no reconhecimento das instituições. 
Este é o proceder que deve acompanhar a Evangelização no meio político. Do contrário de nada adiantarão as palavras. 

O EXERCÍCIO DA APOLOGÉTICA

A despeito da visão negativa quanto a apologética, esta nada mais é do que a defesa firme e segura do Evangelho. Este foi o entendimento na carta aos Felipénses e o de Pedro aos crentes da diáspora. Veja:
Porque Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano. Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. E qual é aquele que vos fará mal, se fordes seguidores do bem? Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo (I Pe 3. 10 - 15 ARCF).

  1. A primeira observação a ser feita é a de que a Apologética não abre mãos de um cabedal de conhecimentos, mas igualmente demanda um comportamento irrepreensível. 
  2. O apologeta sabe que tem de viver sua vida sob a consciência de que dará contas a Deus. A defesa intelectual tem de ser precedida por uma vida íntegra, cujas obras glorifiquem a Deus. 
  3. Vida intelectual tem de ser conjugada com piedade. É deste modo que o o crente estará preparado para responder com mansidão e tremor a quem pedir razão da esperança. 
Estes são os passos pára a Evangelização no mundo acadêmico e político. Em Cristo.
Marcelo Medeiros.

 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Rio 2016 e eu sem estômago



Confesso que tem sido extremamente difícil sobreviver aos dias de Olimpíada nas Cidade do Rio de Janeiro. Primeiro por uma questão pessoal. Detesto aglomeração, glamour e boa parte do que as pessoas amam de coração. Detesto ainda mais mentira, ilusão, falsidade. Coisas afins me dão verdadeira náusea. 

é horroroso e ilusório, para não dizer enganoso o retrato que a mídia tem feito da cidade e do próprio Brasil. De país em crise a nação - Gigante pela própria natureza - se Transformou no país das maravilhas. É como se a corrupção política, a crise econômica deixassem de existir. Milagre Olímpico é a palavra de ordem. 

Abomino o messianismo esportista. Vibro com as pobres moças do atletismo, com as meninas do futebol, do vôlei, do Handebol. Mas detesto a ideologia - velha, diga-se de passagem - que reafirma constantemente um poder que o esporte tem de mudar vidas. É verdade que muda, mas não dá para esquecer os inúmeros garotos talentosos que ficam nas peneiras das escolinhas, das garotas que sempre esbarram em países cuja tradição é maior. 

Moro em um país, cujo acesso à justiça, bem como o o exercício de direitos constitucionais é no mínimo sofrível. E daí? E daí que política publica desportiva nesta conjuntura social é um luxo. Estamos condenados a esperar uma raridade, um Airton Sena na fórmula 1, um Gustavo Kürten no tênis, uma Marta no futebol feminino e quem sabe um outro Pelé no masculino. 

Mas e o legado das Olimpíadas, você não acredita que está sendo negativo? De boa, alguém se lembra do legado do Governo Marcelo Alencar? Não e direi porquê. Os políticos da pátria amada desalmada não possuem a cultura de legados permanentes, e o povo também não. Projetos belíssimos como os CIEP's, as praças reformadas do governo Marcelo Alencar, a Biblioteca Estadual, tudo é alterado para que se apague a memória e os créditos sejam conferidos aos atuais governos. O restaurante popular é um exemplo. Caso a dúvida ainda persista informe-se a respeito dos estádios da copa, que voltaram a serem fraquentados por causa das olimpíadas, mas  nem por isto deixam de serem verdadeiros elefantes brancos. 

Minha percepção a partir da história é a de que ainda que os jogos olímpicos deixem alguma herança positiva (algo que duvido), ele será prontamente apagado, para que outro nome comece a brilhar. Legado mesmo, somente o peso da morte de um gari e um Engenheiro que tiveram o azar de estarem no lugar errado e na hora errada. 

Antes de me despedir não poderia deixar de falar sobre a abertura. É provável que ela tenha presença glamourosa de nossa Gisele Bünchen, mas por que Anita e Wesley Safadão? Deixa pra lá. Mas não me privo ao direito constitucional de dizer que discordo que sejam os melhores representantes de um país que nos deu gênios na música como Carlos Gomes, Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnatalli, Celso Guerra - Peixe, Mário Tavares e tanta gente boa, que soube usar o som para expressar nossa cultura (para não falar de Hermeto Pascoal). 

Reforço que não tenho nada contra a música popular tão bem representada pelo nomes do Rock nacional, do Samba, Pagode e da Bossa. Também não tenho nada contra as pessoas cujos nomes citei. Mas não tenho estômago para a insistência em representar o Brasil através da região glútea. Há muito tempo o povo deixou de ter esta expressão facial. 

Engov, estomazil, sal de fruta? Não sei o que fazer durante e depois deste deslumbramento que a imprensa brasileira insiste em produzir. Talvez minha única saída seja a mesma de Habacuque, o profeta israelita que diante da constatação de que as coisas iam de mal à pior subiu à torre de vigia. Afirmar fé é fora de moda. O negócio é ter esperança. Mas quem tem o mínimo de dignidade moral precisa mesmo pe de FÉ, para poder viver sem que morra de náusea, gastrite, ou úlcera nervosa. 

Não dá para olhar para corrupção política e moral e aguardar o próximo evento esportivo. Não dá para ver o senado se articular para acabar com a delação premiada, com as prerrogativas trabalhistas e tantos outros direitos usando como argumento a necessidade do país crescer, quando eles é quem precisam crescer. Não dá para acreditar que tudo vai bem, quando tudo vai mal. Não dá para acreditar que os maus triunfem e que não existe um poder maior ao qual terão de prestar contas. 

Daí as palavras de Gilberto Gil: andar com fé eu vou, que a fé não, não pode faiar. Como cristão creio que o Deus em que lanço a minha fé não pode falhar. Por este motivo aguardo que a justiça daquele perante quem não cabem recursos, se realize em meu país. Um forte Abraço e boa abertura dos jogos olímpicos para quem tiver estômago. 

Marcelo Medeiros. 

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Cabeça pra cima - Versões de Bíblias


Foi ao ar na semana passada, pela TV BOAS NOVAS, minha participação no programa cabeça pra cima. Neste tive a oportunidade de, ao lado de Israel Belo Azevedo (pastor da Batista de Itacuruçá) e Acyr Gerone (secretário da SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL), falar a respeito de versões de Bíblias. 

Na foto estou ao lado de Acyr Gerone enquanto o mesmo apresenta uma Bíblia em braile (na verdade o livro de Levítico), que a despeito do elevado custo de produção pode ser obtida gratuitamente. Um balanço positivo do programa foi a distinção feita entre versões de Bíblias e seguimentos de bíblias. A Septuaginta, a Vulgata (latim) são exemplos de versões, ao passo que Bíblia da Mulher e outras figura em seguimentos de Bíblias. 

As versões de Bíblia tem como objetivo facilitar, por parte do leitor o acesso à mensagem das Escrituras Sagradas. Esta é a razão de ser de, em língua portuguesa termos: a , A Almeida Corrigida Fiel, Almeida Contemporânea, Almeida Revista e Atualizada, Nova Tradução na Linguagem de Hoje e Nova Versão Internacional. 

Merecem destaque entre as versões as Bíblias na versão católica Bíblia de Jerusalém e Tradução Ecumênica Brasileira.Estas traduções além de ótimas referências por parte de autoridades na área da exegese, são facilmente compreensíveis (falo a partir da experiência que tenho tido como professor de Escola Bíblica Dominical e de seminários. 

As Bíblias de Estudo Jonh MacArthur, Genebra e Almeida se utilizam da versão Almeida Revista e Atualizada (inicialmente a Scofield também de valeu desta versão, agora os recursos e notas deste teólogo dispensacionalista são traduzidos na versão Almeida Corrigida Fiel),ao passo que a Plenitude existe tanto a Almeida Revista e Atualizada, quanto a Almeida Revista e Corrigida. Tanto a Bíblia de Estudo Dake quanto a Pentecostal existem na versão Almeida Revista e Corrigida. 

A adoção de um modelo de Bíblia depende muito do que a pessoa busca. Se o interesse for teológico, além das Bíblias de Estudo já indicadas acima pode-se acrescentar: A Bíblia de Estudo Thompson (cuja versão adotada é a Almeida Contemporânea), a Anotada (Almeida Revista e Atualizada) e Shedd (idem). 

Estas Bíblias com seus respectivos recursos visam colocar conhecimento teológico ao alcance de pessoas leigas e claro, podem ser usadas por obreiros que não dispõem de tempo para uma leitura exegética mais aprofundada. E melhor ainda, podem servir de base para uma compreensão e um estudo mais aprofundado no futuro. Este foi o meu caso, meu interesse pela exegese, pelo grego e pelo hebraico foram despertados pela Bíblia de Estudo Plenitude e ainda hoje vejo a Palavra Chave como fonte de meus estudos na área de exegese. 



Marcelo Medeiros, em Cristo. 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O Trabalho e Atributo de um Ganhador de Almas


Particularmente gostaria de propor ao leitor uma leitura a partir da temática: O Trabalho e Atributo de um Evangelista. A expressão Ganhador de Almas pressupõe aquisição de benefício, ou vantagem no exercício de uma tarefa, o que nada tem a ver com a figura do pregador do Evangelho. Feita esta observação inicial cabe ressaltar que:

  1. A tarefa da Evangelização é de incumbência do povo de Deus como um todo. 
  2. Que Deus levanta Evangelistas com o intuito realizarem um trabalho de pregação e plantação de Igrejas. 
  3. Que as pessoas que se enquadram neste perfil precisam desenvolver um trabalho com os devidos moldes bíblicos e serem marcadas por determinadas qualidades. 
Feitas as colocações há que se passar ao estudo. 

A EVANGELIZAÇÃO E A CONGREGAÇÃO

Um texto que serve para esta reflexão inicial é o de Atos dos Apóstolos. 
Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra (At 8. 4 ARCF). E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia  (At 11. 19 - 22 ARCF). 
O que o texto mostra é que o Evangelho saiu do círculo judaico, por meio de uma perseguição, decorrente da morte de Estevão. O termo dispersos é a tradução de διασπαρεντες (diasporentes), de onde vem διασπορα (diáspora), ou dispersão. É curioso que uma perseguição tenha promovido a expansão do Evangelho, mas foi isto que aconteceu. 

Antes destes versos, o que se percebe é a atuação majoritária dos apóstolos. Daqui para frente uma narrativa em que o papel dos irmãos da congregação é primordial. Lucas afirma que eles ευαγγελιζομενοι τον λογον (euaggelizomenói ton logon). O anúncio do Evangelho confunde-se com a propagação da própria palavra de Deus. 

O texto destaca ainda que em princípio o evangelismo era direcionado aos judeus, uma vez que os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Este mesmo padrão é seguido por Paulo em razão da compreensão de que estes precedem aos gentios na economia da salvação. 

Todavia esta mesma lógica é quebrada uima vez que chíprios e cirenenses, entraram em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus - ελαλουν προς τους ελληνιστας ευαγγελιζομενοι τον κυριον ιησουν (elaloun pros helleenitstas euanggelizomenoi ton kurion Iesoun) - em outras palavras, eles evangelizavam ao falar de Jesus. EVANGELIZAR É FALAR DE CRISTO, e TÃO SOMENTE DE CRISTO.

Tudo o que advém da fala evangelística resulta de uma ação divina. Aqui há que se observar que não existem ganhadores de almas. Há mensageiros cujo efeito de suas mensagens é visto de imediato, e aqueles cujo resultado se dá à médio e longo prazo. Independente de como ocorra o texto afirma asseveradamente: E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor., indicando com isto que os resultados são garantidos pela ação de Deus.

Lucas afirma que todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar (Lc 2. 47 ARCF), Se é Deus quem acrescenta à Igreja quem tem de ser salvo, onde está o espaço para que se pense em ganhadores de almas? Escrevendo aos irmãos de Corinto Paulo pergunta: quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? (I Co 3. 5 ARCF) e prossegue dizendo: Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento (I Co 3. 6 ARCF), e arremata afirmando:  Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento (I Co 3. 7 ARCF).

Cada Evangelista é um serviçal, cuja capacidade de conduzir pessoas à fé em Cristo decorre da medida do dom de Cristo concedida a cada um. A razão de ser do evangelismo em conjunto, se deve ao fato de que nem mesmo Paulo realizou a obra sozinho, antes contou com a cooperação de vários obreiros dentre os quais Apolo.

Independente de qualquer fator, o crescimento procede de Deus. Esta é uma marca distinta do Reino. Jesus disse:
O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa (Mc 4. 26 - 29 ARCF). 
O que este texto ensina é que o Reino de Deus é similar à dinâmica da plantação. Ao homem cabe o papel de semear, ao passo que é a terra e a natureza da semente que traz o devido resultado. No contexto de Marcos, esta parábola segue a do semeador. Com isto  fica indicado que os resultados da pregação dependem exclusivamente de Deus. Somente uma visão histórica romanceada assimila que existam heróis no Reino de Deus.

Evangelismo é atividade eclesiástica, é incumbência da Igreja de Cristo Jesus e ponto. Ao Senhor compete o acrescentar almas à sua Igreja, algo que ELE  faz de acordo com sua soberana e eterna vontade.

FELIPE O EVANGELISTA
E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia; Pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria naquela cidade. E estava ali um certo homem, chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; Ao qual todos atendiam, desde o menor até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. E atendiam-no, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas. Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres (At 8. 5 - 12 ARCF). 
Em consonância com a ação da Eclésia, Felipe prega a Cristo. Sendo que para a ação deste evangelista o termo empregado é κηρύσσώ (keryssoo). O papel de Felipe foi o e um arauto, cuja missão é anunciar em voz alta as decisões judiciais. Deus cooperou com este como o fez com os demais apóstolos, confirmando a palavra por meio de sinais. Estes vão desde a expulsão de demônios,até as mais diversas curas. 

A menção da conversão de um mago, ou mágico serve para a distinção entre as manifestações do poder de Deus e as habilidades ilusionista. A narrativa fecha com a proposta de simão ao apóstolo Pedro a fim de obter junto a este o poder de realizar os sinais que estes realizavam. Diante da negativa e da repreensão este segue seu caminho e os apóstolos continuam a anunciar Cristo nas aldeias dos samaritanos. 

O tema da pregação de Felipe era o Reino de Deus e o nome de Jesus. Possivelmente a menção ao nome se devesse às explicações sobre a origem e natureza dos milagres. O Resultado foi a adesão e o batismo de todos quantos ouviram e creram na mensagem de Felipe. Mas o Evangelismo não se esgota aqui. O papel decisivo do Evangelista em apreço junto ao eunuco tem de ser destacado. 
E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta. E levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adoração, Regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro. E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, Assim não abriu a sua boca. Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; E quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro? Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus. E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho (At 8. 26 - 39 ARCF). 
A direção para Felipe vem de Deus. Aliás Deus manda Felipé pregar ao Eunuco, manda Pedro acompanhar a comitiva de Cornélio, proíbe Paulo de pregar na Mísia e na Bitínia, mas o orienta em sonhos para se dirigir à Macedônia. Todavia a orientação se restringe à aproximação entre o Evangelista e o público alvo.

Uma dúvida bíblica foi a causa da aproximação entre Felipe e o Eunuco. Da resposta veio a oportunidade de anunciar Cristo. O texto lido Is 53 despertava dúvidas porque alguns diziam que se tratava do profeta, outros que o servo do Senhor seria o povo de Israel. Felipe diz que era Cristo. Maus uma vez o Evangelho trouxe alegria e como resultado o Batismo.

Mais uma vez o alvo foi o anúncio de Cristo, tendo na Escritura o seu ponto de partida. Não cabe ao evangelista propor soluções para necessidades além de Cristo. Esta é a maior oferta do Evangelho, na verdade a única. Como disse Brennan Manning Jesus é todo o Evangelho. Qualquer pessoa que apareça no Evangelho aparece como alguém que reage à Cristo.

QUALIDADES DE UM EVANGELISTA

  1. O Evangelista tem como qualidade o senso de oportunidade. O que poderia ter sido uima tragédia para a Igreja do primeiro século foi a maior das oportunidades para que o Evangelho chegasse em Samaria e daí fosse para os confins da terra, representado por Antioquia no texto de At 11.  
  2. Fidelidade à mensagem da Palavra de Deus. O Evangelho é bibliocêntrico, evangelizar é anunciar a Palavra de Deus. 
  3. Demanda conhecimento das especificidades do público alvo. A facilidade em Evangelizar aos judeus (o mesmo se aplica ao eunuco que vinha na carruagem) se deu em razão de que as Escrituras funcionaram como mediadoras, o mundo da ápoca er amais inserido na cultura bíblica. 
  4. Hoje o Evangelista é alguém que tem o papel de um construtor de pontes. No Evangelismo tal se dá mediante a percepção dos anseios do mundo atual e de como o Evangelho responde a tais anseios. 
  5. A conversão é a finalidade do Evangelho, Todavia esta é uma obra feita exclusivamente por Deus em Cristo e pelo Espírito. Daí a necessidade de que o pregador do Evangelho conte com o auxílio divino na tarefa. 
Deus os abençoe em Cristo, Marcelo Medeiros. 


Calvinismo, Arminianismo e Quixotismo instiucional



Foi um tremendo de um desafio achar as palavras para me expressar neste post. Desde minha adolescência me encontro doutrinariamente nas doutrinas da reforma. Isto faz de mim um ser híbrido? Sim, ainda creio na contemporaneidade dos dons espirituais, e este é o meu vínculo com a Assembleia de Deus. Com exceção de algumas discussões, que hoje considero tolas, jamais tentei calvinizar alguém dentro, ou fora da instituição, mesmo nos seminários minha atuação é mais bíblica e quando faço abordagens teológicas, procuro o máximo de imparcialidade.

Me entristeci profundamente com a campanha que alguns líderes de minha denominação fizeram com intuito de impedir a realização de um evento na CPAD Megastore no centro da Cidade do Rio de Janeiro. Minha intenção com este post não é defender o Augustus Nicodemus Lopes, nem atacar a CPAD, ou a FAECAD, ou qualquer instituição que seja. Na minha opinião os verdadeiros responsáveis são os arminianos de internet. Permitam-me a explicação. Afinal, graças a Deus tenho vários amigos semi-pelagianos e arminianos.

Falo de  gente com a vida e cabeça adoecida que possivelmente tenha descoberto o arminianismo em função do crescimento do calvinismo, mas que por não entender nem um nem outro resolveu transformar um fenômeno epistemológico em uma verdadeira guerra ideológica. Neste post pretendo elencar algumas das razões apresentadas em redes sociais para a campanha cancelando a Vinda de Nicodemus e refutar reposta por resposta.

De acordo com os Quixotes da Internet:

  1. Nicodemus zomba dos Pentecostais em vários vídeos. Exemplo: diz que vai pregar como pentecostal, sem esboço, quando o seu cai. 
  2. Ele faz chacota com o dom de línguas. 
  3. Incentiva o proselitismo neste link
  4. Ironiza ao dizer que os pentecostais estão predestinados a levarem em frente o Calvinismo. 
  5. Ele baseia sua refutação ao apostolado na visão cessacionista.
  6. O livro apóstolos é da editora Fiel, totalmente antipentecostal.
  7. Em razão da elaboração, por parte das ADs de um credo cuja finalidade é a afirmação da soteriologia arminiana. Logo, 
  8. Tanto Nicodemus quanto Franklin Ferreira afirmam que o caminho que o pentecostalismo tomar definirá o futuro das Igrejas brasileiras.
Vamos às respostas:

  1. Sou professor e pregador pentecostal (ou carismático se quiser), mas não vi ofensa na fala de Nicodemus. Até porque prego sem esboço (jamais sem estudar, ler, e refletir a temática que me proponha falar). Não vejo demérito algum em escrever, ou não um sermão, não é sobre estas bases que se apóia a prédica cristã. De igual modo não faço desta piada do Nicodemus, um cavalo de batalha. 
  2. Assisti o vídeo sobre o mau emprego do dom de línguas. Sobre as tirinhas humorísticas  o que tenho a dizer é que os próprios pentecostais são pioneiros neste tipo de piada. A respeito da base bíblica fornecida concordo plenamente com a base bíblica dada pelo mesmo, embora descorde de que At 2 seja o padrão, e isto em razão de At 10 e 19. 
  3. Embora eu seja calvinista e membro da AD desde a minha adolescência, jamais fiz de minhas posições teológicas um cavalo de batalha. Cedo percebi a carência bíblica e cultural generalizada e um total desprezo por parte das lideranças das Igrejas das quais fui membro, para com o ensino. Quando as pessoas descobriram minha afinidade com a fé reformada e em particular com o Calvinismo, se assustam.. Prova maior de que não há proselitistas calvinizadores na AD. 
  4. Esta quarta crítica se mistura à oitava, daí que me reserve para a análise desta última. Mas desde já adianto que não há espçao para deboche aqui. 
  5. A despeito de Nicodemus basear sua visão a respeito dos apóstolos no cessacionismo, fato é que a argumentação dele tem como premissa maior o fato de que apóstolos foram aqueles que testemunharam os eventos pertinentes à morte  e ressurreição de Cristo. 
  6. A fiel publica livros de autores cessacionistas é verdade. Mas também publica autores que são continuístas. Paul Wascher e Piper são exemplos. O incoerente seria a CPAD publicar um livro que abordasse qualquer assunto sob a ótica cessacionista. Mas divulgar uma obra que é comercializada em uma de suas lojas não consiste incoerência sob hipótese alguma. 
  7. Temo por este credo escrito pela AD, e isto por uma razão: jamais vi em minha existência enquanto membro da referida denominação um único esforço seja escrito, seja de púlpito de expressar algo próximo do arminianismo, seja o clássico, seja o wesleyano. 
  8. A situação se torna ainda mais grave quando se apela aos escritos dos grandes nomes sobre a matéria. As tentativas de síntese precisam levar em consideração os aspectos convergentes nas duas cosmovisões, o que demanda uma análise mais centrada nos aspectos comuns de ambas do que nas divergências. 
  9. O crescimento do Calvinismo dentro das ADs nada tem a ver com proselitismo. Ainda que se formule um credo de fé, nada impede que um crente se dirija a uma loja, estude a fé reformada e se convença da lógica e coerência da mesma. 
E acima de tudo, abaixo à lógica da difamação mútua entre ambos os grupos. Que no lugar do bastão do Sínodo de Dorth nas mãos dos Arminianos esteja a paz de Cristo como árbitro nos corações. 

Em Cristo, Marcelo Medeiros. 

Isto sim é campanha difamatória




Os produtores desta página precisam entender,entre outras questões, que foi do calvinismo que veio a ética protestante que deu ao mundo um conjunto de valores que permitiram a ascensão do capitalismo. Possa ser que prefiram o feudalismo ao capitalismo e a cultura católica à protestante. 


Max Weber em sua análise do fenômeno supra disse que o que em princípio era acumulação de riqueza para a glória de Deus, daria margem a uma série de vícios. Daí que posso intuir que o fenômeno com a Europa nada tenha a ver com Calvinismo, como levianamente colocado aqui, mas com a prosperidade experimentada neste continente. Veja a América,. por exemplo, majoritariamente arminiana. 

Resumindo o que mata com uma Igreja são problemas relacionados à ansiedade, enriquecimento, busca desenfreada por prazeres (hedonismo), e um evangelho que se coloca à serviço destes propósitos humanos mais baixos. Esta é a luta real pela causa do Evangelho, o resto é picuinha de quem não sabe nem o que é calvinismo, nem arminianismo, mas acha chique escolher um lado para defender, como se ser um, ou outro fosse o mesmo que ser flamenguista e vascaíno. 



Abraços. Marcelo Medeiros. 

sábado, 16 de julho de 2016

Igreja Agência Evangelizadora



A Igreja é a Agência Evangelizadora. Com isto, o que se quer dizer é que a razão de ser desta é a evangelização, ou a pregação do Evangelho. A grande comissão é o relato que expõe claramente  esta dimensão, ou modo de ser da Igreja. Todavia existem outros ensinos claros de Cristo que apontam para esta mesma verdade. O objetivo primordial deste post consiste em apontar para estes ensinos e articular os mesmos com os relatos da grande comissão e a descrição da atividade da comunidade primitiva nos Atos dos Apóstolos. 

O ENSINO DE CRISTO A RESPEITO DA NATUREZA DA IGREJA
Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5. 13 - 16 ARCF). 
Não se sabe ao certo, se por razões medicinais, ou meramente religiosas o sal era um elemento que era esfregado em uma criança recém nascida. Todavia seu uso mais importante se deve às funções preservativas do mesmo, conforme destacado por Lucas em seu evangelho. Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça (Lc 14. 34, 35 ARCF). 

Partindo deste elemento pode-se concluir que o texto de Mt 5. 13 - 16 na verdade versa a respeito da influência que os discípulos exercem na terra. É de suma importância, para a percepção de tal a leitura articulada com Mt 5. 2 - 12, onde as características dos discípulos de Jesus são traçadas. Quais?

  1. Senso de miséria espiritual e dependência divina, representado na pobreza. Falo a respeito neste e neste texto
  2. A contrição e o arrependimento decorrentes do senso de miséria espiritual, do qual falo melhor neste texto.  
  3. A mansidão cuja marca maior é a capacidade de autocrítica. 
  4. A fome de Deus e de Cristo e de sua Palavra.
  5. A misericórdia de acordo com este post, esta pode ser exercida pelo comedimento no julgar aos outros, ou pelo menos em fazê-lo de forma temerária. 
  6. A esta última pode-se somar um coração limpo, e 
  7. um espírito pacífico, decorrente da mansidão e misericórdia. 
Estes, mesmo sob o peso e esmagamento da perseguição exercem influência sobre os indivíduos. Deus soberanamente escolheu trabalhar desta forma a fim de que os êxitos do Evangelho pertencessem exclusivamente a Ele. Em outro texto Paulo fala claramente desta contraposição entre a majestade de Deus e do Evangelho e a fragilidade dos instrumentos que Cristo levanta a fim de proclamar sua Palavra. 
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós (II Co 4. 3 - 7 ARCF). 
Que o leitor perceba uma verdade. O Evangelho traz a Glória de Cristo, que é a imagem de Deus, traz como conteúdo o próprio Cristo, o Senhor, traz  iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Tal como no caso das lamparinas da Judeia, é marcada pela contraposição fragilidade do recipiente e excelência do conteúdo. Feitas as considerações iniciais, necessário se faz abordar a Grande comissão. 

A GRANDE COMISSÃO
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém (Mt 28. 18 - 20 ARCF). 
A comissão na ótica de Mateus tem a ver com a autoridade que Cristo recebe imediatamente após a ressurreição, a fim de que se perceba tal verdade basta olhar para o kerigma primitivo e ver o quanto Jesus é chamado de SENHOR.  Sob esta autoridade os discípulos são enviados a batizar em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo

A comissão aqui compreende o discipulado cuja marca é a submissão obediente ao que Cristo ensinou. Para mais a respeito do discipulado ver aqui. A Igreja compreendeu isto perfeitamente tanto que o primeiro historiador chamou os fiéis da mesma de μαθηται (mathetai). O crescimento da Igreja primitiva equivalia ao crescimento do número dos discípulos. 
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém (Mc 16. 15 - 20 ARCF). 
A respeito deste último texto traço minhas considerações neste post.  A ordem é para que os discípulos preguem pelo caminho. somente duas reações são possíveis, a de crença no Evangelho, e a de rejeição. Jesus oferece aos seus sucessores poder para que a mensagem seja confirmada por meio de sinais. 

A IGREJA PRIMITIVA E A OBEDIÊNCIA À GRANDE COMISSÃO

O testemunho da Igreja primitiva decorre do derramamento do Espírito no Pentecoste. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder (Lc 24. 49 ARCF), e: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra (At 1. 8 ARCF). 

Após o derramar do Espírito, os apóstolos compeçaram a pregar com ousadia. Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras (At 2. 14 ARCF), e como efeito da mensagem entregue sob autoridade, inspiração e poder do Espírito, três mil almas se renderam. 
E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas (At 2. 37 - 41 ARCF). 

  1. A mensagem esmaga, quebranta o coração dos ouvintes. 
  2. Eles perguntam aos apóstolos o que devem fazer. 
  3. Os apóstolos apontam para eles o arrependimento e o batismo como condição, a fim de que os ouvintes desfrutem  dos dons do Espírito e da salvação. 
  4. Os apóstolos recomendam aos seus ouvintes, agora convertidos que os mesmos se separem de sua geração. 
  5. Somente após tais recomendações as pessoas são batizadas. 
  6. O batismo aqui decorre da recepção à PALAVRA DE DEUS. 
Ao lado do mover do Espírito, a oração era a mola propulsora da evangelização na Igreja primitiva. E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus (At 4. 31 ARCF). O efeito imediato do mover do Espírito Santo aqui é a fala aberta e ousada por parte dos discípulos de Cristo. O termo anunciar aqui tem a ver com o verbo grego λαλέω (laleoo), que é a fala a respeito de um assunto específico. 

Outro termo importante é παρρησιας (parresias), cujo sentido é o de ousadia. Em outras palavras os discípulos propagavam o Evangelho abertamente, e até de forma rude. Talvez seja uma alusão ao caráter acusatório do Evangelho, uma vez que em todo o querigma os judeus são acusados da morte de Cristo e os gentios de sua idolatria. 
Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas (At 3. 14, 15 ARCF). 
Por mera questão de tempo concluo este estudo afirmando a dependência do Espírito, da oração e da palavra para que a Igreja conclua sua missão enqunto agência evangelizadora. Em Cristo. 

Marcelo Medeiros. 

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Deus o Primeiro Evangelista




Este é mais um post que tem como objetivo principal dar aos alunos e professores da Escola Bíblica Dominical, que estudam a lição das Casas Publicadoras das Assembleias de Deus, os subsídios necessários para um maior aproveitamento de seus estudos. A lição deste próximo domingo parte da premissa de que Deus deu início à atividade de evangelização e que por este motivo exige de nós amor e responsabilidade para com esta tarefa.

Já na introdução é perceptível a intenção do autor em articular a revelação de Deus à pessoa de Abraão com o anúncio do Evangelho enquanto iniciativa divina. O problema que se levanta contra esta pressuposição é o de que desde o Éden o Senhor deu claros indicativos de que haveria de redimir o homem de seu estado pecaminoso.

A ideia de que Deus anunciou o Evangelho primeiramente a Abraão, vem de uma citação paulina cujo texto na íntegra afirma: Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti (Gl 3. 8 ARCF). feita a colocação, cabe a pergunta: o que precisamente Paulo está querendo dizer ao afirmar que Deus anunciou o primeiro o evangelho a Abraão?

O TEXTO ÁUREO EM SUA ACEPÇÃO


Acepção aqui é a distinção entre o que o autor do texto bíblico quer dizer, e o que o autor da lição disse. Não creio ser incorreto afirmar que Deus é um evangelista (portador de boas novas). Ele trouxe excelentes notícias aos patriarcas, aos profetas, reis e inúmeros servos dentre o povo de Deus. Mas ainda se faz necessário que se considere do texto áureo em seu contexto.

Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão (Gl 3. 6 - 9 ARCF). 
A expressão inicial das palavras de Paulo nesta sentença  "Assim como" são indicadores de que uma similitude, ou um paralelismo está se estabelecendo aqui. Em primeiro lugar ao efetuar uma leitura em seu devido contexto percebe-se que o autor do texto acima faz uma conexão entre a promessa a Abraão e a pregação da fé.Esta evidenciou Jesus e trouxe o Espírito para a dimensão de vida dos crentes da Galácia.

Em seguida Paulo propõe um paralelo entre a benção de Abraão e a justificação pela fé em Cristo. Este é o Evangelho que Deus anunciou primeiramente a Abraão.
Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho. E chamou Abraão o nome daquele lugar: o Senhor proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do Senhor se proverá. Então o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus, E disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos (Gn 22. 13 - 17 ARCF). 
Na carta aos Romanos Paul vai afirmar que esta descendência de Abraão não é o povo que descende do patriarca segundo a carne, mas aqueles que são da fé.
Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência. Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho. E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú (Rm 9. 6 - 13 ARCF).
Este mesmo argumento será reforçado em Gálatas quando Paulo afirma: Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo (Gl 3. 16 ARCF).  É em Cristo que as promessas de Deus feitas aos patriarcas são realizadas. Todavia a realização das mesmas não mais está na esfera material, mas na espiritual.

Em outras palavras, a benção de Abraão aqui nada tem a ver com a as campanhas de fé, realizadas por gente inescrupulosa, que na verdade não possui fé alguma. É antes a fruição plena das promessas de justificação pela fé e de vida no Espírito. Tanto Jonh MacArthur quanto Jonh Stott afirmam asseveradamente estas verdades.;

Nas lições do corrente trimestre e nos estudos publicados neste blog, há que se esclarecer que o cerne do Kerigma (entenda-se pregação) apostólico era este: Deus cumpriu em Cristo as promessas feitas aos patriarcas e ratificadas ao povo da aliança. O Messias encarnado, crucificado e ressurreto cumpre plenamente as expectativas depositadas Isaque e sua descendência.

Assim MacArthur entende que as boas novas à Abraão se manifestam na promessa de salvação para todos os povos, sendo este patriarca o instrumento para o cumprimento das mesmas. Retornando ao texto de Gálatas há que se observar ainda que para Paulo dar maior tom de autoridade à sua argumentação ele apela às Escrituras. Aqui há que se perceber mais uma vez que o Evangelho é estritamente escriturístico.

Toda vez que se depara com uma profecia messiânica as boas novas aparecem repentinamente diante do leitor da Bíblia. Com vistas a realçar esta verdade Paulo personifica as Escrituras, afirmando que as mesmas previram que Deus havia de justificar pela fé os gentiosPorque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra (Rm 9. 17 ARCF), e: Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido (Rm 10. 11 ARCF). e ainda: Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? (Rm 11. 2, 3 ARCF).

Neste ponto especificamente a Escritura é equiparada ao próprio Deus, quando Paulo prossegue afirmando: Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal (Rm 11. 4 ARCF).O Evangelho é a Escritura. Sem esta não existe aquele. Logo, a afirmação de que a benção de Abraão se realiza na justificação pela fé dos crentes é fundamentada. 

O EVANGELHO NAS ESCRITURAS
Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar (I Pe 1. 10 - 12 ARCF). 
Há que se observar aqui que tudo o que ocorreu com Cristo é produto do cumprimento das profecias. Tudo mesmo. Seu nascimento virginal, sua pobreza, a visita dos magos, sua apresentação no templo, a fuga para o Egito, o retorno para a Galiléia o estabelecimento em Nazaré, vida, morte, e ressurreição são descritos como realização das profecias. 

O quer este texto diz é que o Evangelho foi antecipado nas Escrituras. Ele foi dito antecipadamente quando nas estepes do Sinai Deus vindicou para si toda a terra como sua propriedade e marcou Israel como propriedade exclusiva.Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel (Ex 19. 5, 6 ARCF).  

Os sinais que Deus realizou antes da saída do povo do Egito antecipam o Evangelho, uma vez que por meio dos mesmos o nome de Deus foi glorificado. 
Então disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva; Porque esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra. Porque agora tenho estendido minha mão, para te ferir a ti e ao teu povo com pestilência, e para que sejas destruído da terra; Mas, deveras, para isto te mantive, para mostrar meu poder em ti, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra (Ex 9. 13 - 16 ARCF). 
Perceba que na palavra que Deus ordena que Moisés fale ao soberano egípcio é dito claramente que Faraó foi mantido em seu posto para que o nome de Deus fosse glorificado em toda a terra. E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim (Ex 14. 4 ARCF).  

Quando Paulo citou este texto, empregou διαγγέλω (diaggeloo), que consiste em anunciar plenamente um fato, ou notícia. No texto grego do AT, διαγγέλω é empregado para traduzir סַפֵּ֥ר (Shapt). E o fato é que o nome de Deus espalhou a partir dos feitos, tanto que Raabe disse aos espias que acolheu: Bem sei que o Senhor vos deu esta terra e que o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desfalecidos diante de vós (Js 2. 9 ARCF). 

Sob este prisma o propósito da lei é revelar a sabedoria manifesta de Deus, bem como a proximidade deste em relação ao povo. 
Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus; para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que nação há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós? (Dt 4. 5 - 8 ARCF). 
Deus faz inúmeras promessas de que os povos haveriam de serem incluídos na economia da Salvação. E alguns destes textos podem ser mencionados abaixo. 
Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face. Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações (Sl 22. 27, 28 ARCF). 
Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o teu nome. Porque tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus (Sl 86. 9, 10 ARCF).  
Para anunciarem o nome do Senhor em Sião, e o seu louvor em Jerusalém, Quando os povos se ajuntarem, e os reinos, para servirem ao Senhor  (Sl 102. 21, 22 ARCF).  
Em alguns momentos da vida do povo eleito esta verdade foi ofuscada pelo nacionalismo e  pela xenofobia. Mas a verdade persistiu. Hoje o desafio se foca na questão do denominacionalismo e outros vícios evangélicos que tem feito da Igreja um clube particular de santos, ou uma agência de entretenimento, ao invés de uma prestadora de serviços na divulgação do Evangelho.

Marcelo Medeiros.
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