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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O legado de Elias



Em nossa última postagem a respeito de uma lição da Escola Bíblica Dominical, deixamos um Elias em um quadro, cujos sintomas eram similares ao da depressão. O tratamento que Deus ministra sobre a vida de Elias é a voz em meio a uma brisa suave e a missão de fazer sucessão. Uma das causas da depressão, do abatimento, ou do desânimo do servo de Deus, está no fato de que, a despeito da seca, da manifestação no Carmelo, da forte chuva que veio após o servo de Deus ter orado, o povo não abandonou o culto a Ba'al.
É com Jeú que tal culto será definitivamente erradicado em Israel, isto, de acordo com o relato do autor do livro dos Reis (II Rs 10. 28). No livro do profeta Oséias encontraremos o lamento de Deus pela idolatria de Israel. Ainda lá, Ba'al pode ser visto como concorrente do Senhor (Os 2. 8). Mas nesta lição focaremos o legado de Elias. Connvém-nos perguntar: o que é legado?
 
O que significa o termo legado?

Dentre os significados que o dicionáro eletrônico Michaellis apresenta, temos:
  1. Disposição, a título gracioso, por via da qual uma pessoa confia a outra, em testamento, um determinado benefício, de natureza patrimonial; doação "causa-mortis".
  2. Parte da herança deixada pelo testador a quem não seja herdeiro por disposição testamentária nem fideicomissário.
  3. No sentido cultural do termo: língua, costumes e tradições, que passam de uma a outra geração.
  4. Que, ou o que é encarregado de qualquer missão diplomática.
O que entendemos das definições é que legado é o mesmo que herança. Ao falarmos do legado de Elias, temos de nos perguntar pela herança que ele deixou. outra pergunta incômoda: quais foram os bens deixados por Elias, e quem foi seu herdeiro? Se atentarmos bem para nas narrativas que abordam a vida de Elias veremos que o texto não faz menção a nada do que conhecemos como bem material, casa, dinheiro, riquezas, bois, animais, etc. Que herança Elias teria deixado?
Responder estas incômodas perguntas é de suma importância para que venhamos a entender o significadode um legado de Elias. Como um homem que ao ser arrebatado deixou somente uma capa ao seu discípulo pode ter deixado um legado em Israel?

O legado de Elias
 
Elias deixou o Espirito profético para a vida de Eliseu. Se atentarmos bem veremos que o ministério de ambos é bem parecido. Os dois realizaram milagres de controle sobre as águas, ambos assitiram e foram ajudados, ou socorridos por mulheres, ressuscitaram mortos, abençoaram a vida de gentios, foram perseguidos por reis cruéis. 
O chamado de Eliseu, conforme vemos no texto da lição apresente uma séria polêmica. Por quais motivos Deus escolheu Eliseu, ao invés de alguém do colegiado profético? Quando focamos o texto de II Rs 2. 1 - 10, percebemos que os discípulos dos profetas sabiam que Deus tomaria Elias diante de Eliseu. Estes discípulos eram homens que  faziam parte de uma antiga escola, cuja finalidade era a formação de profetas. O modo com o qual Deus indica Eliseu, ao invés de um discípulo, ou do servo de Elias, nos mostra que Deus é livre em sua escolha. Pela lógica humana, o herdeiro jamais teria sido Eliseu, mas Deus assim o quis.
Por último, Eliseu é encarregado de cumprir a missão de Elias. A ele caberá o papel de resistir os maus reis de Israel, entregar palavras proféticas, realizar os sinais que comprovam que o verdadeiro Deus é o Deus de Israel. Eliseu recebe de elias uma ordem, um encargo, o dever de levar adiante a missão que lhe foi outorgada.
Em termos culturais, o legado de Elias se vê na Teologia dos profetas. Ao contrário do que se vê nos Salmos, nos quais alguns autores adimitem a existência de outros deuses (Sl 82. 1; 86. 5; 95. 3), os profetas afirma que os deuses das nações são meros ídolos. Isaías afirma, que ao contrário do Deus de Israel, eles não podem revelar o futuro (Is 41. 23), e Jeremias pergunta: pode o homem mortal fazer os seus próprios deuses? ao que ele mesmo responde: Sim, mas estes não seriam deuses! (Jr 16. 20 NVI).
É verdade que ainda nos Salmos temos algumas declarações a respeito da nulidade dos ídolos. Um exemplo é este clássico: Os ídolos das nações não passam de prata e ouro, feitos por mãos humanas. Têm boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; têm ouvidos, mas não podem escutar, nem há respiração em sua boca. Tornem-se como eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam (Sl 135. 15 - 18 NVI). Mas ao observamos o contexto amplo do mesmo veremos que ainda se consideram as demais divindades. De forma que o mesmo salmista afirma: Na verdade, sei que o Senhor é grande, que o nosso Soberano é maior do que todos os deuses (Sl 135. 5 NVI). Mas é nos profetas que vemos este grito de que apenas Deus é Deus.
A verdade que não foi dita de coração no momento em que o povo de Israel viu que pelo clamor de Elias desceu fogo do céu, é afirmada de forma viceral em Israel pela boca dos profetas (Is 41. 24, 29; Jr 2. 11; 5. 7; 16. 20). E não temos como negar que este é um legado de Elias, aquele que no seu próprio nome já afirma quem é o Deus verdadeiro.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
 

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