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sexta-feira, 7 de junho de 2013

A religião ainda é o ópio do povo?


O que me motiva a escrever este artigo, é que ao contrário do que Cristo ensinou, me envolvi em um debate com uma pessoa extremamente cética e dogmática ao mesmo tempo. Resultado, terminei lançando pérolas aos porcos, e coisas santas aos cães. Mas e esta história de ceticismo e dogmatismo, ao mesmo tempo, isto combina? É possível isto? Descobri que sim. C. S. Lewis escreveu em uma sátira Cartas de um diabo ao seu aprendiz a possibilidade do inferno inventar uma mistura entre o mago e o materialista. E, ao meu ver ela está presente em gente que critica o dogmatismo cristão, mas defende suas idéias como se estas fossem um dogma religioso. 
A cada postagem que o indivíduo fazia, ele colocava esta frase ao final. Para ele tal colocação era a prova inconteste de que a religião é o ópio do povo. O que ele não sabe é que as colocações de Marx precisam ser interpretadas à luz da filosofia Hegeliana, ou seja, do contexto político social do sec. XIX. E já no início do sec XX foram revisadas por Antônio Gramsci (para quem de nada adiantava a revolução proletária proposta por Marx, visto que o poder, nas sociedades atuais é repartido), e na década de sessenta por Pierre Bourdieu. Não seguir esta metodologia, é o mesmo assumir a produção intelectual dos pensadores como se dogma religioso, e ignorar o caráter transitório do saber científico. 
Gramsci verificou que o Estado tinha alcançado uma autonomia e não mais precisava da religião para justificar suas atitudes, exemplo o Nazismo e o Fascismo. De alguma forma o estado passa a ser objeto de culto e dispensa a religião como fonte de justificativa de sua existência. Nas teorias da reprodução, a Escola e as autoridades policiais, junto com os periódicos são colocados como aparelhos ideológicos ao lado do Estado. 
Pierre Bourdieu vai além ao afirmar que a Escola jamais seria uma instrumento para a transformação da sociedade, visto que ela na verdade reproduzia a dinâmica social, e mesmo os movimentos estudantis da década de 1960, eram na verdade uma expressão daquela reprodução social. 
Nada mais normal do que ler o momento atual e entender que a religião perdeu seu espaço de influência para a mídia. Afinal de contas o mundo ideal não mais é o descrito pela religião, mas o descrito pela mídia. Qualquer pessoa com um mínimo de formação que tenha lido Niestzche, percebe que a religião, perdeu sim a sua força no que tange à formação de valores
A religião ainda é o ópio do povo? Sim, para aqueles que se apegam à frases de filósofos do século XIX, e as aplicam ao contexto histórico atual de forma acrítica, assistemática, transformando o pensamento de Ludwing Feunbach e Karl Marx em dogma. Este comportamento associado ao orgulho e a arrogância intelectual desmedida, é tão religioso quanto os religiosos que estes sábios tentam combater. Mais ainda, dentro do pensamento marxista, futebol, voleibol, olimpíadas, e tantas outras coisas que apreciamos, podem ser tão alienantes, ou mais do que a religião. Se quiser conferir, veja,na íntegra, o vídeo do Luís Felipe Pondé, na postagem o ateísmo é brega.

Marcelo Medeiros.


5 comentários:

  1. sugiro a leitura deste artigo neste blog, cujo link segue abaixo:

    http://clavedelua.blogspot.com.br/2011/04/o-opio-do-povo.html.

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  2. Que interessante, pastor. Ontem, quando estava voltando do trabalho, havia duas pessoas conversando sobre religião no banco da frente do ônibus onde eu estava, e por alguns momentos algumas delas falavam um pouco mais alto e eu acabava escutando o que diziam. Numa dessas vezes uma das pessoas disse a outra que havia visto uma entrevista com um filósofo, que eu não entendi o nome, e segundo essa pessoa a entrevistadora perguntou: "...religião é o ópio do povo?", mas eu não consegui entender quando ele disse sobre a resposta do entrevistado.

    O senhor saberia dizer quem é o filósofo?

    Como estou postando a pergunta como anônima, por nao ter acesso as contas, coloquei uma senha na postagem anterior para o senhor saber quando for eu que estiver falando. Não aceite a senha para que ninguem veja e para que o senhor sabia quando for eu. Sempre mensionarei a senha uma postagem antes das postagens com o conteúdo.

    Aguardo.

    Obrigada.

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    Respostas
    1. Cara Anônima, creio que o filósofo seja Luís Felipe Pondé, cujo vídeo pode ser assistido na postagem O ateísmo é brega, neste mesmo blog. Se você ler Admirável Mundo Novo, também deste blog vai ver que a religião não é o único lenitivo que o governo usa para entorpecer a pessoa. Muito antes de se falar em Religião como ópio do povo Platão pensou no sexo como forma de dominar as pessoas na sua República.

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  3. Oi, pastor. Sou eu de novo. Mandei a senha no post anterior para saber quem sou. Não aceite a senha, por favor.

    Estou sem tempo para essistir o vídeo que me indicou, quando puder assistirei. Nesse vídeo ele diz que a religião não é o ópio do povo?

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    Respostas
    1. Não, conforme se pode ver na postagem supra, a religião foi substituída por outros entretenimentos.

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