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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Lição nº1 - 1º trimestre de 2013

 

A apostasia do Reino de Israel
 
Na lição da Escola Bíblica Dominical do presente trimestre, cujo comentário é atribuído ao Pr José Gonçalves, o assunto ar ser estudado é a vida de Elias e Eliseu. A primeira lição da presente série de estudos trata da apostasia de Israel. Este é um dos assuntos mais curiosos, uma vez que, creio eu, todo leitor da Bíblia pode perceber que ao longo da história de Israel, raros são os momentos de fidelidade do povo. Esta tendência pode ser vista no livro de Juízes e ao longo de toda história do povo eleito.
Quando o povo pecou, durante a ausência de Moisés, o Senhor Disse: Tenho visto que este povo é um povo obstinado (Ex 32. 9 NVI). Quando este mesmo povo estava para entrar na terra prometida, YHWH falou: esteja certo de que não é por causa de sua justiça que o Senhor seu Deus lhe dá esta boa terra para dela tomar posse, pois você é um povo obstinado (Dt 9. 6  NVI).
No período dos juízes de Israel, sucessivas vezes o povo se desviou. Diz o texto que falecendo o juiz, reincidiam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os, e adorando-os; nada deixavam das suas obras, nem do seu obstinado caminho (Jz 2. 19 NVI).  No período dos reis a apostasia tem a sua origem nos casamentos mistos de Salomão. Na medida em que este rei vai construindo um templo para cada concubina, ele vai incutindo a idolatria no inconsciente do povo.
Quando o reino é dividido, Jeroboão adota a adoração ao bezerro de ouro como estratégia para que o povo não retornasse aos reis da casa de Davi (I Rs 12. 26 - 30). Depois do reinado de Jeroboão, Israel viveu um período de turbulência política, que começou com os juízos sobre a casa de Jeroboão. Por meio de um profeta Deus disse: eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão; destruirei de Jeroboão todo o homem até ao menino, tanto o escravo como o livre em Israel; e lançarei fora os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe (I Rs 14. 10 ARCF), e disse mais profeta Aías: O Senhor levantará para si um rei sobre Israel que eliminará a família de Jeroboão. Este é o dia! Como? Sim, agora mesmo (I Rs 14. 14 NVI). O que se segue a este período é uma tremenda instabilidade política, que também pode ser lida como cumprimento da profecia, visto que por boca do profeta YHWH dissera: E o Senhor ferirá Israel, de maneira que ficará como um junco balançando na água (I Rs 14. 15).
A partir de então, o reino de Israel passa por sucessivas revoltas, e as sucessões no trono se dão por meio de conspirações e mais conspirações. Nadabe, filho de Jeroboão, tornou-se rei de Israel no segundo ano do reinado de Asa, rei de Judá, e reinou dois anos sobre Israel (I Rs 15. 25 NVI), de sorte que Baasa matou Nadabe no terceiro ano do reinado de Asa, rei de Judá, e foi o seu sucessor (I Rs 15. 28 NVI). Tão logo este último começou a reinar, matou toda a família de Jeroboão. Dos pertencentes a Jeroboão não deixou ninguém vivo, mas destruiu a todos, de acordo com a palavra do Senhor anunciada por seu servo, o silonita Aías. Isso aconteceu por causa dos pecados que Jeroboão havia cometido e havia feito Israel cometer, e porque ele tinha provocado a ira do Senhor, o Deus de Israel (I Rs 15. 29, 30). 
A última conspiração nos dias que sucederam o reinado de Acabe foi com Zinri. Ao que nos diz o texto, ele matou Elá, que reinou apenas dois anos. O reinado do conspirador, foi um dos mais curtos, durou somente sete dias (I Rs 16. 15 - 20). Este foi sucedido por Onri, que por sua vez assumiu o trono em meio a uma guerra civil, visto que o povo estava dividido. Seu reinado de doze anos é dividido em um período de seis anos em que reinou sobre Tizra e outro de igual tempo em que consolidou o seu governo sobre todo Israel (I Rs 15. 21 - 27).
Em meio a este contexto turbulento, a ascensão de Acabe ao trono sinaliza ao povo raios de estabilidade política, uma vez que no campo religioso, desde Jeroboão, que as coisas não iam muito bem. Tanto que na mesma proporção em que Davi se tornou símbolo de fidelidade, aquele se fez de infidelidade ao Senhor (I Rs 15. 26, 34; 16. 25, 30).
Embora o comentarista da lição culpe a Acabe a Jezabel pela apostasia de Israel, na verdade, o contexto mais amplo da Bíblia indica que é na dureza de coração do povo que temos a causa da apostasia. Um segundo fator é o costume cultural, construído desde o reinado de Salomão e dos seus casamentos políticos. Considerados este pontos, aí sim, podemos nos voltar para a lição em si.

O casamento misto de Acabe

Ele não apenas achou que não tinha importância cometer os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, mas também se casou com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e passou a prestar culto a Baal e adorá-lo (I Rs 16. 30 NVI). O que precisamos ver neste texto é que um padrão de comportamento, comum desde os dias de Jeroboão estava sendo seguido. A expressão como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, indica o que afirmamos. O Casamento misto foi apenas uma ponte para a concretização de um procedimento já arraigado em anos de cultura.
Para quem segue paradigmas culturais ímpios toda iniqüidade é pouca. Daí a expressão הֲנָקֵ֣ל (hbkl), indicando que para este monarca o exemplo de Jeroboão tinha de ser superando, visto que tão somente imitar seu antecessor era coisa leve por demais. É isto que precisamos entender. O Casamento é reflexo do comportamento adquirido.

A institucionalização da idolatria

Em função do seu casamento com Jezabel, Acabe passou a prestar culto a Baal e adorá-lo (I Rs 16. 30 NVI). No templo de Baal, que ele mesmo tinha construído em Samaria, Acabe ergueu um altar para Baal. Fez também um poste sagrado. Ele provocou a ira do Senhor, o Deus de Israel, mais do que todos os reis de Israel antes dele (I Rs 16. 32, 33 NVI). Conforme temos visto a idolatria, paricularmente, o culto a Baal, foi facilmente estabelecido em Israel devido ao costume do povo, e a um grupo e ações políticas que vinham sendo tomadas desde Jeroboão.
Os tópicos da lição mostram, de forma redundante, diga-se de passagem, Acabe e Jezabel como agentes da idolatria, mas o que vemos é um procedimento inculcado por meio de anos de prática idolátrica, cujas raízes podem ser identificadas em Salomão e nos templos que ele construiu para suas esposas. Tanto que durante o mesmo período (me refiro ao de Jeroboão), Judá seguiu as mesmas práticas (I Rs 14. 22 - 24).

As lições que ficam

A apostasia é um perigo real. Ela comçou em Israel, por meio de ações políticas adotadas por Salomão (seus casamentos mistos), e por Jeroboão (a iniciativa de fazer um bezerro para que o povo não fosse até Jerusamlém adorar). O mau exemplo deste último se tornou padrão entre os reis de Israel. Aqui está a essência da apostasia, um mau comportamento se torna padrão e todos vão seguindo o mau modelo. Diante disto tudo mais é apenas um desdobramento.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
 

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