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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A Longa Seca em Israel (lição nº 3)




Temos afirmado, ao longo desta série de estudos,sobre a vida de Elias, que Deus feriu a casa real, por meio de oráculos proféticos (I Rs 14. 2 - 8; 16. 1 - 8; II Cr 19. 2), No tempo de Elias, Deus fere o povo por meio de uma seca. A primeira palavra que Elias profere diante de Acabe, é: Juro pelo nome do Senhor, o Deus de Israel, a quem sirvo, que não cairá orvalho nem chuva nos anos seguintes, exceto mediante a minha palavra (I Rs 17. 1 NVI). Neste período o povo está comprometido com o culto a Baal בַּ֥עַל (Ba'al). Conforme temos visto durante os estudos que temos feito sobre a vida e trajetória de Elias, o nome Baal בַּ֥עַל (Ba'al), faz referência a uma divndade cananéia, a quem era atribuída o poder sobre a chuva e a responsabilidade pela fertilidade em Israel.

Sob este aspecto a seca profetizada por Elias tem as seguintes finalidades:

1.      Estabelecer a verdade de que é Deus quem controla o clima.
2.      Comprovar que Baal בַּ֥עַל (Ba'al) não é Deus e nem controla o clima.
3.      Fazer o povo retornar aos termos da Aliança.

Neste estudo estaremos abordando a seca que ocorreu em Israel no tempo de Elias e a finalidade religiosa e teológica da mesma.

A chuva no contexto da Aliança

Atentemos para o texto:

A terra da qual vocês vão tomar posse não é como a terra do Egito, de onde vocês vieram e onde plantavam as sementes e tinham que fazer a irrigação a pé, como numa horta. Mas a terra em que vocês, atravessando o Jordão, vão entrar para dela tomar posse, é terra de montes e vales, que bebe chuva do céu. É uma terra da qual o Senhor, o seu Deus, cuida; os olhos do Senhor, do seu Deus, estão continuamente sobre ela, do início ao fim do ano. Portanto, se vocês obedecerem fielmente aos mandamentos que hoje lhes dou, amando o Senhor, o seu Deus, e servindo-o de todo o coração e de toda a alma, então, no devido tempo, enviarei chuva sobre a sua terra, chuva de outono e de primavera, para que vocês recolham o seu cereal, e tenham vinho novo e azeite.
Ela dará pasto nos campos para os seus rebanhos, e quanto a vocês, terão o que comer e ficarão satisfeitos. Por isso, tenham cuidado para não serem enganados e levados a desviar-se para adorar outros deuses e a prostrar-se perante eles. Caso contrário, a ira do Senhor se acenderá contra vocês e ele fechará o céu para que não chova e para que a terra nada produza e assim vocês logo desaparecerão da boa terra que o Senhor lhes está dando (Dt 11. 10 - 17 NVI).

Atente para as informações:

  1. A terra santa não é similar ao Egito. Neste país se podia contar sempre, ou quase sempre com as cheias do Nilo, para irrigar as sementes,algo que não ocorria na terra prometida.
  2. Ao que podemos entender do texto acima, na terra santa a irrigação se dava mediante o acúmulo das águas nas encostas dos montes.
  3. Outro fator a ser devidamente ressaltado, é o cuidado de Deus com a terra. O texto afirma que Canaã é uma terra da qual o Senhor, o seu Deus, cuida; os olhos do Senhor, do seu Deus, estão continuamente sobre ela, do início ao fim do ano.
  4. Se Israel servir ao Senhor de todo o coração, Deus enviará chuva sobre a terra. E dadas as condições geográficas da mesma, as duas chuvas mais importantes são chuva de outono e de primavera. É por meio destas que o cereal é garantido.
  5. A chuva de outono, ou chuva temporã, é também chamada, no texto bíblico מְטַֽר־אַרְצְכֶ֛ם (mored yored). Ao passo que a chuva seródia é chamada de מַלְקֹ֑ושׁ (malkoshi).
  6. O termo מְטַֽר (mored) pode ser traduzido como chuva, e o é no seguinte texto: Ele diz à neve: Caia sobre a terra, e à chuva [מִטְרֹ֥]: Seja um forte aguaceiro [גֶ֗שֶׁם] (Jó 37. 6 NVI).
  7. Neste mesmo texto, aparece o termo גֶ֗שֶׁם (geshem), cujo sentido é o de forte aguaceiro (Jó 37. 6), dilúvio mesmo (Gn 7. 12; 8. 2), podendo ser também traduzido como chuva, como ocorre em I Rs 17. 7, ou chuva pesada (I Rs 18. 41). Ao que tudo nos indica também é necessária para a produção de mantimentos na terra. Pelo menos é o que Jeremias dá a entender quando afirma: A terra nada produziu, porque não houve chuva [גֶ֗שֶׁם]; e os lavradores, decepcionados, cobrem a cabeça (Jr 14. 4 NVI).
  8. Ao que tudo indica a chuva de primavera era esperada, tanto que Jó pode comparar sua presença com a mesma. Esperavam por mim como quem espera por uma chuvarada, e bebiam minhas palavras como quem bebe a chuva da primavera [מַלְקֹֽושׁ] (Jó 29. 23 NVI). De igual modo, a alegria no rosto do rei é sinal de vida; seu favor é como nuvem de chuva na primavera [מַלְקֹֽושׁ] (Pv 16. 15 NVI).
  9. Para todos os efeitos tais chuvas são vindicadas pelo profetismo tardio como fenômenos cujo controle exclusivo cabe a Deus. Tanto a מַלְקֹ֑ושׁ (malkoshi), quanto a  מְטַֽר (mored). Peça ao Senhor a chuva de primavera, pois, é o Senhor quem faz o trovão, quem manda a chuva e lhes dá as plantas do campo (Zc 10. 1 NVI).
  10. Para que a benção de Deus esteja continuamente sobre Israel, o povo deve guardar-se de ser enganado pelos cultos idolátricos da época.
  11. Do contrário, a ira do Senhor se acenderá contra vocês e ele fechará o céu para que não chova e para que a terra nada produza e assim vocês logo desaparecerão da boa terra que o Senhor lhes está dando.
  12. O que nos conduz à reflexão a respeito do próximo tópico.
A seca no contexto da Aliança
 
se vocês não me ouvirem e não colocarem em prática todos esses mandamentos, e desprezarem os meus decretos, rejeitarem as minhas ordenanças, deixarem de colocar em prática todos os meus mandamentos e forem infiéis à minha aliança, [...] Eu lhes quebrarei o orgulho rebelde e farei que o céu sobre vocês fique como ferro e a terra de vocês fique como bronze. A força de vocês será gasta em vão, porque a terra não lhes dará colheita, nem as árvores da terra lhes darão fruto (Lv 20. 14, 15, 19, 20 NVI).
  1. No contexto bíblico a seca é produto da desobediência do povo. Isto porque o Deus de Israel é quem controla o clima e como tal ele exige obediência do seu povo.
  2. A seca é descrita como uma forma de quebrar o orgulho do povo impenitente.
  3. Por falta de chuvas o trabalho do povo se torna improdutivo.  
  4. A seca foi de tal magnitude que incomodou o Rei de Israel (I Rs 18. 5).
     
A mensagem de Elias para o nosso tempo
Deus é o controlador dos elementos climáticos. Este é a mensagem que vai ser corroborada no profetismo (Zc 10. 1), e confirmada nos Evangelhos (Mt 5. 45), bem como no querigma apostólico (At 14. 17).



O cerne da idolatria está em atribuir à criatura aquilo que é obra de Deus, e neste aspecto o povo de Israel pecou.
Como consequência dos seus pecados Deus lhes enviou juízo pelas suas mas ações.
A despeito do justo juízo, houve provisão para Elias (I Rs 17. 2 - 9) e para os profetas que Obadias escondeu (I Rs 18. 4). Assim, temos aqui o fiel cumprimento da palavra de Deus que afirma: O Senhor cuida da vida dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre. Em tempos de adversidade não ficarão decepcionados; em dias de fome desfrutarão fartura (Sl 37. 18, 19 NVI). 
Que a vida de Elias seja fonte de ensino para as nossas vidas.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
 


 

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