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sábado, 2 de agosto de 2014

Juntando e misturando tudo


Já não é de hoje que tenho falado aqui neste espaço a respeito da necessidade de discernimento, bem como do perigo que cristãos correm ao abrir mão das Escrituras (aqui) como critério de Julgamento a respeito do que é certo, ou do que é errado (aqui). É mais do que fato que cristão algum alcançará o padrão estipulado pelas Escrituras por meio da própria força, ou por mero desempenho laborativo. Mas nem a imperfeição, e nem o pecado eximem o crente do dever de exercitar discernimento.

Neste texto que transcrevo abaixo, pretendo expor como o diabo se vale de sórdidas estratégias para confundir a fé dos crentes, de forma a deixar o cristianismo o mais incompatível possível com a Bíblia, ao invés de simplesmente tentar eliminar o mesmo. O trecho que o leitor acessará nas linhas abaixo é de autoria de C. S. Lewis, na versão que possuo, é o capítulo vinte e cinco do clássico Cartas de um diabo a seu aprendiz. Neste se vê uma narrativa didática na qual um demônio experiente instrui a um diabo novato. A despeito do caráter fictício da obra o leitor poderá sentir a realidade das palavras.
Querido Vermebile, 
O verdadeiro problema dessas pessoas com quem o seu paciente está convivendo é que elas são simplesmente cristãs. Todas possuem seus interesses particulares, é claro, mas o laço que as une continua a ser o cristianismo. O que nós desejamos, se não houver mesmo jeito e os homens tiverem de se tornarem Cristãos, é mantê-los num estado de espírito que eu chamo de "Cristianismo e alguma coisa". Você sabe - Cristianismo e a crise, Cristianismo e a Nova Psicologia, Cristianismo e a Nova Ordem, Cristianismo e a Cura pela Fé, Cristianismo e Vegetarianismo, Cristianismo e a Reforma Ortográfica. Se não houver saída e eles tornarem-se cristãos, deixe-os ao menos serem Cristãos com um diferencial. Substitua a fé em si por alguma moda com colorido cristão [....]
A grande utilidade das modas no pensamento é distrair a atenção dos homens, tirando-os dos verdadeiros perigos. Direcionamos as reivindicações "da modas" de cada geração para ir contra aqueles defeitos que ela menos corre risco de contrair, e fazemos com que eles aprovem a virtude mais próxima do defeito que tentamos tornar endêmico. A brincadeira é tentar fazer com que todos corram como baratas tontas com extintores de incêndio quando houver m dilúvio, e que fiquem todos amontoados no lado do barco cuja amurada já esteja quase inteira dentro d'água. Assim, conseguimos fazer com que esteja "na moda" expor os perigos do entusiasmo excessivo na mesma época em que todos estão se tornando mundanos e indiferentes; um século depois, quando graças a nós, todos estiverem cheios de desespero à la Byron, bêbados de emoção, a reivindicação da moda será contra os perigos da mera "compreensão"
Mas a maior vitórias de todas é elevar esse horror pela Mesma coisa de Sempre ao nível de uma filosofia, de tal forma que o absurdo intelectual possa reforçar a corrupção da força de vontade. É aí que a natureza em geral evolucionista ou histórica do pensamento Europeu Moderno (em parte obra nossa) mostra-se tão útil. O Inimigo adora obviedades. Até onde vejo, Ele quer que os homens, quando se deparam com uma certa linha de ação, façam perguntas bem simples: isto é correto? É possível? Mas se conseguirmos fazer com que os homens perguntem: "Isto está de acordo com as ideias do nosso tempo? É algo voltado para o futuro, ou á algo reacionário? É nesta direção que a história caminha", eles acabarão por desprezar as perguntas relevantes. E as perguntas que eles realmente fazem não tem resposta, pois eles não sabem como será o futuro, e o que ele reserva depende em grande parte exatamente dessas escolhas que os homens querem fazer com a ajuda do futuro. Consequentemente enquanto os homens estiverem boiando neste vácuo, teremos mais chances para entrar em cena e sub-repticiamente em cena e fazê-los curvarem-se à linha de ação que nós decidimos. Há muito tempo, eles tinham consciência de que algumas mudanças vinham para o bem e outras para o mal, enquanto outras não faziam diferença. Conseguimos eliminar esse conhecimento quase totalmente. Substituímos o adjetivo descrito "imutável" por "estagnado". 
Somente a fé Cristã sem mistura e sem mácula pode romper as barreiras históricas e culturais e unir genuinamente as pessoas. Daí que Satanás faça de tudo e algo mais para que a fé cristã não se mantenha em sua pureza, mas seja misturada com as ondas e modismos culturais. Um aspecto negativo destas tendências é que elas desviam o olhar cristão e impedem o discernimento, por parte deste.  Desta forma a crítica nunca é direcionada aos males do momento, mas à situações fictícias. 

Satã emprega meios intelectuais alinhados com a psicologia humana com fim de promover confusão. É quando o óbvio é deixado de lado em prol de alguma ideia mirabolante que pretende ser solução para um problema, conforme observado, falso, visto que falsos impasses demandam falsas soluções e constituem-se como excelentes distrações. 

Deus, é claro, ama o óbvio, e por meio deste comunica suas verdades, ao passo que os homens tomados que são do terror pela mesma coisa desprezam a obviedade e com isto a verdade. É neste contexto que surgem novas unções, novas espiritualidades, novas metodologias carregadas de desvios bíblicos e doutrinários, e o caminho antigo é desprezado. Que Deus se apresse em socorrer todos os que estão gemendo neste ambiente insano. 

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros

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