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terça-feira, 27 de maio de 2014

Professores Acordem Mesmo


Em uma das minhas famosas encrencas no facebook visualizei um artigo assinado por Gustavo Loschpe, e que sinceramente me causou indignação, dado o caráter sofistico do escrito (aqui). Não minha opinião nada tem a ver com o autor, que sequer conheço, mas com o texto, que obviamente mescla verdade com fraseologia direitista. Gostaria de começar com os fatores positivos do texto, se que consiga encontrar mais de um.
Não concordo com a imagem de vítima construída em torno da pessoa do professor e creio que seja mais do que necessária a construção de uma cultura que valorize a imagem do profissional de educação. Mas ao que parece minha concordância com o autor para por aí, visto que este propõe uma valorização do profissional em educação a partir dos resultados na mesma. O que ele esquece, não sei se propositalmente, ou não, é que em países de primeiro mundo a educação é um valor em si, e a estima que se tem pelo docente decorre deste fator, o que não ocorre por aqui.
Daí a conclusão mais do que logica, que ainda que o professor se avalie, e decida corrigir nas praticas, e na postura social os erros que o autor aponta, isto não será garantia de que o trabalho dele será valorizado pelos demais setores da sociedade. Uma outra questão, suscitada pelo autor, é a dissociação entre investimento em educação e resultado.
Creio que somente investir em educação não trará mesmo resultados. É preciso mudança na cabeça dos alunos e dos familiares, que eles vejam a educação como importante, tanto na formação para vida profissional (uma demanda do tempo presente), quanto na formação do sujeito em si, que aliás são indissociáveis. Mas cabe somente ao professor, fazer isto? É lógico que não Sr Gustavo! E creio que seja disto que os professores falam quando pedem maior participação da sociedade no processo educativo.
Já que você gosta de ciência e fatos empíricos, convido-o a ver o perfil de adolescentes que a mídia dissemina. Raramente jovens e adolescentes são mostrados estudando, via de regra eles são mostrados em atividades físicas, ou em frivolidades. E os reality shows? Mostram as pessoas malhando, tramando umas contra as outras, mas como Mario Sergio Cortella observou acertadamente, estes programas jamais mostram as pessoas lendo, por exemplo. E o que isto tem a ver? Somos um país em que as pessoas aprendem a ler, mas não são leitoras, aprendem a escrever, mas não são escritoras.
Agora, pelo amor de Deus! não venha me dizer que o salario não altera em nada, que não estimula, não fosse assim, não teríamos pessoas lutando por melhorias salariais. Além do mais, somos uma sociedade democrática, que entende a cidadania como luta por direitos. Se você acha que salários e investimentos em educação não altera o desempenho, experimente escrever em um computador precário, com um internet, tão lenta, que sequer o permita enviar o artigo ao seu chefe! Aí sim, "poderemos" falar se condições matérias influem, ou não.
 
Abraços, Marcelo Medeiros

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