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sábado, 17 de maio de 2014

Bandido Bom é Bandido morto?


Vi esta imagem em uma comunidade de debates religiosos e filosóficos no facebook (aqui), e confesso que fiquei pensativo com a mensagem da mesma e com os comentários que se seguiram. O Brasil tem vivido um momento de convulsão política e social. Ao lado dos aprofundamentos das mazelas e contradições sociais e econômicas, é possível a verificação de um crescente sentimento de revolta e indignação, principalmente com a criminalidade e a paralela ineficiência dos aparatos estatais na contenção da mesma. Tais fatores tem contribuído e muito para a adesão à lógica do bandido bom é bando morto.
O problema com este tipo de pensamento é uma visão maniqueísta da humanidade, que divide a mesma em mocinhos e bandidos somente. Um exemplo citado por Caio Fábio é a ética do Batman, versus a Ética do Coringa. O primeiro caso consiste na busca da erradicação da violência sem que se corrijam as mazelas sociais que produzem a violência. O segundo consiste em alguma forma de naturalização da violência. Não é incomum a atribuição deste tipo de lógica á Polícia Militar, nem as propostas de desmilitarização das policias da nação para que tal se resolva, o que duvido.
Creio que a resolução deste tipo de problema passa por uma profunda mudança cultural, que não vem porque depende da educação para que ocorra. Esta educação teria de ser iniciativa de estado, mas se este tomar esta iniciativa ficará cada vez mais claro a culpa e o vicio do estado no processo. O padre Vieira, há quase cinco séculos já falava em seus sermões que o verdadeiro ladrão não é aquele que rouba um pão para comer, mas o que se vale de seu cargo político para enriquecer de forma ilícita, e honestamente, na minha perspectiva, que creio ser a mesma da torcida de Flamengo e Corinthians juntas, é aí que está o nosso verdadeiro problema.
Mas simplesmente inverter a lógica não resolve o problema. Todos somos Mr Hyde e Dr Jakyll ao mesmo tempo, o que levanta a questão a respeito do que nos faz as pessoas serem, ou tentarem ser éticas, vencendo com isto a criatura que trazem em si. Creio que esta é a questão, afinal, bandido morto é que nem capim morre um nasce um montão. É na lógica de produção social da marginalidade que a questão tem de ser tratada.
Mas há um outro problema, no fundo, no fundo, o Estado se alimenta desta lógica maniqueísta, afinal que animo podem ter os agentes de segurança em trabalhar contra a criminalidade sabendo que as condições sócio econômicas a alimente e retroalimenta?
 
Marcelo Medeiros

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