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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Ódio à vida e a tudo o mais


Há alguns dias escrevi um post a respeito de uma meteria em que supostamente o autor de um folhetim global atribuía à sua arte a reconciliação de uma mãe evangélica com seu filho gay. Afirmei que tal era impossível uma vez que os personagens que ali aparecem não são fieis retratos dos seres humanos. Falei dos inúmeros clichês utilizados pelos autores globais e de minha observação de assimilação de valores cristãos por parte dos autores globais. Por exemplo, o modo como um dos personagens foi competentemente construído (o em principio vilão Félix, depois queridinho nacional, e depois redimido), já mostrava que não era intenção do autor que o mesmo fosse punido ao final da trama. Mas confesso, que a forma com a qual isto foi feito me surpreendeu! Como, ele simplesmente se deu bem? Não! Ele se redimiu, em questão de poucos capítulos, ele se arrependeu, foi perdoado, e se regenerou. Se o maior dos vilões sociais se converter a população em geral recebe com descredibilidade a conversão e a transformação do mesmo, mas isto não ocorreu com o antagonista mais bem quisto de terras tupiniquins (aqui).
O mais curioso, é que contrariando a entrevista anterior, na qual creditava á sua novela o poder de influenciar a sociedade, ele aparece agora afirmando que não é seu proposito exercer tal ascendência, ou preponderância. De acordo com este site ele afirmou:
Não acho justa a acusação de que Amor à Vida promove qualquer causa. Ela dá um retrato das famílias, dos relacionamentos da atualidade. Desde os de vanguarda, onde parceiros do mesmo sexo estabelecem famílias, até, sim, e acho que com bastante qualidade, os evangélicos. A obra é do autor, e tive liberdade para escrevê-la, o que só depõe a favor da Globo. Mas fico feliz que o pastor Silas Malafaia seja um telespectador atento da novela, já que ele parece não perder um capítulo, mesmo criticando alguns aspectos
diante de tais afirmações convém afirmar que:
 
  1. Embora entenda como evangélico que sou que a influencia dos folhetins deste autor é sim perniciosa, não de todo incoerente esperar que ele use desta meio para influenciar a sociedade.
  2. Sem querer marginalizar o autor do folhetim é de bom tom apontar que em pesquisas o mesmo é apontado como autor de uma excelente novela, O Cravo e Rosa (aqui), o que ao meu ver é prova da ambivalência dos seres humanos, fator que não foi muito levado à sério pelo autor da trama na constituição dos seus personagens.
  3. Ele entra em contradição consigo mesmo, uma vez que de acordo com o site supra ele afirma sua pretensão em discutir a homofobia à fundo, coisa que duvido, uma vez que já pontuei que o César (o único declaradamente homofóbico da trama), não é nem de longe uma pessoa normal. Eu não o classificaria nem como protagonista, nem como antagonista, mas como um ser patológico.
  4. A forma com que se discutiu a homofobia é estereotipada, uma vez que retrata a aversão aos homo afetivos como coisa de quem não é nem normal, nem decente, quando na verdade, o estranhamento à diversidade sexual pode ocorrer em qualquer pessoa. Sei que nem sempre tal estranheza se dá por preconceito, mas é isto que querem incutir.
  5. Se o proposito do autor foi simplesmente retratar a família brasileira, tal retrato é bem estereotipado.
Honestamente, concordo com a opinião do Eliseu Antônio Gomes, e do João Cruzoé. A novela é de péssima qualidade, as razoes estão expostas acima, e bom seria que crentes além de criticar ainda boicotassem a emissora, bem como os patrocinadores de tais aberrações. O que se produz, e é empurrado pela nossa goela abaixo, nem de longe é arte, é um processo deseducador, isto sim. Imagine se o mundo fosse neurótico como os personagens deste famigerado folhetim?
Minha palavra aos crentes leitores deste blog, é que se lembrem das palavras de Paulo, e não se amoldem ao presente século, mas que se transformem pela renovação do entendimento. É desta forma que experimentaremos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para as nossas vidas. Amor á vida, no final, não falou nem de amor, nem de vida. O que se retrata na teledramaturgia é paixão desenfreada, impulsos, e ódio a tudo o que é bom. Daí que ao meu ver o nome Ódio à vida cairia melhor.
 
Em Cristo, Marcelo Medeiros

Um comentário:

  1. Maria Cicera Torres de Araujo5 de fevereiro de 2014 às 10:54

    O que mim deixa mais triste,não só eu mais Cristo também,é vê os irmãos faltarem aos cultos principalmente nas semanas final dessa novela amor a vida.Depois colocam a mão na cabeça dos endemonhados e não conseguem expulsar demônios.A palavra de Deus diz buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas.Cicera

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