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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Lições da páscoa

 
A páscoa foi instituída em Israel em função da libertação do povo de Israel da terra do Egito. O termo הַפָּ֑סַח (pescha), de passagem é uma menção à passagem do destruidor sobre o Egito, quando os primogênitos egípcios morreram e os israelitas foram poupados. A celebração da referida data serviu e ainda serve de memorial ao povo a respeito do que Deus fez pelo mesmo.
Os três elementos constituintes da pascoa são o cordeiro pascal, que deveria de ser imolado e comido, bem como o pão sem fermento (visto que em função da pressa com que o povo tinha de celebrar, e sair, não daria tempo para que o pão levedasse), e as ervas amargas a fim de que o povo se lembrasse do sofrimento no Egito. O cordeiro, lembra que a redenção espiritual somente se dá por meio de sacrifício de sangue. O pão sem fermento aponta para a pureza. E as ervas para as lições do sofrimento.
Vivemos em uma cultura que por ter rejeitado crenças metafisicas busca de qualquer maneira trazer o paraíso para a terra. Deste modo, a ciência, a religião, tudo é usado para amenizar o que não tem remédio, o sofrimento humano. Por mais incomodo que seja, este ainda é o meio para que o ser humano se torne humano de fato. Daí a necessidade de que o sofrimento não seja esquecido, mas continuamente trazido á memoria.
Quando Jesus celebrou a sua última pascoa, ele ordenou aos seus discípulos que sempre que fizessem aquele ato, o fizessem em memoria dele. Sua vida, exemplo, ensino, sofrimento, morte, e posteriormente a ressurreição deveriam estar na mente dos discípulos. Creio juntamente com Stott, que a fé cristã ainda é a que melhor explica o sofrimento e mais aponta para a vitória sobre o mesmo. Afinal, a morte injusta de Cristo, e sua vitória sobre a morte ainda são o melhor sinal de esperança para nós. A alternativa budista me é sedutora, mas não visceral. Ali o que resta é a crença de que o mal é uma ilusão, quando sabemos que não é, e cruzar as pernas diante de um calmo lago esperando por iluminação. Há momentos em que gostaria que a vida fosse assim, mas não é. Daí minha clara preferencia pelo nazareno dilacerado, sangrando dizendo: Está consumado!
Sabe, ele ainda em vida havia dito que quando fosse levantado no madeiro haveria de atrair todos para ele, e eu mesmo com minha tendência a negar e fugir do sofrimento, fui seduzido pelo Cristo crucificado e conquistado pelo ressurreto. Sou um dentre os despojos que ele conquistou quando triunfou na cruz, e desta condição não quero sair. Sou todo dele, pertenço a ele, Jesus é o meu tesouro pelo amor. Tal como ocorreu com a pascoa judaica, quando os primogênitos passaram a ser herança de Deus, e como tais resgatados, sou possessão divina. Nisto está toda a minha liberdade e toda a minha esperança.
 
Em Cristo Marcelo Medeiros

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