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terça-feira, 9 de julho de 2013

Passado, presente e futuro


O filósofo Blaise Pascal afirmou que se os homens tivesse a oportunidade de examinar adequadamente os seus pensamentos, perceberiam que estão sempre ocupados com o passado, ou com o futuro. De acordo com o mesmo, quando nos dedicamos ao presente, o fazemos em função do futuro. O grande problema deste padrão de comportamento, é que ele sempre está lidando com aquilo que é inalcançável, o tempo que se foi, e o tempo que virá.
Uma outra  marca de nossa vaidade é a frágil tendência de ver o tempo como se o mesmo fosse nosso. É neste momento que entra C. S. Lewis, em sua famosa sátira, Cartas de um diabo a seu aprendiz, ele faz um motejo aos que usam o pronome "meu", para se referirem ao tempo da mesma forma que, por exemplo, se referem a qualquer objeto, um carro, um urso de pelúcia, uma porcelana, um animal de estimação, etc... Quando na verdade nada é nossa, muito menos o tempo.
Retornando a Pascal, percebemos que o grande problema deste tipo de pensamento é que nunca vivemos, mas esperamos viver, e, dispondo-nos sempre a ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos (pensamento 172). Partindo que o moralista francês disse, creio que nosso padrão de comportamento precisa ser revisto. De acordo com a lógica criticada, estamos adiando a nossa felicidade para o momento em que crescermos, que nos tornarmos adultos, que casarmos, que os nossos filhos vierem, que a nossa vida melhorar, e na medida em que estas coisas vão acontecendo e a felicidade não vem, nossa infelicidade vai se tornando cada vez maior.
No livro Confiança Cegas Brennan Manning fala a respeito desta tendência. Ele conta a história de um monge que ao fugir de um tigre cai no abismo, e sem perceber fica pendurado em um morangueiro. Ao olhar para cima (o passado), ele via a temível imagem do tigre, olhando para baixo (o futuro), ele via o precipício, foi quando decidiu olhar para o arbusto que estava segurando (o presente) e assim desfrutou dos morangos.
Desfrutar dos morangos é viver a felicidade aqui e agora, ao invés de a projetar para um futuro improvável e às vezes inalcançável. E o mais interessante é que para Lewis, o presente é o momento em que o homem rompe com o tempo e toca o limiar da eternidade, somente no presente vivenciamos aquilo que chamamos de liberdade e de realidade. Fora desta não há nem uma nem outra, visto que o passado é, em tese, inalterável, e o futuro incerto.
É no agora que somos chamados para a comunhão com Deus, para vivenciar e experimentar a realidade suprema (os morangos). A forma que os demônios empregam para nos afastar é sobrecarregar o nosso coração com ansiedade e esperança (leia-se aqui as expectativas constantes de algum bem que está no futuro. Que vivamos o hoje, o presente sob a benção de Deus.
 
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.

Um comentário:

  1. Viver de lembranças do passado ao mesmo tempo que trazem boas recordações, podem trazer melancolia e atraso a viver o presente de um futuro incerto de angústias e ansiedade. Se texto me fez refletir. Ah... Comentei em seu blog como anônima e por minha conta Google e não encontrei os problemas relatados por alguns leitores no Facebook. Penso que precisam apenas ler a mensagem deixada após o envio dos comentários, de que será moderado. Não há problema algum nas postagens! :)

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