Pesquisar este blog

terça-feira, 9 de julho de 2013

Esperança em meio à adversidade


A vida de Paulo foi uma vida inteiramente dedicada á causa do Evangelho, tanto que mesmo nos seus maiores momentos de crise, este sempre visualizou a causa do Evangelho de Cristo. Em seu discurso de despedida em Éfeso, ele disse que a sua vida em nada era preciosa. O que de fato importava para o apóstolo dos gentios era a concretização de sua carreira (At 20. 24). Este foco paulino na causa do Evangelho foi o grande motor que permitiu ao mesmo uma vida positiva e confiante, mesmo diante das maiores adversidades. Daí a esperança de Paulo.
 
O conceito de Esperança
 
De acordo com o nosso dicionário a esperança se define como sendo:
A expectativa na aquisição de um bem que se deseja. Aquilo que se espera, desejando, o próprio objeto desta espera. o termo que Paulo emprega para esta expectativa, é o termo grego ελπιδα (elpida), que de igual modo indica a espera pela fruição de um bem, espera esta cujo o fundamento este em promessas, ou em probabilidades. merece igual atenção o termo αποκαραδοκιαν  (apokaradokian), que em nossas Bíblias recebe a tradução de ardente expectativa (Rm 8. 19; Fp 1. 20). Sendo que esta última é empregada no grego como sendo a ação de olhar fixamente um objeto com a cabeça voltada para frente.
Tais termos condizem realmente com o auto retrato que Paulo faz de si mesmo. É ele quem afirma a seu respeito: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus (Fp 3. 13, 14 NVI).
 
A esperança de Paulo

 
O apóstolo dos gentios afirma:
Aguardo ansiosamente e espero que em nada serei envergonhado. Pelo contrário, com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida quer pela morte (Fp 1. 20 NVI). A despeito de estar encerrado na guarda do pretóriun, ou guarda pretoriana, o mestre na fé dos gentios crê que em nada será envergonhado.
O termo grego αισχυνθησομαι (aischyntheesomai), vem do verbo αισχὑνω (aischynoo), cujo sentido é o de ser envergonhado, desonrado. A vergonha aqui, não se limita ao sentimento de desgosto que excita em nós a idéia ou o receio da desonra, mas é literalmente o temor de que advenha alguma desgraça.
Ao invés de temer, Paulo sabe que Cristo será glorificado nele tanto pela vida quanto pela sua morte. Paulo não considerava sua vida preciosa. Ele sabia que sua vida era Cristo, e quem possui tais convicções, facilmente pode abrir mão de sua vida, pois sabe que o morrer é lucro (kerdos [κερδος]), ou ganho.
Sob esta lógica o aparente lucro, ou ganho da herança judaica, do fiel cumprimento das tradições da lei, da linhagem israelita, será considerado como perda, prejuízo (zemian [ζημιαν]) se comparado com o conhecimento de Cristo. Se Paulo afirma que o viver é Cristo e o morrer é proveitoso, favorável (kerdos [κερδος]), ele o faz em virtude da firme expectativa da ressurreição dos mortos. Mas ele sabe que para conhecer a ressurreição dos mortos ele precisa ter participação (koinonian [κοινωνιαν]), nos sofrimentos de Cristo (Fp 3. 10).
É este conjunto de convicções que faz com que Paulo veja de forma diferenciada os seus sofrimentos e se comporte de forma extremamente positiva diante dos mesmos, e isto a ponto de poder dizer de si mesmo que está instruído em todas as coisas, tanto a passar por experiências boas como a passar pelas ruins, afinal ele tem um Senhor, Cristo, que o fortalece (Fp 4. 11 - 13).

A visão de Paulo

1) Quanto ao progresso do Evangelho

O apóstolo sabe que mesmo em suas cadeias o Evangelho progride, prospera. O termo empregado aqui é (prokoopen [προκοπη]), cujo sentido é o de caminhar para frente. Este progresso é evidenciado pelo conhecimento que a guarda do pretoriun tem dos motivos de suas prisão. Ou seja, conforme o Senhor mesmo havia revelado para Ananias, a carreira de Paulo envolvia sofrimento pela causa de Cristo (At 9. 15, 16).
Outra evidência da firma progressão do Evangelho é o exemplo motivador de Paulo. Ele mesmo afirma: a maioria dos irmãos, encorajados, no Senhor, pelas minhas prisões, proclamam a Palavra com mais ousadia (Fp 1. 14 Bíblia de Jerusalém). O termo que o Novo Testamento grego emprega para encorajados, é o verbo (pepoithotas [πεποιθοτας]), que procede de πεποιθως ([pepoithoos] estar convencido), indicando com isto que as tribulações de Paulo trouxeram maior convicção aos demais irmãos, de onde a ousadia e coragem para a pregação do Evangelho.

2) Quanto às oposições ministeriais

A despeito do caráter positivo das prisões de Paulo, ele sabe que alguns pregam por inveja (phthónon [φθονον]), e por porfia (herin [εριν]), ou seja, as motivações destes não é sincera, não é verdadeira, nem o pode ser visto que motivada pelo interesse escuso de aumentar ainda mais as tribulações do servo de Deus. Mas o olhar de Paulo não está em seus opositores. Não! Mesmo sem concordar com os valores que motivam estes falsos pregadores, o olhar do apóstolo está posto no progresso do Evangelho, tanto que o mesmo afirma: de qualquer maneira - com segundas intenções, ou sinceramente - Cristo é proclamada, e com isto me regozijo (Fp 1. 18 Bíblia de Jerusalém).

3) Quanto ao seu próprio ministério

Sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho (Fp 1. 16 Bíblia de Jerusalém). Paulo recebeu uma missão, um dever, uma incumbência. Seu chamado não procedia de si mesmo, mas de que o havia chamado, o próprio Senhor no caminho de Damasco. O alvo do seu chamado é a defesa (apologia [απολογιαν]), do Evangelho. Fica indicado com isto que o papel de Paulo nos tribunais não era de natureza pessoal, mas evangélica. A ele, pouco importava o que as pessoas diziam a seu respeito, mas o que pensavam o Evangelho.
Do termo empregado para defesa (apologia [απολογιαν]), vem o termo apologética, que consiste em um discurso ou escrito laudatório para justificar ou defender alguém ou alguma coisa, podendo também ser: elogio, louvor e glorificação. O evangelho tem de ser defendido, louvado e glorificado por nós. Isto é uma demanda gerado justamente pela postura dos que pregam a Cristo sem sinceridade em seus corações.
Que o exemplo do apóstolo Paulo possa estar em nossas vidas.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
 


 
 
 

 

 
 

 
 


 
 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço o seu comentário!
Ele será moderado e postado assim que recebermos.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Créditos!

Por favor, respeite os direitos autorais e a propriedade intelectual (Lei nº 9.610/1998). Você pode copiar os textos para publicação/reprodução e outros, mas sempre que o fizer, façam constar no final de sua publicação, a minha autoria ou das pessoas que cito aqui.

Algumas postagens do "Paidéia" trazem imagens de fontes externas como o Google Imagens e de outros blog´s.

Se alguma for de sua autoria e não foram dados os devidos créditos, perdoe-me e me avise (blogdoprmedeiros@gmail.com) para que possa fazê-lo. E não se esqueça de, também, creditar ao meu blog as imagens que forem de minha autoria.