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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Carta a um pastor zeloso

 
 
Rio de Janeiro, 10 de Julho de 2013

Estimado Pastor vi a tua preocupação com as guerras que ocorrem em ambiente virtual e a sua indignação pelo simples fato de que a maioria das pessoas envolvidas em tais querelas, não são tão zelosas pela prática evangelística, pelo discipulado, pela consolidação, enfim, com o ide de Cristo. Também pude perceber o teu zelo pela unidade do corpo de Cristo, que ao teu entender se dá por meio do discipulado. De imediato venho dizer que de certo modo compactuo com teus ideais. Como? Simples.
Entendo que Cristo nos chamou para a paz em um só corpo. De igual modo, vejo no discipulado, no evangelismo, na consolidação (algo no qual muito se fala, mas pouco se compreende dentro dos limites bíblicos), a manifestação suprema da missão da Igreja, dai a minha anuência inicial à tua fala. Outro fator que é preciso ressaltar é o uso que muitos crentes dão ás mídias e ás redes sociais. Brigas pessoais, questiúnculas que se resolveriam com dialogo vão parar, por exemplo, no facebook, e isto sim, eu vejo como um atitude anticristã.
Todavia, necessário se faz com que façamos a clara distinção entre as briguinhas de caráter individual, e o uso que se faz das redes sociais para a manifestação e defesa de opinião, principalmente se esta tem o seu apoio nas Escrituras Sagradas. Aqui, creio serem válidas as palavras de Paulo aos irmãos de Corinto: importa que hajam dissenções entre vós, para que os que são fieis se manifestem (I Co 11. 19). Rogo a tua paciência, a fim de que faças um exame contextual deste texto e comigo percebas que a despeito de Paulo pedir unidade para a igreja de Corinto desde o inicio da carta, ele percebeu que um mínimo de dissensão é bom para que haja a manifestação dos que são fieis.
É digno de nota que o termo que a Bíblia grega emprega é dokimoi (δοκιμοι), o mesmo termo para aprovados. em outras palavras somente mediante algum tipo de dissensão que podemos ver quem é, ou não pela verdade. Neste ponto o conflito passa a ser inevitável, visto que a verdade bíblica e os posicionamentos produzem um confronto que nos retiram de nossa zona de conforto.
Particularmente creio que o projeto divino de unidade nada tem a ver com o sacrifício da verdade. Afinal, no mesmo texto em que Paulo nos exorta a manter o vínculo da unidade (Ef 4. 1 - 3), ele nos admoesta a SEGUIR A VERDADE EM AMOR, indicando com isto que ambas são inseparáveis (Ef 4. 15).  Não há como seguir a verdade em amor sem falarmos a verdade uns para com os outros (Ef 4. 25). De igual modo, creio que a ira deva ser deixada de lado, e que devamos com temor e tremor expor a razão do esperança que há em nós (Ef 4. 26; I Pe 3. 15). Mas o debate, jamais deve ser abandonado. Me despeço rogando a Deus para que ele ilumine os olhos do teu entendimento para que percebas a clara diferença entre as questões aqui tratadas.
 
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
 

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