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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Bíblia ou Jesus? Jesus ou a Bíblia?


Esta pergunta visa fazer provocações a respeito de uma fala atribuída ao teólogo Jürgem Molltmann que vi em uma foto no facebook. Em primeiro lugar a Bíblia não pode em hipótese alguma ser lida como se fosse o Alcorão. Falo isto por uma questão literária. Ao contrário do livro sagrado dos mulçumanos, a Bíblia foi produzida em um período de aproximadamente 1. 400 anos por mais de quarenta autores e com uma variedade de estilos literários de dar nó em pingo de éter. Narrativas, genealogia, crônica, oração, cântico, salmos, profecia, historia, evangelhos e apocalipse; são alguns dos mais flagrantes gêneros que aparecem neste livro. Esta variedade já se constitui razão suficiente para que a Bíblia seja lida de forma crítica. O que já não ocorre no caso do Alcorão, ou Corão sagrado.
Este livro, do qual possuo um exemplar foi escrito em um prazo mínimo de tempo, que sequer chega a quatro décadas, e em um único estilo, o que facilita a interpretação literal. Além do mais é visível que mesmo nos raros esboços de narrativa histórica que aparecem no livro, que o proposito das suratas é o de transmitir alguma ordem.
Retornando á frase de Jürgem Molltmann percebo aqui uma crítica ao fundamentalismo, palavra que de tão desgastada que está pelo uso corrente, veio a significar algo totalmente diferente de sua raiz histórica. O fundamentalismo tem a ver com a reação que um ramo teológico fez com relação ás afirmações da Teologia Liberal.
Em seu contexto inicial, é fundamentalista quem acredita e confia na Bíblia, quem considera a divindade de Jesus Cristo, quem crê no nascimento de Jesus Cristo através de um corpo virgem, quem crê em sua morte e ressurreição a favor da humanidade, quem crê em sua vinda à Terra, quem acredita na criação da Terra em seis dias e na salvação eterna dos cristãos bem como a condenação eterna dos não-cristãos (aqui).
Por mais desgastado que este termo esteja precisamos nos perguntar se podemos nos considerar cristãos legítimos caso venhamos a abrir mãos de algum destes fundamentos. Hoje o fundamentalismo é definido como sendo a crença na interpretação literal dos livros sagrados. Fundamentalistas são encontrados entre religiosos diversos e pregam que os dogmas de seus livros sagrados sejam seguidos à risca (aqui). Mas de acordo com o artigo citado supra, o termo está ligado principalmente à postura islâmica frente ao mundo plural em que vivemos. Logo, a frase de Molltmann constitui-se como crítica á postura cristã que age com a Bíblia da mesma forma que o mulçumano com o Corão Sagrado.
Já afirmei supra que dada à estruturação literária da Bíblia não cabe a postura literalista na sua leitura. Não posso, por exemplo interpretar literalmente as palavras do salmista que atribuem asa a Deus, ou aos anjos que são seres de natureza puramente espiritual. Mas como conhecer Jesus senão através da Bíblia? E que tipo de leitura fazemos dos relatos que nos traçam um quadro vivo da pessoa do Cristo? Não há como escapar à verdade de que se afirmamos que "Deus se tornou, em Cristo, não um livro, mas um ser humano", o fazemos porque a Bíblia assim o diz.
Precisamos enxergar o fato mais que obvio que o próprio Jesus (em um acalorado debate com os judeus a respeito de sua missão e identidade), tomou as Escrituras como testemunhas de sua pessoa ao afirmar: Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito (Jo 5. 39). E, Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva (Jo 7. 38). Prometo voltar à questão em outro post, quando estarei falando de Cristologia, mas por enquanto me despeço advertindo ao leitor de que Cristo somente é conhecido de nós que não andamos com ele, que não vimos e nem testemunhamos seus atos; por meio do testemunho de quem andou com ELE. Este testemunho está registrado na Bíblia. Logo, em termos de Cristo a Bíblia é autoridade.
 
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros

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