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quarta-feira, 13 de março de 2013

Os milagres de Eliseu


Gostaria de começar este estudo propondo uma leve mudança no título do mesmo. No lugar de falarmos em milagres de Eliseu, por que não milagres de Deus na vida de Eliseu? O motivo é bastante simples, em momento algum a Bíblia atribui poderes de fato à pessoa de Eliseu, ou á pessoa de Elias, os fatos miraculosos ocorridos na vida destes é na verdade uma intervenção da parte de Deus, ao menos é deste modo, que ao meu ver, temos de ler e interpretar.
No contexto do livro dos Reis, particularmente no registro da ação profética no Reino Norte, os milagres estão ligados à ação e palavra de Deus na boca dos profetas. Assim, tudo o que ocorre de extraordinário é um modo de Deus mostrar ao povo que ele, é o Senhor da história, ao invés de Ba'al. Daí as constantes intervenções por meio de sinais espantosos no meio do povo. Por milagres aqui, não entendo os atos poderosos dos homens de Deus, mas a ação de Deus em manifestar, e confirmar a sua santa Palavra por meio dos profetas.

A Definição de milagres.

Neste estudo não recorrerei a definição de termos técnicos, por este mtivo lançarei mão exclusivamente dos nossos léxicos. De acordo com os nossos dicionários milagres são:
1 Fato que se atribui a uma causa sobrenatural.
2 Teol Algo de difícil e insólito, que ultrapassa o poder da natureza e a previsão dos espectadores (Santo Tomás).
3 Coisa admirável pela sua grandeza ou perfeição; maravilha. 
4 Fato que, pela raridade, causa grande admiração.
5 Intervenção sobrenatural.  
 
O que entendemos desta conceituação dicionarizada?
 
  1. Que milagres não podem jamais serem explicados mediante causas naturais. Tomemos como exemplo o fenômeno da sarça ardente. É comum que sarças peguem fogo no deserto, o que é incomum é a sarça queimar e não se consumir (Ex 3. 1 - 8ss). O mesmo pode ser dito da ocasião em que Eliseu profetiza a provisão de água para o exército de Israel, Edom, e Judá (II Rs 3. 16ss). Se a água fosse encontrada mediante o cavar de poços, a provisão não seria milagrosa, do mesmo modo, se viesse por meio de uma chuva no deserto, mas a água simplesmente veio pelo caminho do deserto a o povo matou a sede.
  2. Milagres não são previstos. Apesar de alguns milagres serem anunciados antecipadamente, como é o caso de um relato de providência, ou seja, a fuga dos sírios e a abundância em Israel, o fato é que a marca do milagre é o caráter de imprevisibilidade, ou seja, milagres não são fenômenos que possam ser calculados e conjecurados com antecedência. Quando a viúva de um dos discípulos dos profetas foi a Eliseu, nem ela, nem o homem de Deus sabiam o que iria ocorrer, ou que o azeite seria multiplicado. Mesmo diante da palavra do homem de Deus não havia ainda a previsão, de que de um pequeno frasco, muitos vasos seriam cheios, de que da venda destes vasos a dívida seria paga, e que do que sobrasse ela poderia viver com os seus filhos. DEUS MULTIPLICOU O AZEITE E AINDA MANIFESTOU SUA PROVIDÊNCIA.
  3. Milagres provocam admiração, ou espanto. Foi diante da ressurreição do filho que a viúva de Serepta afirmou que Elias era um homem de Deus, e que a PALAVRA DO SENHOR NA SUA BOCA ERA VERDADE. Os milagres apostólicos tiveram tamanho efeito. Lemos no Relato de Lucas que todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos (At 2. 42 NVI). Quando da morte de Ananias e Safira, é dito que grande temor apoderou-se de todos os que ouviram o que tinha acontecido (At 5. 5 NVI), e que grande temor apoderou-se de toda a igreja e de todos os que ouviram falar desses acontecimentos (At 5. 11 NVI).
  4. Milagres são provocados por um intervenção divina na realidade. Não é sem razão que o salmista canta: Senhor, quero dar-te graças de todo o coração e falar de todas as tuas maravilhas (Sl 9. 1 NVI). Também canta: Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que realiza feitos maravilhosos (Sl 72. 18 NVI). Elifaz afirma que Ele realiza maravilhas insondáveis, milagres que não se pode contar (Jó 5. 9 NVI).
 
Esta é a essência do milagre.

Os milages de Deus na vida de Eliseu

Para entendermos os milagres div inos na vida do profeta que sucedeu Elias, temos de ver os mesmos em consonância com o pedido feito por Eliseu quando aquele estava para ser arrebatado. Momentos antes do evento Elias disse a Eliseu: "O que posso fazer por você antes que eu seja levado para longe de você? " Respondeu Eliseu: "Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito profético" (II Rs 2. 9 NVI).
Eliseu fez tal pedido cônscio da sua missão que era levar adiante o legado de Elias. Para tal ele entendia que não bastava ser como seu antecessor, mas que diante da árdua missão que teria, ele deveria ter maior poder profético do que Elias. Este enfrentou a fúria de Acabe (I Rs 18. 17, 18), ao passo que Eliseu enfrentou a fúria do rei de Israel (II Rs 6. 31, 32) e do rei da Síria (II Rs 6. 11 - 14). Isto esclarecido, passemos aos milagres em si.
 
  1. Divisão das águas do Jordão (II Rs 2.14). Neste aspecto temos uma repetição do último milagre realizado por Elias (II Rs 2. 8).
  2. As águas de uma cidade próxima a Jericó são sanadas na fonte (II Rs 2. 19 - 21). É um ato no qual o sal é usado de forma simbólica e Eliseu profere o seguinte oráculo: Assim diz o Senhor: ‘Purifiquei esta água. Não causará mais mortes nem deixará a terra improdutiva’ (II Rs 2. 21 NVI).
  3. Amaldiçoa e proclama a morte de quarenta e dois rapazes (II Rs 2. 24). Isto é o que C. S. Lewis chama de milagre de destruição, ainda que este autor, em sua obra Milagres se atenha exclusivamente aos milagrs do Novo Testamento.
  4. Anuncia a chegada de água em pleno deserto para três exércitos (II Rs 3. 16ss).
  5.  Multiplica o azeite de uma viúva de um dos discípulos dos profetas (II Rs 4. 5). Este mlagre se assemelha ao realizado por Elias na casa de uma viúva de Serepta (I Rs 17. 14, 15).
  6. Elimina o veneno da comida (II Rs 4. 41). Algo sem precedentes em todo o antigo Testamento.
  7. Multiplica pães (II Rs 4. 43). Bem pareccido com o ocorrido na casa da viúva de Serepta, sendo que agora se dá na escola de profetas.
  8. Ressuscita o filho da Sunamita (II Rs 4. 35). Algo similar ocorreu com seu antecessor quando esteve em Sidom (II Rs 4. 17 - 24).
  9. Sara a lepra de Naamã (II Rs 5. 10). Este milagre é importante, visto que por meio do mesmo o general sírio se converte e afirma que teu servo nunca mais fará holocaustos e sacrifícios a nenhum outro deus senão ao Senhor. Mas que o Senhor me perdoe por uma única coisa: quando meu senhor vai adorar no templo de Rimom, eu também tenho que me ajoelhar ali pois ele se apóia em meu braço. Que o Senhor perdoe o teu servo por isso (II Rs 5. 17, 18 NVI).
  10. Fere Geazi de lepra (II Rs 5. 27). Mais um milagre de destruição.
  11. Faz flutuar um machado  (II Rs 6. 6). Aqui temos um milagre de providência, um machado foi tomado emprestado para ampliar o espaço na escola dos profetas (II Rs 6. 1 - 5).
  12. Fere os sírios de cegueira (II Rs 6. 18). Somente no relato da visita dos anjos a Sodoma, que teremos algo semelhante em todo o Antigo Testamento (Gn 19. 11). No Novo Testamento, Paulo faz um milagre semelhante (At 13. 11).
  13. Abre a visão espiritual de um dos seus servos (II Rs 6. 17).
  14. Abriu os olhos físicos do exército sírio (II Rs 6. 20). Este sinal é importante porque Eliseu usa de misericórdia com aqueles que quiseram leh fazer algum mal (II Rs 6. 22, 23).

Em todas estas maravilhas o que fica de exemplo é o compromisso de Deus com a sua Palavra e com a aliança que Ele tem com o seu povo. Que possamos atentar para estas coisas.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.

3 comentários:

  1. gostei foi otimo que DEUS vos abençoe grandeosamente ,,,em nome do SENHORR JESUS,foi muito sastifatorio pra mim,,,obrigada

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  2. o fogo da sarça pode ser explicado pelo fenômeno físico conhecido como corona! Contudo isso não invalida o milagre da Sarça, pois o que é mais marcante nesta narrativa é a voz de Deus a Moisés.

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  3. Grato pela participação, devo este blog a pessoas como você, mas creio que além da voz de Deus haja um outro fato. Moisés entendeu como maravilhoso o fenômeno pelo fato de a sarça arder e não se consumir. No aguardo.

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