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terça-feira, 26 de março de 2013

Minha perspectiva sobre o ensino Religioso e uma sociedade laica

 
 
Escrevo este este breve artigo com a finalidade de dar a minha contribuição como Pedagogo, pós graduando em Ensino Religioso e líder evangélico; para uma questão que tem produzido notícias e mais notícias no ambiente virtual, que é a questão do Ensino Religioso nas Escolas públicas. O maior argumento contrário é o de que somos uma sociedade laica, e que com a revolução científica a religião deveria de estar confinada à esfera íntima, ou seja, questões religiosas não podem e nem devem de ser colocadas na esfera pública. Em matérias recentes uma das questões mais ressaltadas é a exclusão das minorias religiosas e o sentimento de mal estar gerado pela postura proselitista que alguns docentes tem adotado em suas respectivas práticas. gostaria de responder a estas duas questões.
Primeiro a religião tem de ser discutida na esfera pública pelos seguintes motivos:
  1. Vivemos em um estado que se afirma comprometido com a Educação para a Cidadania, como preconizado nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Uma postura cidadã é muito mais do que o exercício ao direito do voto, ela engloba uma postura solidária face às injustiças cometidas em relação ao outro, um engajamento na luta pelo aquisição justa de direitos para nós e para os outros. Isto é claramente afirmado nos objetivos gerais dos PCN's, mas o que poucos se perguntam é: estou em acordo com estes objetivos, em alguma proporção eles coadunam com o projeto de sociedade com o qual estou comprometido? E mais, estou ciente de que uma vez tendo concordado com tais valores, tenho condições de admitir a possibilidade de que eles tenham uma natureza religiosa? Isto não significa dizer que somente cristãos podem adotar atitudes éticas e de respeito ao próximo, longe de fazer tal afirmação, quando na verdade vemos justamente o contrário, ainda que não de forma generalizada, mas de reconhecer juntamente com Max Weber, que a religião formou sim uma série de valores que norteiam nossa conduta neste mundo, e que tanto a solidariedade quanto a justiça podem ser incluídos nestes.
  2. É precisamente neste ponto que se faz necessária a discussão a respeito do relacionamento com as minorias religiosas. Um dos objetivos gerais dos Parâmetros Curriculares Nacionais é produzir nos alunos atitudes de respeito face à diversidade cultural (na qual a religião está inserida), mais do que respeitar, o alvo aqui é que o discente aprenda a valorizar o patrimônio cultural e a diversidade cultural.
  3. Por último acredito que a discussão religiosa mediada por um docente comprometido com semelhante diálogo pode ajudar na formação de futuros cidadãos que possuam habilidades para discutir de forma de maneira crítica, responsável e construtiva, e de usar o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas.
É mais do que fato que cada vez mais se busca uma sociedade laica, mas que esta laicização seja unilateral. Por exemplo, nenhum religioso quer ver o Estado controlando sua fé, sua instituição, seus modos de crer. Por outro lado, cada vez mais vemos céticos se incomodando com a "invasão" que os espaço público tem sofrido com religiosos. Mas precisamos entender que a laicização, por si própria já é uma luta religiosa, uma vez que a mesma está ligada à Reforma Protestante, e que muitos valores que constituíram a filosofia humanista são de matriz religiosa, para não dizermos cristã. Mesmos os céticos precisam, a fim de poderem estabelecer futuro diálogo com religiosos e assumirem em relação aos mesmos uma postura de respeito, de solidariedade, reconhecer quais valores religiosos norteiam suas convicções e creio sim, que sob esta ótica o Ensino Religioso (não confessional) seja de extrema importância.
Outra questão o Ensino também poderia ser confessional desde que a postura dos "religiosos" que assumem os devidos cargos seja outra, mas qual? Uma postura de diálogo acima descrita fosse assumida, e creio que tal atitude possa sim ser assumida por qualquer religioso, a história está cheia deles. Eles tinham as suas respectivas convicções, mas ensaiaram uma conversação com sua geração e com gerações futuras por meio do que produziram.
Outro aspecto a ser ressaltado, aqui é que advogo uma postura diferente da que vem sendo adotada. No lugar do proselitismo, o ouvir tem de ser cultivado e os espaço do Ensino Religioso pode ser usado de tal forma. É esta postura que foi defendida por Jonh Stott e atualmente tem ganho adesão de alguns apologistas, dentre os quais Alister Macgraph e Timothy Keller, e tem de ser adotada sim por nós. Em Cristo.
 
links para sua consulta:

 
 
Marcelo Medeiros.
 

 

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