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terça-feira, 5 de março de 2013

Jesus seria papa? E pastor?


Acabo de tomar ciência de um artigo escrito por Juan Arias correspondente do jornal El País, no qual o escritor em apreço aponta alguns motivos sérios pelos quais o fundador da fé cristã seria considerado inapto para o cargo de papa. A julgar pelas informações contidas no site Wikipédia, ele parece ser a pessoa indicada para tal crítica. Não! Não se trata de mais um evangélico, ou neo pentecostal criticando o catolicismo, mas de alguém que pertenceu às fileiras da igreja, e como tal fez seus estudos em Filosofia, Psicologia, línguas semíticas, Teologia, e Filologia. Possui impecável currículo como escritor de temas religiosos. E acertou em uma grande verdade, a de que o nazareno, ou como Nietzsche gostava de falar, o crucificado não se enquadraria no perfil para ser um papa moderno.
A julgar pela reposta malcriada que deu a  Herodes, Jesus não tinha o menor traquejo diplomático. Diante do aviso dos fariseus, a respeito dos interesses do governador o nazareno o chama de raposa. Diga-se que ele não fez a mínima questão de ser cortês com Pilatos, mesmo quando este achava que sua sobrevivência dependia de um ato de benevolência sua.
A postura de Jesus quanto aos impostos, expressa na famosa frase dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus, feriu o senso patriótico dos fariseus e de igual modo poderia ferir os interesses de uma igreja que ao invés de noiva do cordeiro é noiva de Mamon. Como um galileu, que sequer possuía a instrução formal que o habilitava a ser um fariseu e ainda assim foi reconhecido como mestre pelo povo (Mc 6. 2, 3) se imporia como cardeal, ou como padre, ou pastor nos dias atuais?
Como harmonizar o posicionamento contrário da Igreja em relação ao casamento com a prática de Cristo que compareceu a um e ainda abençoou? E o posicionamento da Jesus quanto ao casamento e celibato, que deveria ser algo parecido com a vida de um eunuco, ao invés de uma posição de faixada como em muitos casos?
Mas que nós evangélicos não nos contentemos com as palavras de Juan Arias, afinal temos o nosso telhado de vidro. De tanto combater o catolicismo, acabamos por imitar suas más práticas como que por osmose. Nos tornamos hierárquicos, nepotistas, corporativistas, sectaristas, tradicionalistas. Quantos de nós não colocamos a denominação e a doutrina da mesma acima do sacrifício de Cristo e da autoridade da Bíblia.
Jesus seria pastor? Suspeito que não. E Assembleiano, batista, cristão histórico, protestante? De forma alguma. A despeito de realizar sinais que nem o Valdomiro Santiago conseguiu, de saber mais Teologia que quaisquer autoridades teológicas, de ter protestado contra o abuso dos fariseus, a verdade é que o denominacionalismo existe tão somente por causa de nossas necessidades psicológicas.Cada  um de nós precisa de um Cristo que se amolde à nossa psiquê. Mas a reflexão de Juan Arias nos convida a olhar para o Cristo segundo as Escrituras. Que possamos atentar mais e mais para as palavras de Paulo,aquele que cuida estar em pé olhe para que não caia.
 
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.

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