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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Bolsa Família Uma Filha com Muitos Pais



Cresci ouvindo o ditado popular filho feio não tem pai. Depois de adulto tive a oportunidade de assistir Mamma Mia, um musical que foi adaptado para o cinema, estrela por ninguém menos do que Maryl Streep, que além de representar ainda canta. A história se desenvolve em torno do dilema vivido por Sophie (Amanda Seyfreid) filha de Donna (Streep), que viveu sem conhecer seu pai e gostaria de realizar este desejo no dia do seu matrimônio. A graça é que todos os três possíveis candidatos se sentem felizes com a possibilidade de serem pai de tão adorável jovem. E é justamente aqui que vejo a conexão entre a comédia e a política. 

O que seria uma questão constrangedora, um coroa descobrir que tem uma filha, da qual fora privado de se relacionar por quase, ou mais de duas décadas, é mostrado no filme como algo empolgante. Algo muito parecido acontece com a história do bolsa família. Tucanos e petistas arrogam para si a criação deste programa, que por sua vez é alvo de calorosas discussões. De um lado os contrários ao programa, de outro os favoráveis. 

Quem é contrário ao bolsa família alega que os impostos da classe mais trabalhadora, são revertidos para o sustento de quem não trabalha, de quem à semelhança de um parasita usa dos mais variados artifícios para garantir sua parcela neste programa. Quem é favorável alega que os impostos são coletados com a finalidade de serem usados como recursos para financiar tais programas, e que os mesmos podem servir de fator de distribuição de renda tal como no caso das quotas universitárias. Que ambos os lados me perdoem pela abordagem superficial das respectivas posições, mas preciso tecer as minhas considerações, e na medida do possível ser o mais imparcial. 

E,m primeiro lugar, é mais do que fato que impostos são cobrados a fim de serem revertidos em saúde, educação, segurança e também na correção de mazelas sociais, e é justamente neste ponto que programas como estes ganham espaço. O problema é que o bolsa família se esgota em sua função social como mera medida paliativa, e só. Afirmar que o bolsa família contribui para a distribuição de renda já é demais da conta. Fazer deste programa uma plataforma política, transformar o mesmo em carro chefe para reeleição, faz com que qualquer eleitor com o mínimo de consciência possível desista de votar em tal candidato. 

Como cristão sei que a medida paliativa é mais que necessária, mas sei que há algo errado quando quem precisa e usa hoje, nunca se torna autônomo, ou independente do ponto vista econômico, e é aqui que entram os programas de geração de emprego, e o comprometimento político em fazer cumprir o que diz a constituição no tocante à renda mínima do trabalhador. Ser pai, ou mãe do bolsa família é fácil, difícil é educar esta criança para que ela cumpra o seu real papel. 

Marcelo Medeiros

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