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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Malaquias, a Sacralidade da Famíia





O profeta Malaquias (מַלְאָכִֽי ) profetizou no período que sucedeu o ministério profético de Ageu e Zacarias. A pregação destes, ao que parece foi de extrema utilidade para que o povo desse continuidade às obras de restauração dos muros e do templo de Jerusalém. Mas não resolveu a questão referente à apatia espiritual do povo. Os dias que sucederam a construção do templo não trouxeram de imediato o cumprimento das profecias de Ageu e Zacarias. Conforme dito ao longo deste série de estudos, somente quando Herodes, o Idumeu restaurou o templo, que parte da glória (כָּבֹ֔וד) prometida foi vista. Ainda assim, Temper e Longman III nos fazem observar que não há em toda literatura do judaísmo qualquer relato de que a glória do Senhor (no sentido de manifestação divina), tenha descido sobre o templo. Daí a impassibilidade do pov frente às questões de natureza espiritual.
No que tange à autoria, Malaquias (מַלְאָכִֽי ) apresenta sérios problemas. Priemeiro, não há ocorrência deste mesmo nome em todo o Antigo Testamento. Segundo, Malaquias (מַלְאָכִֽי ) ocorre como nome próprio no cabeçalho do livro, mas a expressão também ocorre no terceito capítulo, onde o termo em apreço (מַלְאָכִֽי ) possui outro o sentido, o de meu mensageiro.
Vejam, eu enviarei o meu mensageiro (מַלְאָכִֽי ), que preparará o caminho diante de mim. E então, de repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo; o mensageiro da aliança (מַלְאָכִֽי ), aquele que vocês desejam, virá", diz o Senhor dos Exércitos (Ml 3. 1 NVI). Conforme podemos ver há duas ocorrências do termo (מַלְאָכִֽי ), que equivale ao nome do profeta. Partindo deste dado muitos estudiosos tem proposto que o nome em apreço não seja de caráter pessoal, mas um termo para um profeta anônimo, que se auto denomina mensageiro do Senhor.
Esta posição tem sido rejeitada tanto por ortodoxos como Dillardd e Hill, quanto por moderados como Temper e Longman III. MacArthur propõe na intordução de sua Bíblia de Estudo que o nome do profeta de fato seja este, como acontece no cabealho de tocdos os profetas. Além do mais, precisamos lembrar que outros nomes de profetas tem o seu significado e muitos deles se relacionam
sim com o conteúdo de sua profecia. É o caso, por exemplo, de Zacarias filho de Baraquias  בֶּן־בֶּ֣רֶכְיָ֔ה   (Zarariah ben barakya). O nome Zacarias (זְכַרְיָה֙) significa "Deus se lembra", ao passo que Baraquias, significa "Deus abençoa". Por esta regra nenhum destes livros era para ser de autoria pessoal. Mas isto não é aceitável por nenhuma escola, por que seria no caso de Malaquias?
A mensagem de Malaquias é bem simples. O relacionamento entre Deus e Israel está sendo desprezado pelo povo. Isto pode ser visto na forma com que o povo trata a própria condição de eleitos. Deus os amou e consequentemente rejeitou os edomitas, os descentens de Esaú (Ml 1. 2 - 4), mas o povo não responde da forma adequada. O filho honra seu pai, e o servo o seu senhor. Se eu sou pai, onde está a honra que me é devida? Se eu sou senhor, onde está o temor que me devem?, pergunta o Senhor dos Exércitos a vocês, sacerdotes. "São vocês que desprezam o meu nome! Mas vocês perguntam: ‘De que maneira temos desprezado o teu nome? (Ml 1. 6 NVI). Deus afirma categoricamente: Não tenho prazer em vocês, diz o Senhor dos Exércitos, e não aceitarei as suas ofertas (Ml 1. 10 c NVI).
Os sacerdote eram os principais responsáveis pela lei e pelo ensino da mesma ao povo. Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca todos esperam a instrução na lei, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos (Ml 2. 7 NVI). Mas o que vemos é totalmente inverso. Malaquias prossegue afirmando: vocês se desviaram do caminho e pelo seu ensino causaram a queda de muita gente; vocês quebraram a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 2. 7 NVI).
O profeta prosssgue em estio de debate com o povo: Vocês têm cansado o Senhor com as suas palavras. ‘Como o temos cansado?, vocês ainda perguntam. Quando dizem: ‘Todos os que fazem o mal são bons aos olhos do Senhor, e ele se agrada deles’ e também quando perguntam: ‘Onde está o Deus da justiça? (Ml 2. 7 NVI). A possivel prosperidade dos maus instigava a mente dos judeus de forma  negativa. Eles achavam que os padrões de conduta divina haviam mudado. De forma tal que entre eles se falava: É inútil servir a Deus. O que ganhamos quando obedecemos aos seus preceitos e andamos lamentando diante do Senhor dos Exércitos? Por isso, agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto prospera o que pratica o mal como escapam ilesos os que desafiam a Deus! (Ml 3. 14, 15 NVI).
O que vemos aqui? Simples, se a aliança está comprometida, os relaciomentos também o serão, por este motivo o povo começa uma prática abominável, que de acordo com os estudiosos supra citados, será a de divorciarem das mulheres judias para se casarem com estrangeiras. Vejamos:
Há outra coisa que vocês fazem: Enchem de lágrimas o altar do Senhor; choram e gemem porque ele já não dá atenção às suas ofertas nem as aceita com prazer. E vocês ainda perguntam: "Por quê? " É porque o Senhor é testemunha entre você e a mulher da sua mocidade, pois você não cumpriu a sua promessa de fidelidade, embora ela fosse a sua companheira, a mulher do seu acordo matrimonial.
Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem. E por que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham cuidado: Ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade. "Eu odeio o divórcio", diz o Senhor, o Deus de Israel, e "o homem que se cobre de violência como se cobre de roupas", diz o Senhor dos Exércitos. Por isso tenham bom senso; não sejam infiéis (Ml 2. 13 - 16 NVI).

Revisando:
  1. Israel é um povo escolhido pelo Senhor mas que não honra a aliança que Deus estabeleceu com eles.
  2. O povo alega um relacionamento filial com YHWH, mas não o honra nem como Pai, muito menos como Senhor.
  3. Este pensamento reflete-se na adoração, uma vez que em termos práticos YHWH, nem é Pai, nem Senhor, qualquer coisa que se ofereça em seu altar é aceitável.
  4. Os sacerdotes, que deveriam guardar a aliança, são a principal causa do desvio do povo.
  5. A justiça de Deus é colocada em dúvida, uma vez que os maus estão prosperando, que sentido faz servir a Deus com fidelidade?
  6. A vida religiosa do povo se reflete na banalização da vida familiar, uma vez que o relacionamento entre Deus e o homem é modelo do relacionamento entre marido e mulher.
 Em função de tal postura:

  1. Deus escolherá entre os gentios, um povo que seja seu. Em toda parte incenso e ofertas puras são trazidos ao meu nome, porque grande é o meu nome entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 1. 11 NVI).
  2. Os que não honrarem ao Senhor serão amaldiçoados. Maldito seja o enganador que, tendo no rebanho um macho sem defeito, promete oferecê-lo e depois sacrifica um animal defeituoso, diz o Senhor dos Exércitos; "pois eu sou um grande rei, e o meu nome é temido entre as nações (Ml 1. 14 NVI).
  3. Deus não muda, por este motivo o povo não é destruído. De fato, eu, o Senhor, não mudo. Por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos (Ml 3. 6 NVI).
  4. Quando o Senhor vier, ele irá purificar os sacerdotes, a fim de que estes ofereçam uma oferta aceitável. Vejam, eu enviarei o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. E então, de repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo; o mensageiro da aliança, aquele que vocês desejam, virá", diz o Senhor dos Exércitos. Ele se sentará como um refinador e purificador de prata; purificará os levitas e os refinará como ouro e prata. Assim trarão ao Senhor ofertas com justiça. Então as ofertas de Judá e de Jerusalém serão agradáveis ao Senhor, como nos dias passados, como nos tempos antigos (Ml 3. 1, 3, 4 NVI).
  5. Haverá um dia, e este é o dia do Senhor, em que Deus mesmo fará com que todos vejam a diferença entre o justo e o ímpio. Este dia, não deixará nem raiz nem ramo, mas para aqueles que temem ao nome do Senhor, nascerá o sol da justiça (Ml 3. 16 - 4. 3).
  6. Deus odeia qualquer banalização do relacionamento conjugal.
Em termos práticos:

Vivemos dias em que Deus já tem escolhido entre os gentios, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras (Tt 2. 14; I Pe 2. 9).
Deus engrandeceu o seu nome entre as nações da terra, ao conquistar para si homens de toda a tribo língua, povo e nação (Ap 5. 9, 10) e engrandecerá ainda mais, quando o mundo for sejeito ao seu Filho, Jesus Cristo, e este também se sujeitar a Deus. Então virá o fim, quando ele entregar o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque ele "tudo sujeitou debaixo de seus pés". Ora, quando se diz que "tudo" lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio Deus, que tudo submeteu a Cristo. Quando, porém, tudo lhe estiver sujeito, então o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo em todos (I Co 15. 24 - 28 NVI).
Deus não muda (Tg 1. 17), tal como ocorreu com Israel, assim é conosco, sua fidelidade é a causa de nossa salvação (II Tm 2. 11, 12).
Fomos feitos povo de propriedade exclusiva de Deus (Tt 2. 13, 14; I Pe 2. 9), e reis e sacerdotes para Deus nosso Pai (Ap 1. 5; 5. 9, 10). É por Cristo Jesus que oferecemos a Deus sacrifícios agradáveis (Hb 13. 15; I Pe 2. 5).
Nossa vida familiar deve refletir nosso comprometimento com Deus (Ef 5. 22 - 6. 4).
É esta a lição que extraímos de Malaquias. Por ora paro por aqui, mas prometo rever este assunto, e com certeza Deus há de falar mais aos nossos corações.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.

Um comentário:

  1. Muito bom meu pastor. Muito bom mesmo. Parabéns e que Deus abençoe o senhor.

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