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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Não vai ter copa?!



Vejo as pessoas tratando a derrota da seleção como se a mesma fosse a solução dos nossos problemas políticos e sociais, e se assim fosse, teríamos mudando radicalmente em 74, 78, 82, 86, 90, 98, 2006, 2010, mas não foi assim, não é? Passamos por mudanças, é verdade, mas nada que fizesse deste país um paraíso capitalista, ou uma linda sociedade comunista. Como explicar uma atitude tão ambígua (De um lado somos o país do futebol, e por outro somos os que mais odeiam o futebol)? 

Minha explicação para isto é bem simples. Vivemos um clima pré-revolucionário, e o problema de revoluções é que no arroubo das emoções a tendência é satanizar tudo e todos. Assim, começamos com a Dilma, e terminamos com a Copa. Não voto na Dilma, de forma alguma! Mas a opção contrária não é nada boa. E quanto a Copa? Simples, não há nenhuma contradição entre gostar de futebol, torcer pela seleção (mesmo quando esta joga mal), e ter visão crítica dos problemas estruturais de nosso país. 

Mas de uma hora para outra um grupo de pessoas começou a achar que era justamente o contrário, e pior, que uma vitória da seleção seria um marketing para o governo do PT, que as pessoas estariam adormecidas para as questões com saúde, educação e segurança, coisa que conforme escrito supra, está mais do que superada. 

Uma consciência política não se constrói com derrotas de uma seleção de futebol em uma Copa, mas com um sério projeto envolvendo todos os setores de nossa sociedade. Todos sabemos que não queremos Dilma, mas não sabemos a quem queremos, nem o que de fato queremos, esta é a verdade. Ah sim, queremos educação, saúde, segurança e que nossa seleção vença e convença. Em fim, queremos consumir, mas na boa, temos de ser mais políticos e menos idiotas. 

Idiotas, aqui, é o termo que no grego é usado para designar aquele que atende exclusivamente ao seu próprio interesse  (ver Cortella). Vi um artigo que insinuava que a vitória da seleção alemã sobre a brasileira simbolizava a vitória da disciplina sobre a malandragem, quando na verdade foi uma vitória do coletivo sobre o individualismo, do projeto de uma equipe sobre o improviso. Esta é a principal mensagem do jogo de terça-feira. 

Enquanto não aprendermos a construir um projeto coletivo de nação, de esporte, e de tudo o mais. Individualmente vamos bem, é verdade, aqui exstem pessoas que estudam, trabalham, passam em vestibulares, entram para escolinhas de futebol, mas não há um projeto de estado que acolha tais iniciativas e aí, tanto os talentos do mundo desportivo, quanto os talentos intelectuais são exportados, e nos tornamos uma pátria de idiotas (falo no sentido etimológico da palavra). 

Como reverter isto? Simples, experimente deixar um pouco de lado os seus interesses privados e começar uma conversa com alguém. Garanto que é bem melhor do que colocar a culpa na Dilma, que apenas está seguindo um projeto, e uma prática política que a antecede, ou na Copa, que acontece aqui, nos Estados Unidos, na Alemanha, Ásia, etc..., países cuja política não é tão ruim quanto a nossa e que as ações são mais marcadas pela trasparência.

Marcelo Medeiros, Forte abraço a todos. 

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