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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Discernir é mais que preciso


Escrevi recentemente um post que rendeu. Nele manifesto meu repúdio a uma prática (jamais as pessoas), de uma determinada denominação que resolveu promover uma tarde de humor e transformou o púlpito em palco (aqui). Obtive como resposta o velho não julgueis acompanhado de uma exegese promíscua de Mt 7. 4, 5. Mas o ponto que gostaria de ressaltar aqui é o seguinte: se Deus não habita em templos feitos por mãos de homens, por que se importar com questões de somenos como esta?

Minha resposta é bem simples e vem por meio da devolução da pergunta: Se é o desejo de Deus habitar e andar entre nós, conforme lemos em sua santa palavra (Lv 26. 11; II Co 6. 14 - 16), por que não permitir que a mente seja integralmente absorvida pela sua palavra? A questão da qual trato aqui não é de fundo moral. Cada crente possui a sua luta existencial e sua guerra contra o pecado, então quando se trata da falha moral de cada um, não julgo a ninguém. Minhas polêmicas e querelas são de teor bíblico, afinal, creio na verdade, e não relativizo princípios doutrinários bíblicos. 

Logo, o papo de Mateus 7 a respeito do não julgueis não se aplica ao que pretendo analisar aqui. Ali Cristo pretende falar da ação farisaica que via pecado nos publicanos, nas prostitutas, mas não via o pecado em si, nas distorções e acomodações que faziam da lei, a fim de se justificarem e se sentirem satisfeitos consigo. O caso mais gritante é o da parábola do fariseu e do publicano. Crentes verdadeiros trazem consigo profundo senso de pecado, e por este fato são famintos e sedentos de justiça. O senso de pecado os torna mais misericordiosos com os demais pecadores, isto é fato. 

Mas a leitura de Martin Lloydd-Jones e da Bíblia nos mostra que a misericórdia decorrente do senso de pecado que os crentes trazem não implica necessariamente em coadunação com o erro, é com esta postura que afirmo que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens, mas reafirmo o contexto ignorado por meu interlocutor, mas Deus atenta para o pobre e contrito de espírito, e que treme diante de sua palavra. 

Em tempo observo que a postura de contrição em nada coaduna com a de quem está em um show de humor, dentro, ou fora da Igreja. Destaco que no contexto de II Co 6. 14 - 7. 1, as promessas de filiação divina, presença de Deus no íntimo de cada crente, exigem, por parte dos crentes a santificação como resposta, e ninguém é santificando em uma apresentação de humor, mas mediante a PALAVRA DE DEUS (Sl 119. 9, 11; Jo 17. 17).

Na antiga aliança Deus prometeu ao povo que se ele fosse obediente aos estatutos e mandamentos, clocaria o tabernáculo no meio deles (Lv 26. 11, 12), é neste contexto que se situa a citação que Paulo faz em II Co 6. 16. No Novo Testamento Jesus afirma: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada (Jo 14. 21, 23 ACF). 

Face ao que foi dito supra, afirmo que desconheço qualquer possibilidade de se conhecer o "Deus da Palavra", sem a "palavra do Deus da Palavra", e isto, porque Deus habita onde sua palavra reside, e porque nosso amor a Deus equivale o amor que temos por sua palavra. Um culto no qual as pessoas ouvem piadas, ao meu ver nada tem a ver com culto, mas com entretenimento (aqui, aqui, e aqui), culto é outra coisa, é serviço a Deus e ao próximo. Serviço este que é motivado pelo amor à palavra. Amor que ao meu ver se encontra em vidas tomadas pela palavra de Deus, que nela meditam de dia e de noite, que fazem da mesma o seu prazer máximo, não precisando de outros subterfúgios para estarem na congregação.

Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros. 

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