Pesquisar este blog

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Um libertador para Israel


Moisés foi o instrumento humano que Deus empregou para realizar o que dantes havia prometido ao seu servo Abraão no tocante à libertação de seu povo do Egito. É importante que no decorrer desta lição atentemos para os fatores históricos e sociais em que se deu o nascimento deste homem de Deus, bem como os meios que Deus proveu para criação, educação e preparo do mesmo.

I ) Genealogia de Moisés
E Anrão tomou por mulher a Joquebede, sua tia, e ela deu-lhe Arão e Moisés: e os anos da vida de Anrão foram cento e trinta e sete anos (Ex 6. 20 ARCF). 
Moisés é da tribo de Levi, uma tribo que de acordo com a benção profética de Jacó seria sem herança (Gn 49. 5 - 8). Foi deste meio que Deus tirou um homem cuja atuação ministerial engloba a de profeta, sacerdote (dada sua atuação como intercessor entre o povo e Deus), legislador para o povo de Israel. Na verdade Moisés é um homem cuja maior marca é a renúncia a tudo quanto ele poderia ter sido dado ao seu potencial intelectual e social.

II) O contexto em que Moisés nasceu

Conforme dissemos aqui, o momento em que Moisés nasce é crítico para o povo, pois os egípcios com medo do crescimento do povo eleito, escravizaram os hebreus, e com pesados trabalhos. Ao perceberem que, a despeito da opressão o povo crescia, os opressores buscaram um outro método, que na minha leitura é um dos primeiros planos de eugenia. Para que tal fosse concretizado os meninos deveriam de serem mortos. Inicialmente o plano fracassa porque as parteiras desobedecem á voz do Faraó, mas este ordena que os egípcios e os próprios israelitas lancem os meninos no Nilo (Ex 1. 11 - 22).
Neste aspecto Moisés se iguala a Cristo, visto que ambos foram perseguidos pelos respectivos soberanos da nação no momento em que nasceram, e tiveram as suas vidas ameaçadas. Mas o texto bíblico nos mostra Deus providenciando meios para a preservação, o sustento, e o preparo de Moisés. Ele foi preservado em razão da afeição que a filha do Faraó teve por ele. Ele foi sustentado por sua própria mãe até que foi desmamado e foi preparado ao ser educado em toda a ciência do Egito, conforme vemos neste texto em que Estevão resume a vida de Moisés.
Então outro rei, que nada sabia a respeito de José, passou a governar o Egito. Ele agiu traiçoeiramente para com o nosso povo e oprimiu os nossos antepassados, obrigando-os a abandonar os seus recém-nascidos, para que não sobrevivessem. "Naquele tempo nasceu Moisés, que era um menino extraordinário. Por três meses ele foi criado na casa de seu pai. Quando foi abandonado, a filha do faraó o tomou e o criou como seu próprio filho. Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e obras (At 7. 18 - 22 NVI). 
Não se sabe com certeza, o que fez com que Moisés, mesmo sendo educado em toda ciência do Egito se identificou com a causa dos seus irmãos de etnia. Este é um sentimento que não é nada comum á natureza humana, visto que nossa tendência é a de nos acomodarmos diante do sofrimento alheio, mas ele teve compaixão dos seus. Seu comprometimento com a causa do seu povo fez com que este se indispusesse contra o sistema e com isto, fosse forcado a fugir do Egito.

III) A fuga de Moisés

Para abordarmos tal assunto recorreremos ao resumo que a própria Bíblia faz da história deste servo de Deus. Na interpretação de Estevão, eis o desenvolvimento da história
Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas. Ao ver um deles sendo maltratado por um egípcio, saiu em defesa do oprimido e o vingou, matando o egípcio. Ele pensava que seus irmãos compreenderiam que Deus o estava usando para salvá-los, mas eles não o compreenderam. No dia seguinte, Moisés dirigiu-se a dois israelitas que estavam brigando, e tentou reconciliá-los, dizendo: ‘Homens, vocês são irmãos; por que ferem um ao outro? "Mas o homem que maltratava o outro empurrou Moisés e disse: ‘Quem o nomeou líder e juiz sobre nós? Quer matar-me como matou o egípcio ontem? ’ Ouvindo isso, Moisés fugiu para Midiã, onde ficou morando como estrangeiro e teve dois filhos (At 7. 23 - 29 NVI).  
Creio que a educação que Moisés recebeu no Egito serviu para que o mesmo desenvolvesse habilidades de escritas e leitura, tão necessárias para o registro fidedigno que o mesmo faz da trajetória histórica do povo, quanto para o registro dos mandamentos de Deus. Mas foi no deserto de Midiã que ele se preparou para conduzir o povo pelo deserto. Foi ali que ele aprendeu a viver em meios às intempéries do deserto.
Mas no que aprendeu a viver em desertos, desaprendeu a linguagem diplomática. Um grave problema no que tange ao perfil deste líder impar é a conciliação entre o que diz Estevão (que Moisés era poderoso em palavras e obras), e o que o próprio diz a seu respeito, a saber que era pesado de língua. Sobre este assunto nos debruçaremos nas linhas abaixo, quando abordarmos a sua chamada.
Por ora nos interessa reafirmar que a fuga de Moisés foi importante em sua formação como guia de um povo pelo caminho do deserto e por privações.

III) O chamado de Moisés

Deus chama seu servo no momento em que seu povo mais geme e clama a respeito da opressão que estava passando no Egito. Na verdade a totalidade do texto bíblico dá sim a entender que foi uma convergência entre o tempo divino e o clamor do povo.
E aconteceu, depois de muitos dias, que morrendo o rei do Egito, os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão. E ouviu Deus o seu gemido, e lembrou-se Deus da sua aliança com Abraão, com Isaque, e com Jacó; E viu Deus os filhos de Israel, e atentou Deus para a sua condição (Ex 2. 23 - 25 ARCF). 
O clamor do povo chega a Deus, mas perceba caro leitor que o texto nos mostra Deus se lembrando da aliança que fizera com os patriarcas, o que remete ao pacto em que Deus renova, particularmente com Abraão, as promessas de uma descendência numerosa e de que a mesma seria peregrina em terra estranha, antes de herdar a terra prometida.
Após quarenta anos de deserto, e de longa experiência como pastor dos rebanhos do seu sogro, Deus chama Moisés no meio da sarça ardente. Uma sarça queimar em pleno deserto não é algo incomum, o extraordinário estava em que a que fora visualizada por Moisés queimava e não se consumia. Ao se aproximar para ver o fenômeno de perto. Deus brada do meio da sarça. É neste contexto que se dá o chamado de Moisés (Ex 3. 1 - 15). Creio que no caso dele tenha sido deste forma, porque ao longo do contexto Moisés demonstra preocupação com a aceitação do povo, visto que já havia lidado com a rejeição. Fato é que mesmo não havendo um padrão único para o chamamento divino, é possível se perceber que todo homem de Deus, recebe sua comissão em meio a uma profunda experiência com Deus.
Diante do chamado divino, Moisés expõe a sua inadequação. Ele pergunta: Quem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas do Egito? (Ex 3. 11 NVI). E obtém de Deus a seguinte resposta: Eu estarei com você. Esta é a prova de que sou eu quem o envia: quando você tirar o povo do Egito, vocês prestarão culto a Deus neste monte (Ex 3. 12 NVI). A obra de Deus é feita pelo próprio Deus, é esta a verdade contida na afirmação de Isaías quando ele disse: tudo o que alcançamos, fizeste-o para nós (Is 26. 12 NVI).
A segunda alegação de Moises é a ausência de conhecimento teológico. Embora Deus se manifeste como o Todo poderoso aos patriarcas, ele não fez seu nome conhecidos aos mesmos (Ex 6. 2, 3). a revelação do nome de Deus foi feita à Moisés. E qual é o seu nome? Seu nome é יְהוָ֞ה (YHWH), cuja transliteração pode ser Jeová, Javé, ou Iahweh; mas cujo significado é EU SOU. Aqui se encerra toda a Teologia, tudo o que se pode afirmar a respeito da pessoa de Deus. Ele É.
Esta experiência somada ao preparo intelectual e prático do servo de Deus formaram o tripé da preparação do homem de Deus chamado Moisés. Os sinais que Deus concede à Moisés são muito interessantes, mas sem a presença de Deus eles nada seriam, visto que no inicio de seu ministério, quando este se apresenta para Faraó, os magos repetem os mesmos sinais, indicando que a garantia do ministério é a presença de Deus.
Concluo este trabalho afirmando mais uma vez que o preparo intelectual e espiritual é indispensável para o líder. Mas nenhum preparo dispensa e experiência espiritual, e ao analisarmos a vida de Moisés, percebemos todas estas qualidades presentes. Minha oração é que aqueles que se sentem chamados por Deus busquem o preenchimento de todas estas lacunas, para a Glória de Deus.
 
Em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço o seu comentário!
Ele será moderado e postado assim que recebermos.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Créditos!

Por favor, respeite os direitos autorais e a propriedade intelectual (Lei nº 9.610/1998). Você pode copiar os textos para publicação/reprodução e outros, mas sempre que o fizer, façam constar no final de sua publicação, a minha autoria ou das pessoas que cito aqui.

Algumas postagens do "Paidéia" trazem imagens de fontes externas como o Google Imagens e de outros blog´s.

Se alguma for de sua autoria e não foram dados os devidos créditos, perdoe-me e me avise (blogdoprmedeiros@gmail.com) para que possa fazê-lo. E não se esqueça de, também, creditar ao meu blog as imagens que forem de minha autoria.