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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O homem e o fato social


Esta é mais uma imagem do Facebook (aqui) que me trouxe serias reflexões. A imagem afirma que ser homem é tomar decisões, cuidar do dinheiro e mandar na casa, ou seja ocupar espaços de poder. O grande problema é que o pai da foto não percebeu que os tempos mudaram e as convenções sociais acima descritas não são satisfeitas mais pelos homens.
Qualquer pessoa que leia o livro O que é feminismo, da coleção primeiros passos, percebe que não é nenhuma novidade a mulher trabalhar. A questão é que o trabalhador, antes não produzia status algum. A ideia mudou com a modernidade, a revolução industrial e o advento de novos modos de produção. Foi a partir daí que se abriu o caminho para que as mulheres fossem reconhecidas e passassem a ter sua fatia no poder.
Com a pós modernidade a noção de relação de poder mudou. Os modernos acreditavam que o verdadeiro poder estava ligado ao conhecimento, e que uma vez este liberto do poder e do controle político, este poderia contribuir para o progresso definitivo da sociedade. Os pensadores pós modernos não acreditam em tal possibilidade, por este mesmo motivo defendem que cada grupo oprimido (dentre os quais as mulheres),  acessem o poder que puderem para manter sua influencia na sociedade. Sim, um notável poder se encontra nas mãos das mulheres.
Mas algo que a maioria absoluta dos pensadores seculares não percebe é que o poder está contaminado pela maldade humana (aqui). Em outras palavras, quem adquire poder não se contenta com a sua libertação e equiparação, antes exerce a violência do poder. Quando Deus criou o homem nenhuma destas coisas existia. O homem morava no jardim (não haviam casas e muito menos a necessidade de preocupação com os cuidados que uma residência moderna exige), não havia dinheiro, e a última coisa com qual o relato bíblico se preocupa é com a projeção de uma imagem de um Adão mandatário.
A estrutura narrativa do Gênesis mostra o homem (leia-se a humanidade), governando e cuidando do mundo que Deus criou, ou seja, o exercício do poder não exclui o cuidado com a criação e com o próximo. O casamento relatado no primeiro livro da Bíblia passa uma mensagem de que a união conjugal envolve pertença e identificação. Ali não existe quem manda e quem cuida do quê, uma vez que são carne da carne e ossos dos ossos um do outro.
Minha conclusão é que ser homem é ser aquilo para o qual Deus nos criou. Foi na medida em que a imago Dei foi se apagando no homem, que este sentiu a vontade de colocar um suposto poder no lugar daquela qualidade já apagada. Creio que quanto mais o homem for se parecendo com o próprio Cristo, mas homem ele será e mais encantará sua companheira. Afinal, quando a Bíblia descreve o homem, o faz em termos de alguém ama sua mulher como Cristo amou a igreja e como alguém que busca agrada-la em tudo. Os baixos salários e as demandas do custo de vida não permitem mais ao homem manter sozinho uma casa. Na verdade creio que isto nunca aconteceu, basta ler o texto de provérbios que fala da mulher virtuosa. As decisões da casa são tomadas em conjunto (veja o caso em que Abraão teve de decidir sobre a permanência, ou não de Ismael em Casa).
O que mudou? Deus fez o homem perfeito, mas eles buscaram muitas invenções (Ec 7. 29). Vivemos um modo de vida que sequer nos permite pensar em viver de forma diferente. Mas é mais do que fato que precisamos e devemos pensar em viver de forma diferente sim, do contrário, creio que não viveremos.
 
Em Cristo, Marcelo Medeiros
 

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