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terça-feira, 2 de junho de 2020

Até quando?




Há seis anos atrás escrevi este post propondo uma reflexão a respeito da morte de um rapaz negro por linchamento. Na ocasião toquei no papel do Estado, Da igreja, mas não toquei na questão mais pontual: a do racismo. Não é reflexão fácil de se fazer diante do negacionismo, do revisionismo histórico, do que acham ser exagero, dos que realmente exageram na questão. Mas racismo é real e a morte de George Floyd foi pontual para a reflexão da questão. 

Há uns quinze anos atrás eu vi um filme chamado Babel, onde um policial abordava um atleta negro e na revista abusava da mulher do mesmo. Foi uma forma de humilhar um homem negro que possuía melhores condições socioeconômicas do que ele. Infelizmente a história de Mineápolis trouxe um desfecho mais trágico do que o do filme. Um policial contra o qual já haviam mais de dezoito queixas por abuso, sufocou um homem negro até que o mesmo viesse a óbito. 

Diante do fato inconteste, vejo crentes em redes sociais minimizando o racismo, que é grande nos Estados Unidos, e maior ainda aqui no Brasil. É algo que tem se tornando cada vez mais comum. Protesta-se contra o aborto, mas nada se faz em prol de crianças abandonadas (não é que as ações não existam, é que são raras). elaboram-se apologéticas contra o feminismo,. mas não se faz uma intervenção efetiva contra a violência à mulher. Fala-se contra os protestos nos Estados Unidos, da baderna, mas não se fala contra a violência racial. 

É óbvio que não sou favorável às manifestações de violência, nem as ações dos que se aproveitam da onda de revolta para fazer saques e depredar a propriedade privada, lojas, marcados. Mas como quem pensa preciso perguntar pelos catalizadores deste estado de anomia social. Creio que a não aplicação da lei. Neste aspecto o profeta Habacuque pode nos ajudar. Seu livro decorre do espanto diante do não cumprimento do código da aliança. 
Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás? Por que razão me mostras a iniqüidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida (Hc 1. 2 - 4). 
O texto mostra o espanto do profeta diante de um quadro de violência e opressão, de contendas e de litígios judiciais, de frouxidão legal e de injustiça. E confesso que sinto falta deste espanto entre evangélicos que veem com naturalidade a morte de um George Floyd.  

Marcelo Medeiros. 

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