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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Conhecimento Produz Apostasia?



Infelizmente a imagem que provocou este tópico parece ter sido caçada e não a salvei em meus documentos. Mas para o leitor que possivelmente tenha contato com esta postagem fica a reflexão a respeito da possibilidade de equilíbrio entre fé, razão, ortodoxia bíblica, conservadorismo e progressismo.

Antes de responder a pergunta, uma colocação. Desde cedo lido com questões malucas como estas. As pessoas dizem: "cuidado, ler demais enlouquece", "a letra mata", "o estudo esfria". Vez ou outra quando menciono que estou cursando uma pós em Ciências da Religião, ou quando faço uma citação de um filósofo em minhas aulas me deparo com a pergunta: "professor, a filosofia desvia as pessoas?", ou "cuidado com as leituras dos teólogos liberais". Não, esta é a resposta para ambas as questões.

Da minha perspectiva não ocorre. Assim como me tornei calvinista antes de ler as obras de Calvino, e que se observe que foram popucas, não me tornei materialista dialético por ter lido Marx, nem niilista por ter lido Nietzsche. Não deixei de acreditar que Deus se comunica por meio de sonhos por ter lido "A interpretação dos Sonhos" de Freud, ou que milagres ocorram apenas porque li Hume.

Para todas estas leituras Chesterton, C. S. Lewis, Shaeffer e outros tantos funcionam como bons antídotos. Mas a questão não é esta. Não creio que acesso algum ao conhecimento, seja de que tipo for, provoque apostasia nas pessoas. As causas são outras. Meus conflitos pessoais com Deus, por exemplo, sequer tocam em tais questões.

Seguindo as pisadas de quem entende do assunto, creio que a ansiedade, a luta pelas riquezas, a sedução dos prazeres desta vida, as tribulações e perseguições por causa da palavra (que hoje ocorrem dentro dos templos) são tentações muito mais fortes para que um crente abrace ideologias contrárias à fé. Daí é somente abraçar algum teólogo liberal, ou neo ortodoxo, teórico ateu, ou niilista e seguir em frente. Mas a raiz dos problemas não está na esfera intelctual.

Pondé frequantemente ironiza o ateísmo por ser uma filosofia que nasce da desilusão do ser humano em relação à vida. Este fenômeno pode ocorrer precocemente, ou tardiamente. E para mim é aí, ao invés de nas leituras, que mora o verdadeiro perigo. Ela pode ser oriunda de um contato real com a dor, ou de um contato fictício. Mas é a verdadeira causa. Forte abraço.

Marcelo Medeiros. 

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