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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

As Mudanças dos Valores Morais




O que é moral? Qual a fonte da mesma? Como distinguir ética de moral? Há possibilidades reais de uma Ética universal? Existe uma moral que sirva de padrão para todas as culturas? São perguntas que precisam de serem feitas antes que se empreenda em um estudo a respeito do tema. O que tem assutado cristãos que nasceram antes da década de oitenta do século anterior, é a mudança nos valores e no comportamento.

Marcha pela liberação de entorpecentes, descriminalização do aborto, casamento entre iguais; são cada vez mais frequentes. Tais temáticas ganham pauta no debate filosófico e político. Mais do que isto são veiculadas pela cultura como se fossem "direitos legítimos". É neste mundo que o cristão tem o seu chamado para ser sal da terra e luz do mundo.

POR UM SENTIDO FILOSÓFICO DE ÉTICA E DE MORAL


Ética é um conjunto de valores que os seres humanos em geral usam para responder três perguntas básicas: Quero? Devo? Posso? Esta é a definição de Mário Sérgio Cortella. O que faz tal reflexão mais do que necessária? A necessidade de conviver, ou de coexistir. É tão somente a partir desta que a Ética se torna necessária. 


Para que serve a Ética? Para estabelecer os devidos limites entre a nossa natureza, os nossos instintos e o que precisamos fazer para um bom convívio. Com fins a resposta das perguntas: quero, devo e, ou posso, necessário se faz um conjunto de valores. Pode-se dizer que Ética também seja orientada por princípios. Logo, 
A Ética é, antes de mais nada, a capacidade de protegermos a vida coletiva. Afinal de contas, nós, homens e mulheres vivemos juntos. Aliás, para seres humanos não existe vivvência, existe apenas convivência. Nós só somos humanos com outros humanos. A nossa humanidade é compartilhada. Ser humano é ser junto. Isto significa que é preciso que saibamos que a nossa convivência exige uma noção especial de nossa igualdade de existência, o que nos obriga a afastar do ponto de partida de qualquer forma de arrogância (CORTELLA, 2011). 
E moral? Retornando ao filósofo em questão percebe-se que para o mesmo a moral é a aplicação da ética. Resumindo:

  1. Ética é a reunião de valores com vistas a responder três questões básicas: quero? Posso? Devo? questões que nem sempre encontram-se devidamente alinhadas. 
  2. Para que ocorra tal reflexão, necessário se faz com que o ser humano adote uma noção de valores. 
  3. A finalidade da mesma consiste em equacionar os conflitos decorrentes da natureza humana em parte e da necessidade do mesmo em conviver. 
  4. Moral é a capacidade de aplicar esta ética. 
Cortella escreveu em parceria com Yves de La Taille um fantástico livro cujo título "Nos Labirintos da Moral" descreve bem o desafio de se formular uma moral satisfatória. A leitura de Pascal aponta para o problema do "limite da moral". Isto porque conforme reconhecido por Cortella, a Ética tem por objetivo, ou finalidade equacionar os desejos, com as possiblidades e os deveres. 

NOS LIMITES DA MORAL

As reflexões sobre Ética buscavam equacionar desejo com dever. Daí que não entende a Ética grega sem a concepção de eudaimonia (a felicidade sob a proteção de um Deus). Pascal percebeu isto. Tanto que ele afirmou a respeito dos homens: não encontram outro meio de satisfazer sua concupiscência sem fazer mal aos outros (pág. 58). 

Todavia, esta ética nada tinha a ver com a satisfação plena dos desejos, mas com a supressão dos mesmos. E este é mais um ponto de convergência entre Pascal e os antigos, visto que aquele afirma: a vontade própria nunca satisfará, ainda quando tivesse o poder de realizar tudo o que quer, mas fica-se satisfeito logo que se renuncia a ela. Sem ela não se pode estar descontente, por ela não se pode estar contente (pág. 143). Mas qual o limite da moral?

Pascal enxerga uma terrível ambiguidade dentro do ser humano. Este é, ao mesmo tempo grande e miserável. Diante de tal constatação não cabe que se estime, ou deprecia demasiadamente o homem, mas que o veja em sua real condição. É nesta incapacidade de conhecer plenamente o bem que reside a falha do homem em elaborar uma ética satisfatória. 
Que o homem sem fé não pode conhcer o verdadeiro bem, nem a justiça. Todos os homens procuram ser felizes. Isso não tem exceção, por mais diferentes que sejam os meios empregados. Todos tendem para este fim. O que faz com que uns vão à guerra e outros não vão, é esse mesmo desejo que está em ambos acompanhado de diferentes visões. É o motivo de todas as ações do homem, até mesmo dos que vão se enforcar (pág 82, 83). 
Os desejos são a fonte dos desarranjos do ser humano. Para Pascal somente Deus pode preencher este desejo, mas aqui se tem um dilema. Ao mesmo tempo que somente Deus pode satisfazer plenamente o homem, as volúpias do mesmo o afastam ainda mais de Deus. 
É necessário que, para tornar  o homem feliz. ela lhe mostre que há um Deus, a quem somos obrigados a amar, que a nossa verdadeira felicidade está em estar nele, e o nosso único mal consiste em estar separado d'Ele, que ela reconheça que somos cheios de trevas, que nos impedem de conhecê-lo e de amá-lo, e que assim, obrigando-nos aos nossos deveres de amar a Deus, e disto nos desviando as nossas concupiscências, estamos cheios de injustiças. É necessário que ela nos dê as razões dessas oposições que temos em relação a Deus e nosso próprio bem. É necessário que nos ensine os remádios para essas impotências e os meios de obter esses remédios (pág. 84).
A moral humana decorre de seres caídos, ambíguos, inadequados, que caminham no labirintos de desejos contrários. Este é o limite da moral com o qual o ser humano tem de lidar. 

DILEMAS ÉTICOS ATUAIS

Até agora foi contemplado neste estudo a fonte dos dilemas éticos, a ambiguidade humana. Agora convém voltar o olhar para uma outra questão: Quais os dilemas éticos da atualidade? Na área da sexualidade a emergência das práticas homossexuais para a esfera pública. (Este é o momento em que convém lembrar que toda atitude pública é alvo de crítica, exemplo, eu, por escrever em rede me exponho à crítica). 

O dilema inicial que surge é o exercíco do direito à crítica com o "respeito" ao "outro". Em outras palavras: a crítica de forma alguma pode ser vexatória, odiosa, mas unica e somente uma expressão, ou juízo de valor, algo que é exercido por toda e qualquer pessoa, pricipalmente por você, que lê este texto que escrevi. 

Outro ponto crucial é a afirmação da laicidade estatal, o que coloca o Estado como ministro, ou serviçal a favor de todos os cidadãos, garantindo às Igrejas o direito à pregação de seus dogmas, inclusive a questão do pecado, e os direitos fundamentais das minorias, inclusive gays e lésbicas. Destaco aqui a "proteção à vida e integridade física dos mesmos". 

A respeito das drogas há de se observar o crescimento do discurso pró liberação sob a argumentação de que a liberalização das mesmas fosse um poderoso meio de combater o narcotráfico. Uma observação inicial é que o crime migra. Fato amplamente comprovado por meio da implatação da UPP's no Rio de Janeiro, sendo que neste caso ocorreu apenas imigração do tráfico. 

Outra questão, que ao meu var cancela tal argumento, é que a legalização de bebidas e cigarros não impede a venda ilegal dos referidos produtos. É a chamada pirataria. Apenas lanço mão de tais exemplo com a fim de apontar aqui que a legalização de drogas não ameniza em nada a criminalidade. 

A respeito das drogas, o vazio da vida moderna é o principal motivo da procura da mesma. As pessoas buscam preencher o vazio que antes era ocupado pela experiência religiosa e pela existencial com o uso de drogas. E conforme observado por Pascal, o homem segue buscando a felicidade acima de qualquer outra coisa. 

A estas práticas, o aborto tem sido apresentado como algo legítimo, ao passo que na verdade nada mais é do que assassinato, o que se comprova nas tentativas de desumanização do feto [aqui]. 

CONTINUA

Marcelo Medeiros. 

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