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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Confissão e Cura versus hipocrisia pública

 
 
Li há alguns anos atrás um autor que me marou profundamente. O nome dele? Rubem Martins Amorese. Um dos textos mais marcantes que este autor elaborou foi a respeito da crise de confissão que temos em nossos dias. Vivemos em uma sociedade de pseudos doentes porque as pessoas se negam resolutamente a confessarem os seus pecados. Uma das razões apontadas pelo autor é a falta de credibilidade do povo na pessoa dos confessores. Em outras palavras aquilo que confessamos em particular pode virar assunto das últimas fofocas de roda. O dilema que temos diante de nós, é a Bíblia de um lado e a opinião pública do outro.
A Bíblia diz: O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia (Pv 28. 13), e: Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5. 16). Diante da possibilidade da exposição nos apegamos ao famoso líbelo de confessar para Deus. Tudo bem, afinal Davi disse: Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado (Sl 32. 5), mas de forma alguma podemos entender este texto como uma confissão em pensamento, visto quee no contexto do texto em apreço o mesmo afirma: Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia (Sl 32. 3). Creio que para encontrarmos a raiz deste terrível mal temos de recorrer a dois filósofos cuja presença neste terra serve-nos de luz. O primeiro é Blaise Pascal, cristão. O segundo Luis Felipe Pondé.
Para Pascal, todos vivemos uma vida em nós mesmos e uma vida imaginária na mente das pessoas. Nas palavras do filósofo, não nos satisfazemos com a vida que temos em nós e no nosso próprio ser; desejamos viver na idéia dos outros uma vida imaginária, e, para isto esforçamo-nos para por fingir. Trabalhamos incansavelmente para embelezar e conservar nosso ser imaginário e negligenciamos o verdadeiro. RESULTADO, fazemos um enorme esforço para ressaltar nossas qualidade e ocultar os nossos defeitos. CONCLUSÃO: AS PESSOAS EVITAM CONFESSAR PARA QUE A IMAGEM QUE ELAS CONSTRUÍRAM NÃO SE DESMORONE. O nome disto é hipocrisia. Em outras palavras: fingir ser aquilo que não somos.
De acordo com Pondé a substância da moral pública em nossos dias é a hipocrisia. As pessoas fazem a máxima questão de se afirmarem como éticas, e o fazem como se isto fosse alguma virtude inerente à sua pessoa e como se pudessem fazer um marketing dela. Com isto o pecado como essência da natureza humana é ignorado. Um homem cuja trajetória é maculada por um escâdalo sexual, por exemplo, é impiedosamente julgado pelos demais, como se os que o julgam não fossem pecadores, QUANDO NA VERDADE SÃO.
Para que o nosso meio volte a desfrutar das beneces da confissão, necessário se faz o resgate da idéia de pecado, do conceito de graça e da universalidade do pecado e necessidade que todos temos dele. Em Cristo Jesus, Marcelo Medeiros.

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