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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Pastor Antônio Gilberto fala de Calvinismo



Sempre vi, e continuo a ver, o Pastor Antônio Gilberto como modelo de formação acadêmica a ser seguido por mim. Ele é uma raridade no meio pentecostal, marcado pela estranha ênfase no emocionalismo, na experiência prática em detrimento dos estudos, principalmente no que tange ao campo teológico. Daí a importância deste ícone das assembleias de Deus para jovens que pretendem unir piedade com erudição intelectual. 

Li alguns livros do autor, dentre os quais A Bíblia Através dos Séculos, e dois que falam sobre a Escola Dominical. Confesso que do pouco que li nada pode perceber a respeito de sua posição teológica no tocante à doutrina da salvação, ou seja, não sei dizer se o mesmo é, ou não reformado. E sinceramente, não interessa a esta altura do campeonato. 

Li um artigo no blog Teologia Pentecostal a respeito de vários temas, dentre os quais calvinismo, predestinação, arminianismo e outros receberam devida abordagem. Confesso que pouco entendi da posição do pastor supra, mas um fator importantíssimo ao debate veio à tona: a preocupação de que uma vez adotada a fé calvinista o Brasil se torne uma Europa, veja o tópico três [leia aqui]. Eu gostaria de fazer algumas observações:

  1. A frase uma vez salvo, salvo para sempre é uma afirmação do senso comum não encontrada na Bíblia, mas que expressa a verdade bíblica da doutrina da perseverança dos salvos. Segundo esta, os salvos, os eleitos perseverarão, pois estes possuem no penhor do Espírito (Ef 1. 13, 14; 4. 31), no caráter pleno da obra de Deus (I Co 1. 8, 9; Fp 1. 6; I Pe 5. 10) e no poder de Deus a garantia de que perseverarão (Jd 23, 24). Face ao fundamento e apoio bíblico desta doutrina, a questão a ser colocada é se esta é uma obra sinérgica, ou monergística. 
  2. A Bíblia trabalha com a ideia de apostasia e nenhum apóstolo incentiva o pecado, ou a falta de zelo. Mas mesmo nas exortações pertinentes ao perigo de desvio da fé, se percebe que os escritores bíblicos julgam estar falando com pessoas crentes (Hb 10. 34, 35, 38, 39; Jd 3 - 5, 19). 
  3. Calvinistas e arminianos não tem a mínima dificuldade de reconhecer que a eleição bíblica se dá por Cristo e em Cristo. A questão está no que isto vem a significar e creio que para ambos tem sentido diferente. 
  4. Para o arminiano a eleição é baseada na presciência de Deus, que elege as pessoas de acordo com a decisão futura delas em abraçar a Cristo. De imediato esta contradição foi percebida por Wayne Grüdem em sua Teologia Sistemática, e tratada como uma falsa solução. Mas o argumento de bíblico de que não há um justo, nem um sequer, ninguém que busque a Deus, é mais do que suficiente para anular esta concepção. 
  5. Colocar a culpa do esfriamento religioso da Europa no calvinismo é injusto, fatores históricos diversos precisam ser levados em conta. a) A prosperidade criada pelo capitalismo, foi identificada por Weber como causa de um futuro esfriamento da religião, b) associe a esta o crescimento da secularização (ou desencantamento de mundo), e é possível vislumbrar o ambiente europeu. c) Nesta equação não se pode deixar de considerar as guerras entre arminianismo e calvinismo. d) Estas redundaram no Evangelicalismo que devido ao seu caráter superficial permitiu que a cultura minasse a fé em países de primeiro mundo. É contra estas coisas que cristãos precisam se armar. 
  6. Os males do arminianismo não se resumem à autonomia exacerbada do homem, que na verdade está mais para o pelagianismo revivido por Finney do que para qualquer outra posição. 
  7. Enquanto doutrina, o arminianismo discorda do calvinismo apenas a partir do segundo ponto, e deixa o último em aberto. Esboço minha posição em um artigo que pode ser lido neste blog e acessado neste link
Mas sou forçado a concordar com a opinião do autor de que a melhor opção é o equilíbrio bíblico, que aliás vejo em calvinistas como Spourgeon, Lloydd-Jones e no evangelical Stott, e que de certa forma esboço em artigos que estão neste blog, dentre os quais este textoeste e este aqui. Que Deus em Cristo vos abençoe. 

Marcelo Medeiros. 

2 comentários:

  1. Pra mim é muito simples ..unir o arminianismo e calvinismo... Todos os homens merecem o inferno sem exceção. Nosso pecado nos condena.e todo aquele que pecar será lançado na lago de fogo e enxofre..estamos destinados a perdição pelo nosso pecado..porém Deus nos amou tanto que enviou a,Jesus e o Senhor pagou o preço o regate nosso.e então fomos PREDESTINADOS. a salvação.... Quem foi predestinado..todo aquele que pela fé receber o dom de Deus LIVRE ARBITRIO a Jesus como salvador....simples como fritar um ovo..os homens e teólogos que complicam tudo....se não for a sim .o Calvinismo é uma aberração pois implica em um Deus que não ama a todos e que o sacrifício de JESUS na cruz foi pra uma meia dúzia.. Aí não dá né.

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    1. Moisés o início é quase que perfeito. Mas no fim, Jesus!!! É bem aí é que começa o problema, na tua fala final. Ela é o indicador de que não é tão fácil unir calvinismo a arminianismo.

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