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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

João Alexandre e seu rompimento com a música gospel

 
Esta manhã, em minha primeira visita às paginas do facebook, me deparei com a noticia mais do velha, de que João Alexandre anunciara seu rompimento com a música gospel (aqui). Mas ao ler o conteúdo da matéria vi que não se tratava de simples rompimento, coisa que é real há mais de vinte anos, mas de um pedido que o cantor faz. João Alexandre não quer mais é ser associado ao Gospel, pois na visão do cantor em apreço este se tornou símbolo de uma cultura de massa, na qual os cantores são associados com fama, fortuna e uma diversidade de valores que contraditam a arte em si, e pior, com a mensagem cristã, que em tese tais artistas pretendem veicular.
Ainda no facebook do cantor, é possível vermos a seguinte fala:
Maldita a hora em que um publicitário teve a "brilhante" idéia de chamar a Música Cristã Contemporânea Brasileira, estrategicamente e mercadológicamente, de "GOSPEL"!
Desde então, por pior que seja uma música dentro do GOSPEL, muitos cristãos assimilam, sem nenhum critério e por melhor que seja uma música fora dele, é simplesmente rejeitada! Ainda bem que Deus não é GOSPEL!
(aqui).
As palavra são fortes? Sim, e daí! Fato é que elas retratam a realidade em que vivemos, onde se faz distinção entre música gospel e secular, ou profana, mas não entre música ruim e boa, e pior, quando falamos sempre surge alguém com o discurso de que o gosto não se discute, que é relativo, e que não existem padrões universais. Mas aqui faço voz com Ricardo Gondim, sim,
Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza (aqui).
Ouvir uma obra de Bach demanda uma capacidade de apreciação que está cada vez mais rara, principalmente no nosso meio. Nosso povo tem sido adestrado para o reconhecimento, é isto que chamam de gostar. A melodia, a estrutura poética, de tão batidas que são se tornam reconhecidas e facilmente identificadas pelo ouvinte. Com isto se institui uma ditadura em que é proibido discordar, não gostar desta ou daquela faixa do CD, afinal, o cantor é sucesso.
Assim, vez ou outra sou forçado a ouvir em um, ou mais cultos (que infelizmente se tornaram braços da mídia), coisas do tipo "se tiveres fé de um grão de mostarda", "incendeia Senhor a tua Igreja"e em nenhum dos casos falo do texto bíblico, mas de músicas que em comum possuem o fato de serem pessimamente mau estruturadas na melodia, na letra, na harmonia, e cuja finalidade se vê nos trenzinhos que as pessoas saem fazendo no interior do templo, e nas requebradas das moças (e eu que pensei que a lambada já era o apocalipse!).
Cada vez mais sou forçado a concordar com Adorno quando ele fala do fetichismo que há em nossa música (aqui), com a única ressalva de que discordo da divisão que ele faz entre música popular e musica erudita, e isto por uma simples razão, a giga e o minueto, por exemplo, antes de tomarem a forma erudita existiram na forma popular. Para mim, este é um claro indicador de que a música em sua expressão popular pode sim, ser refinada. A questão então seria: refinada para quem apreciar?
Graças a Deus João Alexandre e tantos outros anônimos estão entre nós. Para mim eles são como aqueles profetas que Obede escondeu em uma cisterna, ou como os sete mil que não prostraram diante de Baal, cuja boca não o beijaram, e que foram preservados por Deus em Israel. Em Cristo.
 
Marcelo Medeiros.

Um comentário:

  1. antora Nivea Soares chora ao falar de Idolatria Gospel e condena o modismo.

    "Na minha epoca não exisitia a palavra show"...Ver mais

    Pregações Evangélicas: Cantora Nivea Soares chora ao falar de Idolatria Gospel
    www.pregacoesevangelica.com.br
    Cantora Nivea Soares chora ao falar de Idolatria Gospel Assistam o video abaixo.
    há 3 horas · Curtir · 1 · Remover visualização

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