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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Lição da EBD n° 10: A Alegria do Salvo em Cristo

 
 
Forte impressão de prazer causada pela posse de um bem real ou imaginário. Júbilo, contentamento, gáudio. Tudo que alegra e contenta. Festa, divertimento. Estas são algumas das palavras que o dicionário Aurélio on line utiliza para definir a alegria. A carta aos Filipenses é a carta da alegria (Fp 1. 4, 18, 25; 2. 2; 17, 29; 3. 1; 4. 1, 10). Esta verdade tem sido dita e reiterada em todos os posts referentes ao estudo, e mais uma vez este assunto será abordado, e isto considerando a Alegria no contexto bíblico geral e na carta aos Filipenses.
 
I) A Alegria no contexto bíblico
 
Desde as primeiras páginas da Bíblia somos ensinados a nos alegrarmos em Deus acima de tudo. É com este intuito que as principais festas foram ordenadas em Israel. A ordem expressa de Deus é: durante sete dias celebrem a festa, dedicada ao Senhor, ao seu Deus, no local que o Senhor escolher. Pois o Senhor, o seu Deus, os abençoará em toda a sua colheita e em todo o trabalho de suas mãos, e a sua alegria será completa (Dt 16. 15 NVI). Nossa alegria somente é completa quando entendemos que nossas conquistas são garantidas pela presença de Deus. Todavia, se o povo não servisse a Deus com esta alegria eles iriam, como de fato o foram, para o cativeiro (Dt 28. 47).
Na cultura judaica o vinho é um dos maiores símbolos da alegria. Esta realidade aparece na parábola de Jotão (Jz 9. 13) e nos Salmos (Sl 104. 15). Mas os sábios e poetas de Israel desde cedo reconheceram que Deus era a sua fonte suprema de alegria. Encheste o meu coração de alegria, alegria maior do que a daqueles que têm fartura de trigo e de vinho (Sl 4. 7 NVI), estas são as palavras de Davi.
Uma vez que Deus é a fonte verdadeira de toda a alegria, este deve de ser servido com o máximo contentamento de nossa parte. Prestem culto ao Senhor com alegria; entrem na sua presença com cânticos alegres (Sl 100. 2 NVI), é a convocação do salmista. Isto faz com que os profetas vejam Deus como sua máxima satisfação pessoal e não mais condicionem seu deleite aos bens terrenos.
Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos,  ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação (Hc 3. 17, 18 NVI), é o que diz Habacuque. Tais texto nos dão claro indicio de que a alegria do crente é de natureza diferente.
 
II) A alegria do cristão
 
É de natureza diferente da do não crente. Esta é uma verdade mencionada tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento. Nossa alegria e prazer é estar na casa de Deus, pois ele mesmo falou: e os estrangeiros que se unirem ao Senhor para servi-lo, para amarem o nome do Senhor e para prestar-lhe culto, [..] esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. Seus holocaustos e seus sacrifícios serão aceitos em meu altar; pois a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos (Is 56. 6, 7 NVI).
O ápice da alegria do cristão é a salvação. Isaias prossegue dizendo: É grande o meu prazer no Senhor! Regozija-se a minha alma em meu Deus! Pois ele me vestiu com as vestes da salvação e sobre mim pôs o manto da justiça, qual noivo que adorna a cabeça como um sacerdote, qual noiva que se enfeita com joias (Is 61. 10 NVI). Davi fala desta alegria que advém da certeza da salvação (Sl 51. 8).  
Exatamente por este motivo é possível ao cristão manter-se alegre, mesmo quando as condições externas não são as mais favoráveis. Na verdade, no sermão do monte jesus exortou aos seus discípulos a se alegrarem mesmo quando fossem perseguidos por causa de sua ligação com ele. Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês (Mt 5. 11, 12 NVI).
A expressão μακαριοι (makarioi), pode ser traduzida por "quão verdadeiramente feliz, ou por "felizes", indicando com isto uma realização. Outros significados desta mesma palavra são: prospero, feliz, realizado, contente, alegre, satisfeito. Com isto percebemos que a realização está disponível aos que sofrem por amor de Cristo. Por este motivo Pedro afirma: mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes (I Pe 3. 14 NVI).
A alegria é possível mesmo em meio ao sofrimento. De fato a alegria cristã não é antagônica ao sofrimento, e isto porque conforme bem observou Rubem Amorese, no seu Igreja e Sociedade, a Esperança é a chave para a superação da adversidade. E mais, Jesus prometeu aos seus discípulos:
Digo-lhes que certamente vocês chorarão e se lamentarão, mas o mundo se alegrará. Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria.  A mulher que está dando à luz sente dores, porque chegou a sua hora; mas, quando o bebê nasce, ela esquece a angústia, por causa da alegria de ter nascido no mundo um menino. Assim acontece com vocês: agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará essa alegria (Jo 16. 20 - 22 NVI). 
Estas palavras podem ser resumidas da seguinte forma: a) na presente era experimentamos dor e sofrimento quando muitas das vezes o mundo, está em alegria. b) Da mesma forma que a mulher, momentos antes do parto sente a angustia de um momento tão decisivo, os discípulos passarão por uma situação análoga, a dor da perda e da separação corporal do seu mestre aliada à perseguição. Por último, c) para os discípulos que o viram ressurreto, e para os crentes que o verão no momento do arrebatamento, haverá uma alegria plena.
 
III) A alegria no contexto de Filipenses
 
Paulo se alegra toda vez que ora pelos irmãos de Filipo, pois vê a cooperação dos mesmos para com a causa do Evangelho, e movido de intima certeza ele diz que Cristo aperfeiçoará a boa obra que começou, e que este processo de aperfeiçoamento se dará até o dia de Cristo (Fp 1. 4 - 6). Neste ponto a alegria de Paulo assume uma dimensão escatológica. É sob este prisma que ele afirma que se alegra e continuará a se alegrar com o progresso do Evangelho, pois mesmo que os seus adversários preguem a palavra motivados por inveja, o que importa é que Cristo está sendo conhecido (Fp 1. 12 - 18). Somente o progresso maior e a alegria dos irmãos constituem motivos suficientemente fortes para que ele fique (Fp 1. 25).                                    
Progresso aqui, é a unidade cada vez maior dos irmãos, é isto que pode completar ainda mais a alegria de Paulo (Fp 2. 2). Nem mesmo a probabilidade da morte retira a alegria que o apostolo dos gentios sente em seu coração. Tanto que este os convida a que se alegrem com ele (Fp 2. 18, 19). Agora, ao terminar sua carta ele mais uma vez pede aos irmãos: Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se (Fp 4. 4 NVI). Estas palavras deixam claro que a fonte de alegria do crente é o Senhor, e nada mais. Concluo este estudo com a afirmação mais do obvia de que se nos alegramos em Deus, é possível que tenhamos alegria, mesmo em nossas maiores aflições, afinal, a luz semeia-se para o justo, e a alegria para os retos de coração.  Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e dai louvores à memória da sua santidade (Sl 97. 11, 12 ARCF). 
 
Pr Marcelo Medeiros
 

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