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quinta-feira, 21 de março de 2019

Temer e Moreira Franco presos




Enquanto almoçava vi pela televisão as imagens da prisão de Michel Temer e Moreira Franco. Automaticamente me lembrei de uma sessão na câmara para decidir a respeito do impeachment do primeiro quando ainda era presidente da república. Confesso que senti repúdio e vergonha da bancada evangélica e dos partidos de centro e de direita por conta dos votos que livraram este de um impedimento. 

Não sou lulista, nem petista, mas confesso que a política dos dois pesos e duas medidas me deixou com nojo. Toda a nação entrou em ebulição diante da possibilidade de Luís Inácio Lula da Silva, voltar ao governo na condição de ministro e assim ter o foro privilegiado, mas não vi a mesma indignação com o protecionismo da câmara ao ex-presidente, e ao ex-ministro. Mas o pior ainda está por vir. 

De minha parte, a surpresa para com a prisão de ambos em razão de um mandado expedido por ninguém mais, ninguém menos do que o juiz Marcelo Bretas, o mesmo que mandou prender Sérgio Cabral, e o condenou. Não era para ter me admirado e nem me surpreendido, em razão das acusações que pesavam sobre ambos na época em que Temer presidia o país. 

Da parte de meus colegas que almoçavam comigo, apatia e cinismo para não falar em ceticismo mesmo. As faces pareciam dizer que ou tudo aquilo não daria em nada, ou que tudo era indiferente. Daí minha pergunta, onde foi parar aquele ímpeto no combate à criminalidade e à corrupção? Onde foi parar o sangue nos olhos (expressão metafórica)? 

Mas o maior de todos os males é a descrença na via política como instrumento de transformação da sociedade. A prisão de Michel Temer vem em uma época em que ao mesmo tempo em que o povo elege um presidente com vistas à realização de mudanças, mas que ao mesmo tempo manifesta uma oscilação entre uma fé inabalável e descrença de que tais mudanças ocorram de fato. 

A frase vamos torcer para dar certo, ou a interpretação de toda crítica como uma conspiração são emblemáticas. Quem não torce para dar certo, ou quem critica é imediatamente taxado de contrário ao governo, quando na verdade a crítica sempre fez parte do processo democrático. Creio que tivéssemos sido mais críticos, ou incisivos em nossa crítica para com o PT, por exemplo, ou com Temer, não estaríamos vivendo dias como os que hoje vivemos. 

Em uma conversa a respeito da Reforma da Previdência, ao expor o quanto ela seria nociva para os mais pobres, ouvi frases do tipo: mas o pobre sempre se dá mal mesmo. Na minha percepção é um claro indício de que a euforia vai se transformar em melancolia. 

Segundo o site G1, a prisão de Temer foi recebida com indignação por parte do mesmo, ao passo que o Senador Major Olímpio, viu como sinal de mudança no país. A passagem de um momento em que alguns poderiam se ver acima da lei, para um momento em que todos estariam sujeitos às penas e sanções da mesma

De minha parte fica a oração para que Deus conduza as autoridade neste processo de forma tal que a verdade dos fatos venha à tona, lembrando que ainda que sejam réus em processo, são sujeitos de direitos. Que este fato não se reduza a uma plataforma política, mas que traga de fato um novo momento (em termos de justiça), para a nossa nação. Forte abraço em você caro leitor. 

Marcelo Medeiros. 

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