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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO.





Quando olhamos para o que as Escrituras nos dizem a respeito da pessoa do Espírito Santo podemos no enganar com extrema facilidade e pensar que o mesmo não se trate de um ser pessoal, visto que ele é freqüentemente comparado com figuras inanimadas, por exemplo: 

1. Uma vestimenta (Lc 24. 49)
2. Uma pomba (Mt 3. 16; Mc 1. 10; Lc 3. 22; Jo 1. 32)
3. Penhor (II Co 1. 22; 5. 5; Ef 4. 30)
4. Fogo (At 2. 3)
5. Óleo (Lc 4. 18; At 10. 38; II Co 1. 21; I Jo 2. 20, 27)
6. Selo (II Co 1. 22; Ef 1. 13; 4. 30)
7. Água (Jo 7. 38, 39)
8. Vento (Jo 3. 8; At 2. 1, 2)

Aqui precisamos observar que os textos nos quais vemos comparações entre o Espírito Santo e as figuras supracitadas, na verdade, não se constituem afirmações a respeito da natureza do Espírito Santo, mas em afirmações sobre a obra do mesmo1. Logo, ser revestido com o poder do Espírito Santo é estar preparado para a pregação do Evangelho, a despeito das tribulações que a mesma venha nos acarretar. 

O fato de termos uma manifestação do Espírito Santo em forma de pomba nada diz sobre sua natureza, mas sobre uma manifestação cujo propósito é o de tornar possível a João Batista e aos seus contemporâneos identificar Cristo como o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Este mesmo afirma: “eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar na água foi quem me disse: ‘aquele sobre o qual vires o Espírito descer e permanecer sobre ele, é ele que batiza com O Espírito Santo’” (Jo 1. 33 TEB). Foi a partir deste sinal que João pode afirmar: “e eu vi e atesto que ele é o Filho de Deus” (Jo 1. 34). 

Algo parecido pode-se afirmar dos textos que afirmam que Cristo foi ungido com o Espírito Santo. Não se quer com isto afirmar que o Espírito de Deus seja óleo, mas que um dos seus propósitos consiste em confirmar o ministério do Senhor Jesus aos olhos das pessoas que o viram (Lc 4. 18 – 24). Na pessoa de Cristo, a unção do Espírito de Deus confirma o ministério. Nos crentes esta mesma unção confirma e instrui a fim de que estes tenham acesso total a toda revelação da Palavra de Deus. É o que João afirma com as seguintes palavras: 

Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento. Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem e porque nenhuma mentira procede da verdade. Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensine; mas, como a unção dele recebida, que é verdadeira e não falsa, os ensina acerca de todas as coisas, permaneçam nele como ele os ensinou (I Jo 2. 10, 27 Nova Versão Internacional). 

O fogo representa a ação purificadora do Espírito de Deus (Is 4. 4). De acordo com a lei, tudo o que pode resistir ao fogo, fá-lo-eis passar pelo fogo, e ficará limpo, todavia será purificado com a água de purificação; e tudo o que não pode resistir o fogo, fá-lo-eis passar pela água (Nm 31. 23 Versão britânica). No Novo Testamento, João, o Batista, afirma: Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3. 11 Nova Versão Internacional). 

Os termos penhor e selo indicam que a presença do Espírito Santo nos discípulos confirma a certeza de salvação, bem como as bênçãos decorrentes da mesma. Olhemos mais de perto para o texto no qual os símbolos supra são aplicados à pessoa do Espírito Santo. Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória (Ef 1. 13, 14 Nova Versão Internacional). 

Ao olharmos para o referido texto que o Espírito Santo autentica a obra de Cristo, começada antes da fundação do mundo, em nossas vidas. De acordo com Rienecker e Rogeres2 (1995), os selos eram usados como garantia, indicando propriedade e correção do conteúdo. Ao passo que a expressão αρραβων (arraboon), indica o pagamento total de uma quantia. 

Jesus pagou a quantia. Aliás, Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz (Cl 2. 13c – 15 NVI). Após pagar nossa dívida ele deu-nos o Espírito Santo com vistas à redenção no dia final. 

Quanto à água, vemos que nas Escrituras estão são descritas como condutoras de vida. De acordo com a profecia do profeta Isaías, em decorrência do juízo de Deus a terra permanecerá um ermo, mas quando o Espírito for derramado, ocorrerá uma renovação, que é descrita com as seguintes palavras: “Até que do alto o Espírito seja derramado sobre nós. Então o deserto se tornará um vergel, e o vergel valerá uma floresta” (Is 32. 15 – 18 TEB). Quando esta renovação ocorrerá? Quando o Santo Espírito for derramado, pois, a palavra profética assim diz: “pois eu derramarei água sobre o sedento, torrentes sobre a dessecada; derramarei o meu Espírito sobre a tua descendência, e minha benção sobre os teus rebentos” (Is 44. 3, 4 TEB). 

No Novo Testamento temos uma declaração clara sobre a comparação do Espírito Santo e a ação da água. 
No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem. Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado (Jo 7. 37 – 39NVI). 

Da mesma forma que o Fogo é associado à purificação, a água é associada com vida (Ez 47. 1 – 11). Daí o fato de compararem a salvação com fontes de água (Is 12. 3; Jo 4. 10, 14). 

Com relação ao vento, os termos rûah (דךח), e pneuma (πνηυμα) indicam o movimento do ar e conseqüentemente na energia manifesta por este movimento. Sabe-se que todas as criaturas dependem do ar para prolongarem suas respectivas vidas. O salmista declara: 

Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão eles se fartam de bens. Se ocultas o teu rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao pó. Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra (Sl 104. 27 – 30 Almeida Revista e Atualizada). 

Este texto faz importantes afirmações para o presente estudo:
A manutenção e preservação de toda (seja humana, seja animal) depende do trabalho de Deus Espírito. 
Este trabalho é entendido com sendo parte da ministração da graça comum. O mesmo Deus que cria, também preserva a vida na terra, e o faz mediante a sua providencia. O Espírito Santo possui relevante e significante papel neste processo. 

Sem ação deste o que há na terra é perturbação, caos e morte. 
O ar é de extrema importância na preservação da vida, tanto que Eliú afirma: “Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (Jó 34. 15, 16 ARA). 

É mediante a ação do Espírito Santo de Deus que a vida humana é criada e preservada. O mesmo jovem Eliú diz: “o Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo – Poderoso me dá vida” (Jó 33. 4 ARA). Este fôlego não é da mesma qualidade da energia vital que alimenta os animais (Sl 104. 29, 30; Ec 3. 19). Uma vez que também se declara: “na verdade há um espírito no homem, e o sopro do Todo – Poderoso o faz sábio” (Jó 32. 8 ARA). Com esta última afirmação percebemos que ao contrário do que ocorre com os animais, o sopro de Deus nos seres humanos produz sabedoria e inteligência. 

Uma força vital não poderia fazer tais distinções entre seres humanos e animais. Percebemos que mesmo aplicando tantos símbolos inanimados ao Espírito de Deus, a Bíblia o mostra como um ser pessoal. 

Um comentário:

  1. E o Espírito e a noiva dizem Vem!!!
    honras e glórias ao nome do Senhor.

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