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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O som e a fúria do Tim



O bochicho da semana é a versão que a Rede Globo fez, em formato de documentário, do filme de Tim Maia. O filme em si foi feito com base no livro Vale Tudo, o som e a fúria d Tim Maia, e foi show, por mostrar a história de um cantor cujo talento musical era inegável, mas que ao que parece não foi devidamente reconhecido por não se enquadrar nas regras que o jogo exige. 

Voltando à polêmica entorno do documentário da Globo, a opinião geral nas redes, ao que parece, é a supressão de uma cena do filme, em que Roberto Carlos aparece deslumbrado com a própria fama e humilha Tim Maia, quando este vai pedir uma ajuda [aqui]. Uma coisa que ficou clara para mim, é que para a emissora em apreço não basta a aposta anual na figura de um artista que já deu o que tinha de dar. Não! É notável a necessidade de venda de uma imagem quase que intocável do mesmo. Daí a forçação de barra.

Na boa, isto não deveria ser espanto para ninguém. A verdade é que desde 2007 Roberto se envolveu em uma disputa judicial com o jornalista Paulo César Araújo em decorrência de uma biografia autorizada. Ele e uma série de artistas são contrários a tais biografias sem a autorização da família e da pessoa envolvida [aqui]. Pascal explica, e em mínimos detalhes. 

A lição que levo da vida do Tim, é a mesma de Salomão, ou do pregador, não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tão pouco dos sábios o pão, nem dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor, mas o tempo e a oportunidade ocorrem a todos (Ec 9. 11 ACF). O reconhecimento das qualidades e potenciais que o ser humano traz não é espontâneo e muito menos natural, ele depende do momento e da oportunidade que a todos ocorrem. 

Nem Roberto Carlos, nem ninguém é rei em função de ser rei, ou o que quer que seja, mas de como joga o jogo. Ao que parece, faltou ao Tim a malícia do jogo, mas talento, ele tinha de sobra. Uma lição fundamental do filme, e do documentário exibido na globo: toda carreira termina algum dia, a questão é como terminar. Ninguém é rei para sempre, vence para sempre, corre para sempre, e a melhor forma de parar é no auge, a fim de que a melhor imagem fique. 

Mesmo com o recurso de biografias e filmes, eles em nada se comparam a impressão deixada na mente de quem esteve em um show e curtiu a música e a fúria do artista supra, ou mesmo de tantos outros em tempo real. Aliás, é justamente o testemunho de quem conviveu que permite a construção de uma história, ampliando o conceito de carreira. Há o momento de fazer história produzindo o material com que outros farão a nossa história, e o momento de ficar na cabeça e no coração das pessoas. 

Marcelo Medeiros

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