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quarta-feira, 26 de março de 2014

Veto á Bolsonaro




De acordo com uma notícia da folha de São Paulo on line, Jair Bolsonaro (PP,RJ) teve a sua proposta de homenagem ao golpe militar de 64 rejeitada na câmara. Para o deputado em questão a homenagem é uma lembrança a uma revolução, ao passo que para os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB, RN), e para a deputada Luiza Erundina (PSB, SP), foi um retrocesso no processo democrático cujas marcas ainda podem ser vistas na sociedade (aqui).

A leitura da matéria proporciona a passionalidade com que a questão foi decidida, e isto de ambos os lados, uma vez que Bolsonaro é militar, e é mais do que lógico que ele tenha uma percepção diferenciada da instituição que lhe projetou socialmente. Por outro lado, o deputado  Alves (PMDB, RN) sentiu na pele a dureza do regime, uma vez que seu pai foi um dos parlamentares perseguidos pelo governo militar. Mas duas observações precisam ser feitas.

Primeiro, até que ponto vivemos um governo mais democrático do que o que tínhamos durante este período? Podemos nos gloriar de sermos melhores, ou ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais (como cantou Elis Regina)? Segundo qual o caminho para não nos envolvermos no mesmo engodo que George Orwell descreveu no clássico A Revolução dos Bichos, ou no engodo ideológico dos iluministas que pintaram a Idade Média como a Era da Ignorância e descreveram seu período como o século das luzes, quando hoje se sabe que não foi bem assim? João Alexandre pergunta em sua música pra cima Brasil: onde estará a verdade outrora perdida?

Peço ao leitor a licença para mudar de primeira voz do plural para a primeira do singular e dizer que não estou aqui para dizer que a ditadura é o pior dos males, nem o melhor dos governos, mas creio o revisionismo histórico vai trazer à tona muitas verdades que foram perdidas, principalmente pelos que a tinham bem perto dos olhos. enquanto isto, fico com a Elis, visto que
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais
Enquanto isto, pressinto não uma revolução, mas um retorno ao quadro nacional dos primeiros anos de governo republicano. Lembra que tanto o Marechal Deodoro, quando o Floriano eram militares? Não quero dizer com isto que sou favorável a tal modelo, mas que, diante de tamanho medo de que o país se transforme em uma cuba da América do Sul, ou em uma mega versão da Venezuela, tal seja muito bem vista pelos brasileiros e brasileiras, e aí o debate ganha novos contornos. No lugar de uma história, temos uma ideologia que apela a uma interpretação da história. Minha provocação para por aqui. Abraços.  
Marcelo Medeiros 

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