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terça-feira, 12 de maio de 2015

Família e comerciais de margarina



As redes sociais foram criadas com o intuito claro de socializar conhecimento, informação, contatos, além, é claro de diminuir distâncias. Mas alguns vícios foram associados às mesmas. Contudo, não há porquê em demonizar as redes. A saída, é o desmascaramento contínuo das mazelas humanas, dentre as quais uma denunciada por Pascal, de não se satisfazer com a vida que se tem em si, mas de se projetar continuamente na mente dos outros e criar assim, um outro eu

A razão de ser deste post é a infeliz constatação de que além de perseguir a felicidade o homem contemporâneo faz das tripas corações para se mostrar feliz aos outros. Felicidade, ou a imagem de que se é feliz, bem sucedido, é o novo produto do momento. E um dos maiores trunfos para tal é a incorporação da família comercial de margarina. 

Para Pondé, a desgraça é o que faz o homem ser humano. Pascal, disse que uma vez o objeto de desejo sendo alcançado, o homem se entedia com aquilo que outrora fora desejado. Mas C. S. Lewis descobriu a farsa em toda esta luta para ser feliz, e isto sem cair no desespero existencial. Para este autor, o propósito da vida não é a felicidade, mas que os seres humanos se tornem pessoas melhores, daí o sofrimento, inclusive na família. 

Não bastasse a loucura desenfreada, alguns ministros e obreiros, diante da percepção desta carência popular, investem suas energias ministeriais em sermões e palestras sobre o assunto. Alguns o fazem com extrema sobriedade, outros chegam ao cúmulo de distorcer a mensagem do Evangelho e saturar o rebanho de Deus com mensagens e mais prédicas sobre a temática. 

O assunto em questão pode e deve ser alvo de reflexão e ensinamento em Escolas Bíblicas e em púlpitos, mas jamais tal deve se fazer sem que o mesmo seja ligado ao contexto do Evangelho de Cristo e à doutrina cristã em geral. O alvo da Bíblia é mudar a prática, mas para que tal se dê, tem de haver ensino. Este não pode jamais frisar somente um lado da verdade, mas tem de abranger toda a verdade. 

Em uma escola bíblica, este autor viu quão duro julgamento Davi recebeu [ler aqui], mas que juízo fariam de Jesus, que em sua vida terrena não obteve a credibilidade para o seu ministério e cuja intenções foram colocadas em dúvida por aqueles que melhor do que ninguém deveriam compreender sua missão e propósito? 
Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos criam nele (Jo 7. 3 - 5 ACF). 
Além de ser alvo de incompreensão dos seus irmãos, Jesus alertou aos seus discípulos que eles seriam igualmente tratados por seus familiares. Leia as palavras de Jesus abaixo e pergunte em que aspecto elas se enquadram na pregação atual sobre família?
E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo [...] Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos? Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. [...] Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á (Mt 10.21-39 ACF). 
Em Marcos é possível constatar que quando a família de Jesus foi até uma casa em que ele estava pregando e anunciando o Evangelho, o fizeram com a intenção clara de o prender como alguém que havia perdido o juízo. E, quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si (Mc 3. 21 ACF). Com sua vida Jesus ilustrou o alto custo do Evangelho e da clara escolha pelo reino. 
 
Muitos outros texto poderiam ser ligados a este, mas o leitor pode conferir em sua Bíblia com referência marginal, ou de rodapé. Mas a mensagem que este post se propõe a transmitir, é a de que o Evangelho não garante que cada crente terá uma família comercial de margarina. Se pela graça de Deus o leitor alcançou uma família equilibrada e que sai bem na foto mesmo sem as costumeiras maquiagens, saiba que isto é graça. 

Este é o momento para um apelo. Pregadores em nome de Jesus, parem de pregar sobre família, preguem sobre renúncia, pecado, perdão, misericórdia e graça. Estes são os fatores que pesam na estabilidade de uma família em um mundo caído, e isto sim, é Evangelho. Foi isto que Cristo fez. Fora a verdade inconteste de que nem Abraão, nem Moisés são padrão de amor conjugal, mas Cristo. Preguem a Cristo, e este crucificado. 

Forte Abraço. 

Marcelo Medeiros. 

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