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terça-feira, 10 de março de 2015

Babilônia



Babilônia é um nome cuja origem vem de Babel (confusão), e nos relato bíblico (visto como mitológico por alguns filósofos, teólogos, historiadores e cientistas); faz referência a um projeto de construção de uma torre cujo topo alcança os céus. Independente da visão dos antigos a respeito do universo, os céus eram compreendidos como aquilo que há de mais elevado, mais sublime. O projeto inicial fracassou, mas nem por isto os homens desistiram de construir suas torres particulares.

De acordo com o filósofo Luís Felipe Pondé, Babel se faz representar pelas constantes iniciativas de construção de uma vida feliz, e minha leitura das palavras deste pensador e do momento presente é que diante da falência os construtores estão se entregando às mais inovadoras iniciativas. Assim que diante da infelicidade proporcionada pelos modelos tradicionais de família, as pessoas buscam a felicidade nas uniões homoafetivas, na promiscuidade, na multiplicidade de parceiros.

Meu problema com isto é que tal atitude é tão racional quanto a atitude de alguém que por estar insatisfeito com sua profissão procura ter várias, e possivelmente não seja realizado em nenhuma. Não se trata do professor, por exemplo que em um ato de agregação de valores se torna palestrante, escritor, músico, não. Definitivamente não é uma questão de genialidade, mas de abrir mão da resiliência em prol de uma felicidade instantânea. Este é o foco do problema. 

Falo isto, porque concordo com Pascal e com os demais filósofos que afirmam a constante insatisfação humana, alguns por razões estritamente secularizadas, outros por entenderem com Pascal e Santo Agostinho que a única felicidade que o ser humano pode ter é a de se deleitar em Deus, aqui incluo o irlandês radicado na Inglaterra C. S. Lewis, para quem o prazer quando buscado como um fim termina por escravizar o homem, ao ponto de ele fazer as maiores peripécias por um prazer cada vez menor.

Babilônia é o título da nova novela das oito, que com certeza, passará às nove da noite, mas cujo enredo reflete bem esta tentativa de construção de uma sociedade cada vez mais difusa e confusa. Em nome da felicidade comportamentos da esfera privada, que em tese não interessariam à ninguém, serão motivo de militância política, e o mais esmagador em tudo isto, é que não há nada de novo debaixo do céu. 

Sim, porque pelo tom de mistério em torno sinopse do folhetim global pode-se esperar o que vem por aí. Adultério, licenciosidade, lesbianismo, prostituição, e bem lá no fundo alguma questão a ser tratada para dar um ar de relevância a uma trama que na verdade é cópia de cópia de alguma outra trama. No final, a crise de criatividade é tal que a Bíblia, ou a Babilônia desta ganham de lambuja. 

Marcelo Medeiros. 

2 comentários:

  1. O que me deixa enojada em tudo isso, é saber que muitos que se dizem " cristãos" , vão deixar de ir aos cultos, ler a biblia, deixar de compartilhar momentos com Deus, para cultuarem esse ópio do povo brasileiro..

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  2. E surge ai mais uma investida ,para as inversão de valores .
    Lamentável !!!

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