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sábado, 29 de agosto de 2015

A Corrupção dos Últimos Dias



O entendimento comum de corrupção é o de depravação moral, devassidão e coisas afins. Mas há um sentido pouco trabalhado que é o de decomposição, putrefação. É com este sentido que o termo grego correspondente διαφθοραν (diaphthoran) é empregado nestes textos (At 2. 37; 13. 35, 37). Já em Rm 8. 21; I Co 15. 50; II Pe 2. 19) aparece φθοραν (phthoran), por exemplo, com o mesmo sentido. 

A corrupção moral do tempo presente tem como principal causa a tendência dos homens dos homens à decomposição física. Em outras palavras os homens se vendem como escravos ao pecado por terem noção do seu senso de finitude. Este é um ponto crucial para a compreensão da tendência à apostasia nestes dias finais. Na dúvida, veja este texto:
Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro (II Pe 2. 19, 20 ACF). 
Perceba a expressão δουλοι υπαρχοντες της φθορας [doyloi huparchontes tees phthoras], sendo eles mesmos servos da corrupção. Em outras palavras os falsos mestres, tem como seu senhor o senso de sua finitude. É este que lhes dita o comportamento que os mesmo têm de ter. Sob este prisma empreenderei algumas considerações a respeito do texto bíblico. 

Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos (II Tm 3. 1 ACF). 

A expressão εσχαταις ημεραις [eschatais heemerais] é indicador do tempo decorrente da ascenção de Cristo até seu retorno glorioso. Daí que não seja uma descrição dos dias atuais em si, mas de algo que vai do tempo de Paulo até os dias atuais e chegando a té a vinda de Cristo. 

Em segundo lugar o entendimento de que os dias finais são καιροι χαλεποι [kairoi chalepoi], em outras palavras tempos perigosos. Perigosos devido à qualidade de homens com quem os crentes, e principalmente pastores novos como Timóteo terão de lidar. Segundo Paulo, os homens serão:
amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te (II Tm 3. 2 - 5 ACF). 

  1.  amantes de si mesmos, sem a mínima capacidade de pensarno bem estar alheio. Este é o sentido de φιλαυτοι [philautoi]. 
  2. avarentos, o mesmo que amantes do dinheiro, ou amigos do. O que se pode ver na expressão  φιλαργυροι [philargoi]. Os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores (I Tm 6. 9, 10 ACF). 
  3. presunçosos. A presunção é um tipo de afetação, vaidade pessoal. αλαζονες [alazones] é o mesmo que fanfarrão, uma pessoa que fala o tempo todo de suas realizações ao ponto de extrapolar a verdade. Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva (II Co 10. 17, 18 ACF). 
  4. em decorrência os homens se tornam altivos, soberbos, o termo original é υπερηφανοι [hypereephanoi]. 
  5. βλασφημοι [blasfemoi] é o termo grego que dá origem à palavra blasfêmia, cuja definição lexiacal é de palavra ofensiva à divindade, praga, imprecação. Mas no sentido bíblico pode ser, entre outros o de caluniador. 
  6. desobedientes a pais e mães. O uso do termo απειθεις [apeitheis] indica que são pessoas que não se deixam convencer por nenhuma admoestação paterna, quando a recomendação bíblica é justamente a contrária. Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes a prudência (Pv 4. 1 ACF). 
  7. Incapazes de ações de graças. Acham que tudo lhes é devido, daí sua ingratidão para com tudo e com todos. 
  8. profanos, ou ανοσιοι [anosioi], sem percepção do que e sagrado, daquilo que lhes supera. Incapazes de qualquer atitude de reverência para com as coisas de Deus. 
  9. αστοργοι [astorgoi] é uma expresão para se referir a quem é destituído de qualquer afeição natural (filhos, mulher, parentes, amigos, etc...). 
  10. ασπονδοι [aspondoi] pessoas que nutrem tamanha hostilidade que não admitem tréguas. 
  11. διαβολοι [diaboloi], caluniadores, acusadores. 
  12. ακρατεις [akrateis]. Pessoas sem o mínimo de controle próprio. Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que não pode conter o seu espírito (Pv 25. 28 ACF). 
  13. ανημεροι [anemeroi] pessoas selvagens, sem civilidade. Em decorrência de sua falta de controle. 
  14. αφιλαγαθοι [aphilagatoi], sem amor uns para com os outros, principalmente para com os bons. Um desdobramento da primeira marca. 
  15.  προδοται [prodatai], palavra empregada para designar pessoas que tinham faltando para com seu juramento, que haviam desertado de um exército. 
  16. προπετεις [propeteis], alguém que é obstinado, não sujeito à mudança, nem admoestação. 
  17. Orgulhosos, ou cheios de algo, expressão mais adequada para traduzir τετυφωμενοι [tetyphoomenoi]
  18. φιληδονοι μαλλον η φιλοθεοι [philedonoi mallon e philotheoi] designa pessoas que colocam seus prazeres pessoais acima de Deus. 
A recomendação de Paulo é: destes afasta-te. Eles aparentam piedade, mas negam o poder da mesma, com uma vida contraditória. Em razão de seu caráter eles sempre resistirão a verdade, que não podem conhecer plenamente em razão de seu mau caráter (II Tm 3. 5 - 7). Diante disto o que um líder cristão pode fazer?
Não irão longe, porém; como no caso daqueles, a sua insensatez se tornará evidente a todos. Mas você tem seguido de perto o meu ensino, a minha conduta, o meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha perseverança, as perseguições e os sofrimentos que enfrentei, coisas que me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra. Quanta perseguição suportei! Mas, de todas essas coisas o Senhor me livrou! De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Contudo, os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados (II Tm 3. 9 - 13 ACF). 

  1. Acreditar que em algum momento a insensatez dos mesmos será evidenciada aos olhos de todos.
  2. Transmitir o ensino fiel aos demais crentes. 
  3. Contar com a graça de Deus com o fim de ser exemplo. 
  4. Entender que os verdadeiros cristãos são testados mediante o sofrimento, algo que os apóstatas acima descritos não suportam. 
  5. A despeito das observações supra, o movimento apóstata seguirá em frente. 
Contudo Timóteo tem de responder com apego à doutrina, e fidelidade na pregação, sabendo com que finalidade as Escrituras foram concedidas
Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra (II Tm 3. 14 - 17 ACF). 
Em Cristo, Marcelo Medeiros.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A Nova Religiosidade



Ao fazer uma pesquisa do significado lexical dos conceitos de religião e religiosidade, percebe-se que aquela pode ser compreendida como uma manifestação exterior e institucional desta. O primeiro termo está ligado ao serviço, ao culto, ao rito, ao sistema de crenças, ao dogma, à moral (sistema ético), à obrigação, ao temor que se deve; podendo ser expresso de forma externa e interna. O segundo, por sua vez é definido de forma estritamente subjetiva.

O vocábulo religião tem sido cada vez mais relegado, e religiosidade cada vez mais acolhido. Este é um fenômeno que tem de ser devidamente considerado neste estudo, a fim de que se compreenda mais a nova religiosidade. Tal compreensão demanda igualmente uma percepção clara das tendências culturais do presente tempo.

UMA OUTRA ESPIRITUALIDADE

De uns dez anos para cá tem sido cada vez mais comum se falar em "outra espiritualidade". A expressão é um claro sintoma de que as formas institucionalizadas de religiosidade estão cada vez mais falidas. O motivo? As mazelas humanas. O exemplo vem de um artigo de Ed René Kivitz
em que o autor aborda o clássico O Monge e o Executivo.

Não concordo com tudo o que Kivitz fala. Mas a abordagem crítica que o mesmo faz aos vícios da relaçãoes pessoais é pontual. Segundo este autor os bastidores da "empresa eclesiástica" não diferem muito da selva das empresas mundanas. Ele chega ao ponto de afirmar que uma reunião de presbitério escandalizaria tais consultores. É dispensável a afirmação de que Movimentos como Caminho da Graça e Os deseigrejados são resultado deste desgaste, que é pessoal e institucional.

A espiritualidade que é buscada atualmente é mais pessoal, íntima, e ou subjetiva, livre do controle de instituições. Logo, ser, por exemplo, presbiteriano, não mais significa estar preso a este, ou aquele credo (conjunto de crenças). O mesmo se pode dizer de ser pentecostal (alias, o que é isto mesmo?). Há fieis no primeiro caso que são arminianos e no segundo que se identificam com a Teologia Reformada [aqui].

Católicos carismáticos, Papa com pensamento quase que Reformado. Alias o atual pontífice romano é um caso bem interessante. Jesuíta por ordem Jorge Mário Bergolio após ser eleito escolhe o nome de Franciso, o que demonstra sua clara identificação para com a causa franciscana. Mais do que isto, ele incorpora o ideal franciscano [aqui].

Se Você acha que já viu de tudo, há também a Igreja dos sem Religião [aqui]. Composta por gente que se reúne para celebrar a vida e cantar canções. Sim, as pessoas querem espiritualidade, experiências transcendentais. De acordo com Stott e Shaeffer a busca por experiências com drogas revela que as pessoas querem contato com a transcedência. Tudo isto são novas formas de espiritualidade que estão sendo propostas.

NOSSO DESAFIO

O desafio do crente na atualidade consiste em responder de forma relevante ao mundo como a proposta da espiritualidade bíblica pode ser relevante e consistente mesmo em um contexto cuja definição é a ausência de valores, a quebra da autoridade, e a ênfase no subjetivismo. 

Face ao exposto a primeira questão a ser tratada é que não há, de fato verdadeira religião sem atitude exterior. É claro que ao fazer tal afirmação, considero que "Deus olha o coração", para o íntimo do homem, ao invés de para a aparência do mesmo. Mas desconsidero totalmente uma religiosidade cuja expressão se resume "ao sentimento de dependência do que é absoluto".
Em Rm 1. 9 Paulo afirma prestar um culto em seu espírito. Todavia este mesmo culto ganha contornos exteriores ao se expressar por meio de dois importantíssimos serviços: a pregação do Evangelho e a oração do apóstolo pelas cominudades que havia fundado, bem como pela de Roma, que ele sequer conhecia. Há outro texto que ao meu ver é um perfeito encontro da objetividade com a subjetividade. 

Rm 12. 1 o mesmo apóstolo pede aos crentes que apresentem a totalidade do seu ser (este é o sentido da expressão σωματα [soomata] aqui), como sacrifício a Deus. Este é o culto. O mesmo tem de ser oferecido a partir de uma mentalidade renovada (Rm 12. 2). Todavia não prevalece a pura e simples subjetividade. O culto ganha a sua expressão em serviços comunitários (Rm 12. 3 - 8). 

A espiritualidade sadia traz o desefio de relacionamentos pessoais, tanto na esfera vertical [do homem com Deus, e deste para aquele], quanto na esfera horizontal (entre os homens em geral). Não há religiao cristã, sem relacionamentos. 

Não é sem razão que as religiões orientais crescem justamente no momento em que as pessoas mais se divorciam e menos se relacionam pessoal e interpessoalmente. Relacionar signicia sofrer em termos práticos, e em mundo cuja filosofia é a busca do prazer a todo o custo e a máxima eliminação do sofrimento uma religiosidade mais comtemplativa e mais silenciosa é infinitamente mais sedutora [até mesmo para cristãos]. 

Todavia estas mesmas religiões partem do pressuposto de que a "personalidade" é uma ilusão, tal como o mundo que nos circunda. Ambos são emanações de uma divindade chamada Brahma, que está sonhando com o mundo e com uma infinidade de deuses. O Budismo sequer possui "deus", ou "deuses". Em algumas formas deste, buda é o seu deus. Somente o cristianismo vai na contramão desta onda. 

Frequantemente encontro com crentes que devido a alguma decepção se afastaram da congregação. Eles apresentam um discurso de que "Igreja somos nós", e concordo. Sim, "IGREJA SOMOS NÓS" em comunidade, em comunhão. Como sucessivas vezes disse Stott, a meditação de um cristão é com o olhar para fora, pois ele acredita que a natureza revela a glória e a majestade de Deus, ao passo que a meditação de um oriental é para dentro (reflexo da crença de que o mundo não é real). 

NOSSA PROPOSTA

A proposta evangélica pode e deve ter lá seus teores de subjetividade sim, mas terá no testemunho e na prática da oração. Também terá dimensões cominitárias. Tal envolve séria revisão do modo altamente institucional de ser igreja ao longo da história. Alias, há que se resgatar o sentido bíblico deste termo (que nada tem a ver com prédios e edifícios), mas com comunidade. 

Não se trata também de todo e qualquer ajuntamento comunitário. Jesus disse a Pedro: sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (Mt 16. 16 - 18). A Igreja não é um prédio, mas um grupo de pessoas, uma assembléia. Este é o sentido de εκκλησιαν [ekklesian]. Jesus não morreu por templos, CNPJ's, denominações, mas por pessoas (Ef 5. 25, 26). 

A Igreja não é um projeto humano, mas divino. Assim como os blocos de pedra, ou de tijolos são unidos de forma a formar um edifício, os crentes são unidos uns aos outros até que se tornem morada de Deus no Espírito (Ef 2. 18 - 20; I Pe 2. 5). Isto não é, e nem pode ser um projeto humano, visto que somente Deus por Cristo e por seu Espírto podem levar o mesmo a consecução. 

A Igreja é edificada sobre a crença de que Jesus Cristo é Messias, o Filho do Deus Vivo. O ponto de contato, ou seja a liga entre um bloco e outro de pedra é Jesus. Shows agregam, aglomeram, mas não unem e nem dão liga entre pessoa e pessoa. Se Jesus não está entre as pessoas, permeando relacionamentos não há "COMUNIDADE". Mas se ELE estiver além de comunidade há vitórias sobre os desafios que a convicência traz. 

Esta é a proposta bíblica. Nosso desafio é demonstrar comunitariamente que ela é viável. Novas formas de Igreja são, em parte, modos de responder a esta demanda, cada vez mais atual. E a recomendação bíblica é que o mundo nos veja desta forma (Fp 1. 29; 2. 14 - 16). 

Em Cristo. Marcelo Medeiros. 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

As Mudanças dos Valores Morais




O que é moral? Qual a fonte da mesma? Como distinguir ética de moral? Há possibilidades reais de uma Ética universal? Existe uma moral que sirva de padrão para todas as culturas? São perguntas que precisam de serem feitas antes que se empreenda em um estudo a respeito do tema. O que tem assutado cristãos que nasceram antes da década de oitenta do século anterior, é a mudança nos valores e no comportamento.

Marcha pela liberação de entorpecentes, descriminalização do aborto, casamento entre iguais; são cada vez mais frequentes. Tais temáticas ganham pauta no debate filosófico e político. Mais do que isto são veiculadas pela cultura como se fossem "direitos legítimos". É neste mundo que o cristão tem o seu chamado para ser sal da terra e luz do mundo.

POR UM SENTIDO FILOSÓFICO DE ÉTICA E DE MORAL


Ética é um conjunto de valores que os seres humanos em geral usam para responder três perguntas básicas: Quero? Devo? Posso? Esta é a definição de Mário Sérgio Cortella. O que faz tal reflexão mais do que necessária? A necessidade de conviver, ou de coexistir. É tão somente a partir desta que a Ética se torna necessária. 


Para que serve a Ética? Para estabelecer os devidos limites entre a nossa natureza, os nossos instintos e o que precisamos fazer para um bom convívio. Com fins a resposta das perguntas: quero, devo e, ou posso, necessário se faz um conjunto de valores. Pode-se dizer que Ética também seja orientada por princípios. Logo, 
A Ética é, antes de mais nada, a capacidade de protegermos a vida coletiva. Afinal de contas, nós, homens e mulheres vivemos juntos. Aliás, para seres humanos não existe vivvência, existe apenas convivência. Nós só somos humanos com outros humanos. A nossa humanidade é compartilhada. Ser humano é ser junto. Isto significa que é preciso que saibamos que a nossa convivência exige uma noção especial de nossa igualdade de existência, o que nos obriga a afastar do ponto de partida de qualquer forma de arrogância (CORTELLA, 2011). 
E moral? Retornando ao filósofo em questão percebe-se que para o mesmo a moral é a aplicação da ética. Resumindo:

  1. Ética é a reunião de valores com vistas a responder três questões básicas: quero? Posso? Devo? questões que nem sempre encontram-se devidamente alinhadas. 
  2. Para que ocorra tal reflexão, necessário se faz com que o ser humano adote uma noção de valores. 
  3. A finalidade da mesma consiste em equacionar os conflitos decorrentes da natureza humana em parte e da necessidade do mesmo em conviver. 
  4. Moral é a capacidade de aplicar esta ética. 
Cortella escreveu em parceria com Yves de La Taille um fantástico livro cujo título "Nos Labirintos da Moral" descreve bem o desafio de se formular uma moral satisfatória. A leitura de Pascal aponta para o problema do "limite da moral". Isto porque conforme reconhecido por Cortella, a Ética tem por objetivo, ou finalidade equacionar os desejos, com as possiblidades e os deveres. 

NOS LIMITES DA MORAL

As reflexões sobre Ética buscavam equacionar desejo com dever. Daí que não entende a Ética grega sem a concepção de eudaimonia (a felicidade sob a proteção de um Deus). Pascal percebeu isto. Tanto que ele afirmou a respeito dos homens: não encontram outro meio de satisfazer sua concupiscência sem fazer mal aos outros (pág. 58). 

Todavia, esta ética nada tinha a ver com a satisfação plena dos desejos, mas com a supressão dos mesmos. E este é mais um ponto de convergência entre Pascal e os antigos, visto que aquele afirma: a vontade própria nunca satisfará, ainda quando tivesse o poder de realizar tudo o que quer, mas fica-se satisfeito logo que se renuncia a ela. Sem ela não se pode estar descontente, por ela não se pode estar contente (pág. 143). Mas qual o limite da moral?

Pascal enxerga uma terrível ambiguidade dentro do ser humano. Este é, ao mesmo tempo grande e miserável. Diante de tal constatação não cabe que se estime, ou deprecia demasiadamente o homem, mas que o veja em sua real condição. É nesta incapacidade de conhecer plenamente o bem que reside a falha do homem em elaborar uma ética satisfatória. 
Que o homem sem fé não pode conhcer o verdadeiro bem, nem a justiça. Todos os homens procuram ser felizes. Isso não tem exceção, por mais diferentes que sejam os meios empregados. Todos tendem para este fim. O que faz com que uns vão à guerra e outros não vão, é esse mesmo desejo que está em ambos acompanhado de diferentes visões. É o motivo de todas as ações do homem, até mesmo dos que vão se enforcar (pág 82, 83). 
Os desejos são a fonte dos desarranjos do ser humano. Para Pascal somente Deus pode preencher este desejo, mas aqui se tem um dilema. Ao mesmo tempo que somente Deus pode satisfazer plenamente o homem, as volúpias do mesmo o afastam ainda mais de Deus. 
É necessário que, para tornar  o homem feliz. ela lhe mostre que há um Deus, a quem somos obrigados a amar, que a nossa verdadeira felicidade está em estar nele, e o nosso único mal consiste em estar separado d'Ele, que ela reconheça que somos cheios de trevas, que nos impedem de conhecê-lo e de amá-lo, e que assim, obrigando-nos aos nossos deveres de amar a Deus, e disto nos desviando as nossas concupiscências, estamos cheios de injustiças. É necessário que ela nos dê as razões dessas oposições que temos em relação a Deus e nosso próprio bem. É necessário que nos ensine os remádios para essas impotências e os meios de obter esses remédios (pág. 84).
A moral humana decorre de seres caídos, ambíguos, inadequados, que caminham no labirintos de desejos contrários. Este é o limite da moral com o qual o ser humano tem de lidar. 

DILEMAS ÉTICOS ATUAIS

Até agora foi contemplado neste estudo a fonte dos dilemas éticos, a ambiguidade humana. Agora convém voltar o olhar para uma outra questão: Quais os dilemas éticos da atualidade? Na área da sexualidade a emergência das práticas homossexuais para a esfera pública. (Este é o momento em que convém lembrar que toda atitude pública é alvo de crítica, exemplo, eu, por escrever em rede me exponho à crítica). 

O dilema inicial que surge é o exercíco do direito à crítica com o "respeito" ao "outro". Em outras palavras: a crítica de forma alguma pode ser vexatória, odiosa, mas unica e somente uma expressão, ou juízo de valor, algo que é exercido por toda e qualquer pessoa, pricipalmente por você, que lê este texto que escrevi. 

Outro ponto crucial é a afirmação da laicidade estatal, o que coloca o Estado como ministro, ou serviçal a favor de todos os cidadãos, garantindo às Igrejas o direito à pregação de seus dogmas, inclusive a questão do pecado, e os direitos fundamentais das minorias, inclusive gays e lésbicas. Destaco aqui a "proteção à vida e integridade física dos mesmos". 

A respeito das drogas há de se observar o crescimento do discurso pró liberação sob a argumentação de que a liberalização das mesmas fosse um poderoso meio de combater o narcotráfico. Uma observação inicial é que o crime migra. Fato amplamente comprovado por meio da implatação da UPP's no Rio de Janeiro, sendo que neste caso ocorreu apenas imigração do tráfico. 

Outra questão, que ao meu var cancela tal argumento, é que a legalização de bebidas e cigarros não impede a venda ilegal dos referidos produtos. É a chamada pirataria. Apenas lanço mão de tais exemplo com a fim de apontar aqui que a legalização de drogas não ameniza em nada a criminalidade. 

A respeito das drogas, o vazio da vida moderna é o principal motivo da procura da mesma. As pessoas buscam preencher o vazio que antes era ocupado pela experiência religiosa e pela existencial com o uso de drogas. E conforme observado por Pascal, o homem segue buscando a felicidade acima de qualquer outra coisa. 

A estas práticas, o aborto tem sido apresentado como algo legítimo, ao passo que na verdade nada mais é do que assassinato, o que se comprova nas tentativas de desumanização do feto [aqui]. 

CONTINUA

Marcelo Medeiros. 

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Conhecimento Produz Apostasia?



Infelizmente a imagem que provocou este tópico parece ter sido caçada e não a salvei em meus documentos. Mas para o leitor que possivelmente tenha contato com esta postagem fica a reflexão a respeito da possibilidade de equilíbrio entre fé, razão, ortodoxia bíblica, conservadorismo e progressismo.

Antes de responder a pergunta, uma colocação. Desde cedo lido com questões malucas como estas. As pessoas dizem: "cuidado, ler demais enlouquece", "a letra mata", "o estudo esfria". Vez ou outra quando menciono que estou cursando uma pós em Ciências da Religião, ou quando faço uma citação de um filósofo em minhas aulas me deparo com a pergunta: "professor, a filosofia desvia as pessoas?", ou "cuidado com as leituras dos teólogos liberais". Não, esta é a resposta para ambas as questões.

Da minha perspectiva não ocorre. Assim como me tornei calvinista antes de ler as obras de Calvino, e que se observe que foram popucas, não me tornei materialista dialético por ter lido Marx, nem niilista por ter lido Nietzsche. Não deixei de acreditar que Deus se comunica por meio de sonhos por ter lido "A interpretação dos Sonhos" de Freud, ou que milagres ocorram apenas porque li Hume.

Para todas estas leituras Chesterton, C. S. Lewis, Shaeffer e outros tantos funcionam como bons antídotos. Mas a questão não é esta. Não creio que acesso algum ao conhecimento, seja de que tipo for, provoque apostasia nas pessoas. As causas são outras. Meus conflitos pessoais com Deus, por exemplo, sequer tocam em tais questões.

Seguindo as pisadas de quem entende do assunto, creio que a ansiedade, a luta pelas riquezas, a sedução dos prazeres desta vida, as tribulações e perseguições por causa da palavra (que hoje ocorrem dentro dos templos) são tentações muito mais fortes para que um crente abrace ideologias contrárias à fé. Daí é somente abraçar algum teólogo liberal, ou neo ortodoxo, teórico ateu, ou niilista e seguir em frente. Mas a raiz dos problemas não está na esfera intelctual.

Pondé frequantemente ironiza o ateísmo por ser uma filosofia que nasce da desilusão do ser humano em relação à vida. Este fenômeno pode ocorrer precocemente, ou tardiamente. E para mim é aí, ao invés de nas leituras, que mora o verdadeiro perigo. Ela pode ser oriunda de um contato real com a dor, ou de um contato fictício. Mas é a verdadeira causa. Forte abraço.

Marcelo Medeiros. 

sábado, 15 de agosto de 2015

Eu Sei em Quem Tenho Crido



O Paulo que escreveu a segunda carta a Timóteo é bem diferente do que escreveu a maioria das cartas e das demais pastorais. Na primeira, ele tinha a firme expectativa de que retornaria ao convívio dos amados irmãos. Nesta, apenas a certeza da partida, ao ponto de dizer: eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo (II Tm 4. 6 ACF). Daí as seguintes recomendações ao seu filho na fé:
Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos (II Tm 1. 5, 6 ACF)
Antes de evocar a lembrança do dom que fora concedido à Timóteo, Paulo lhe pede que se lembre do legado de sua fé. Este é uma herança do exemplo de sua mãe e de sua avó. Todavia, o apóstolo lhe lembra: Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus (II Tm 1. 3 ACF). Sem o conteúdo doutrinário, não há como perseverar na fé. 

Tanto as paixões da mocidade quanto a corrupção do coração são impecilhos para o exercício de uma fé pura e genuína [aqui]. Daí a recomendação de Paulo para Timóteo: Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor (II Tm 2. 22 ACF). 

Os dias finais são marcados pelo surgimento de homens que resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé (II Tm 3. 8 ACF). Face à apostasia final, exemplo de fé se fazem necessários. Daí que o próprio apóstolo se coloque como um ao dizer: Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência (II Tm 3. 14 ACF). 
Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus (II Tm 1. 7, 8 ACF). 
Em contraposição ao dom de Deus Paulo coloca a timidez do jovem evangelista. A expressão para temor aqui é δειλιας (deilias), cujo significado é o mesmo de tímido. Tanto que para se referir à timidez dos discípulos, Marcos emprega δειλοι (deiloi) para a timidez dos discípulos. Não se trata aqui de um acanhamento decorrente de temperamento, apenas. 

Tanto em Mc 4. 40, quanto em Ap 21. 8, δειλοις é associado com a aatitude incrédula (απιστοις [apistois]). O que torna ainda mais plausível a constante lembrança que Paulo faz a respeito da  fé de Timóteo, cujo eco se pode ver na fé de sua mãe Lóide e de sua Avó Eunice, e cujo exemplo do apóstolo ele está sendo chamado a imitar. 

Após tal exortação, o jovem pastor é convocado a não se envergonhar nem do Evangelho, nem de Paulo e a participar, pelo poder de Deus das aflições decorrente do mesmo. O que é plenamente possível, visto que Deus concedeu a ambos Espírito de Fortaleza, Amor e Moderação. A respeito deste mesmo Deus é dito que:
Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos; E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho; Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios (II Tm 1. 9 - 11 ACF). 

  1. Sim, Deus nos salvou. Ele, e somente Ele, é o autor da nossa salvação. 
  2. O mesmo Deus que salva é um Deus que chama à comunhão de seu Filho (I Co 1. 8, 9), para a paz (Cl 3. 15), e para a sua eterna glória (I Pe 5. 10 ACF). 
  3. Este chamado não se dá em razão de um conhecimento prévio da parte de Deus de nossas obras (Ef 2. 8, 9), visto que estas para Deus são trapo de imundícia (Is 64. 6), mas em razão de sua determinação, ou desígnio (προθεσιν [prothesin]). 
  4. Além da προθεσιν a graça (χαριν[charin]) é fator determinante no chamamento. 
  5. Esta mesma graça está em ação deste os tempos eternos, mas veio à luz mediante a manifestação de Cristo em carne (Jo 1. 14 - 18). 
  6. As expectativas escatológicas dos judeus, bem como a vida após morte eram confusas. Foi com Cristo que a imortalidade, dantes atributo exclusivo de Deus (I Tm 6. 16), veio à luz e foi amplamente compartilhada com os homens. 
  7. Tais dons demandam um posicionamento por parte de Timóteo. 
Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia. Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós (II Tm 1. 12 - 14 ACF). 
Os sofrimentos do Apóstolo são decorrentes do Evangelho. Deus mesmo disse para Ananias quando lhe falou a respeito do então Saulo de Tarso: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome (At 9. 15, 16 ACF).  
Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo (II Tm 2. 9 - 13 ACF). 

  1. Paulo sofre, mas sabe que a Palavra de Deus, da qual é apenas um arauto, um porta voz não pode ser presa por homem algum. 
  2. Seu sofrimento se dá por amor aos escolhidos. Sofrer pelo nome de Cristo é sofrer pelos que Cristo escolheu, ou pelas suas ovelhas.  
  3. Sofrer pelo Evangelho é participar dos sofrimentos de Cristo, aos que assim procedem, lhes está reservada a mesma glória que Cristo tem junto ao Pai.
Além do mais, Deus é poderoso para preservar o bom depósito, do contrário como poderia um jovem pastor guardar o bom depósito? Que a benção do Senhor esteja sobre nós, e que possamos guardar o bom depósito que nos foi confiado. 

Marcelo Medeiros, em Cristo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

E. Dewey Smith e sua polêmica pregação



E. Dewey Smith, um pastor batista segundo informações da rede viralizou nas redes sociais, e isto ao ponto de ter seu vídeo (com parte de sua mensagem) na página de Jean Wyllys no Facebook, pasmem! Há que se convir que a mensagem do pastor é bem impactante e aponta para um problema concreto: como líderes e a Igreja em geral lidarão com a questão homossexual e com as anomalias genéticas?

Smith aponta para a quantidade significativa de homossexuais que regem coros, compõem hinos expressivos, cantam na Igreja, mas cuja condição é ignorada enquanto o coro soa bem. Na percepção do pastor em apreço Igrejas que assim procedem agem como os senhores de escravos agiram com os negros, coisificando-os. em outras palavras a Igreja americana se revolta com a suprema corte, mas faz vistas grossas aos gays que tem em suas comunidades. 

Smith é a favor do casamento gay? De forma alguma [aqui]! O contexto da mensagem At 8. 1- 21 não foi postado. A abordagem diz respeito à guerra entre samaritanos e judeus. Conflito que foi superado apenas depois do pentecoste com a ida de Felipe para lá. Para este pastor, crentes não podem se deixar serem influenciados pelo clima de guerra, antes devem influenciar gays e demais excluídos socialmente a fim de que os mesmos se sintam inspirados com o Evangelho. Este é o cerne da mensagem de Smith. 

Ninguém pode evangelizar e hostilizar ao mesmo tempo, considerar gays  e lésbicas como abominações e trocar de cônjuge à cada ano. O que falar então da tolerância à prostituição, da banalização da figura da pessoa honesta, e do frenesi quando a empresa de perfumes traz gays e lésbicas em seu comercial? 

Uma questão fica clara com o vídeo viral de Smith: não é com espírito beligerante que crentes marcarão sua trajetória neste mundo. Não é com guerras, ofensas e coisas afins que irão influenciar a sociedade. Aliás não há com se influenciar a sociedade. O mundo (que na linguagem bíblica é a estrutura que se opõe ao Reino) está sob o poder de ideias contrárias ao evangelho, e ponto. Há como influenciar indivíduos, e isto se faz por meio do caráter delineado no sermão da montanha, proferido por Cristo. 

Forte abraço. 

Marcelo Medeiros. 

Triste episódio



Transexual que representou a crucificação foi esfaqueada próxima à sua casa, segundo este site aqui. No mesmo pode-se verificar um vídeo em que o (a) mesmo (a) afirma que  foi abordado (a) por alguém que mencionava sua representação e que se dizia indignado com a mesma. A despeito, dos fatos narrados Vyviani não irá registrar a ocorrência para não ser tratada como homem em uma delegacia. 

Na minha opinião deveria ir sim. Policiais foram treinados para tratar com este tipo de público. além do mais a ação seria uma oportunidade sim, para que cristãos demonstrassem a mesma solidareidade demonstrada no caso daquela menina candomblecista, que foi apedrejada. Sou contrário à política de consenso que permeia os discursos inclusivos. Mas creio em convivência harmônica. Aquela em que a paz se estabelce na "diversidade", na convivência com o diferente, onde ninguém mesmo tenta impor sua opinião aos demais. 

Tenho sinalizado aqui que para um cristão de matiz protestante nada que estes grupos façam pode ser uma provocação de fato. Mas ainda que um cristão se sinta provocado a reação tem de ser sempre pacífica, amorosa e tranquila, em razão das recomendações bíblicas de homens e mulheres devam viver em paz uns com os outros [ aqui, aqui, e aqui]. 

Críticas à parte, creio que a ação dos pastores que lavaram os pés de Vyviane foi uma antecipação de que significativa parcela da comunidade cristã quer paz, acima de tudo [aqui]. Mas há um que de guerra no ar, e a tática é comprovar que cristãos são intolerantes e homofóbicos e pior, a causa dos sofrimentos que esta comunidade padece. Aos cristãos deixo uma palavra de cautela. À liderança evangélica cautela dobrada. 

Forte abraço


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A Filosofia do Maluco Beleza (diagnóstico do real)




Aproveitando a onda de loucura que tem tomado conta da juventude evangélica, resolvi escrever este post cuja pretensão é fazer uma breve reflexão a respeito do termo "loucura". Falo do movimento evangélico loucos por Cristo, que advoga que a vida cristã seja ser extravagante em suas manifestações de adesão ao Evangelho. 

A despeito da adesão, percebo que os que abraçam o movimento pouco sabem a respeito de ser "louco" no sentido pleno da palavra. Na verdade são apenas uma variação do "mesmo". Mas por que maluco beleza, uma música não cristã? Uso os símbolos culturais na tentativa de conduzir uma geração que não mais acredita na Bíblia a uma séria decisão. 

Enquanto você se esforça pra ser

Desde os antigos filósofos gregos se tem a percepção de que o homem não é. Ele é mutável. A modernidade não ajudou em muito coisa. Ao romper com a tradição bíblica os humanistas facilmente caíram na linha do desespero e passaram a ver o homem exclusivamente a partir de seu aspecto negativo. 

Fico com Vieira, o padre. Para ele o homem se define a partir de sua essência, que é o pó. Pó que escreve, que filosofa, que fala, discursa, compõe, se rebela, e acima de tudo, que se agita ao sopro do vento, e cai ao cessar este mesmo vento. Tudo o que o homem busca ser, dentro, ou fora da normalidade, não faz com que ele deixe de ser exatamente aquilo que ele é, vaidade. 

um sujeito normal, e fazer tudo igual

A normalidade a partir da qual cada um se define é subjetiva. Isto, porque a normalidade está ligada ao andar de acordo com as regras, e dentro de uma regularidade. Daí, que para o "normal" não exista espaço para a criatividade, para a ousadia. Ser normal no sentido pleno da palavra é viver como no filme A Vida em Preto e Branco. 

eu do meu lado aprendendo a ser louco

Sócrates foi alvo severas críticas em uma peça teatral intitulada As nuvens, onde o pensador foi comparado a uma mosca (tema recorrente na filosofia Coelheana). Fazer perguntas é expor a ignorância dos que arrogavam para si algum tipo de saber foi a sua maior loucura (esta loucura me interessa). O mesmo pode ser dito de Platão e Aristóteles. 

Os parentes de Jesus tentaram prender o mesmo como louco (Mc 3. 21). Os judeus disseram que ele tinha demônio. Tudo o que ele fez foi ousar ser, exceder as regras e convenções da época, receber adoração de pecadoras, falar com um mulher de reputação duvidosa em local público, assumir sua divindade em uma sociedade monoteísta. De boa, me amarro de montão neste "louco". 

A verdadeira Loucura é a que liberta a criatividade humana, que advém da coragem de ser um "indivíduo", e de ser desprezível por não se enquadrar dentro das normas vigentes, tal como Sócrates e Jesus foram. Uma loucura que não liberta tais dimensões é perniciosa e nociva, puro modismo. 

um maluco total, na loucura real

Ser um maluco total interessou e muito a Seixas. Creio que a razão de ser de tamanho interesse decorreu do fato deste ser um homem fora de seu tempo. Na verdade este é o ônus de quem pretenda ser "louco" no sentido, ou acepção positiva da palavra, a solidão. A esta pode-se associar um senso inadequação. É deste misto de sentimentos que nasce o engajamento artístico, intelectual de criar um mundo à sua semelhança. 

No aspecto evangélico da Palavra "loucura" pode-se somar mais uma moeda às descritas acima. Crentes evangélicos nunca criarão uma sociedade nos padrões religiosos e, ou nos padrões cristãos. A influência cristã sempre se dará a partir da ação dos mesmos sobre indivíduos, nunca sobre a massa. Daí a minha abominação cada vez maior aos métodos que prometendo revolução nada mais fazem do que encarcerar as pessoas em padrões, mesmo aqueles padrões subversivos. 

controlando a minha maluquez, misturada com minha lucidez

Ser "louco" no sentido positivo da palavra consiste em sabiamente identificar os paradigmas que precisam ser quebrados, e engendrar esforços na quebra dos mesmos. Para isto é necessário que haja "lucidez", a mesma que houve em Sócrates, por exemplo. Se por um lado ele foi louco em averiguar se os sábios de Atenas realmente sabiam de algo, ele foi lúcido por não ter acreditado prematuramente que era o mais sábio dos homens

O problema de ser alguém que simplesmente quebra as regras piora quando se convence de que se é especial apenas por fazer isto. Não é exclusividade de jovem algum o desejo de quebrar "regras" e "convenções". A diferença é saber o que tem de ser quebrado do quem necessariamente tem de ser mantido, preservado (coisas como respeito, amor, reverência, e uma infinidade de valores que esquecidos jogariam a comunidade no caos). 

Pode ser bonito ver jovens em um festival de rock revindicando um modo alternativo de vida. É mais bonito ainda ser um artista, ou atleta que serve de incentivo para tais jovens. Mas ver jovens apelando à barbárie, esgotando suas capacidades em raves, violentando e sendo violentados não é nada bonito, nem vanguardista, é retrôo. 

A frase final da canção vou ficar, ficar com certeza maluco beleza, diz exatamente que a loucura criativa defendida pelos compositores é a loucura da qual advém a mais pura beleza. Foi este tipo de loucura que tomou conta de artistas, poetas, pintores, e mesmo de alguns dos mais comuns homens. Sim um pai que ame seu filho louca e perdidamente, ao ponto de dedicar sua vida para que este seja um homem de bem é um "louco" e dos bons.

Para isto há que ter algum padrão, ou valor que não a loucura em si. Parte do problema que se tem hoje é justamente a ausência de lucidez, as pessoas querem algo que preencha suas vidas de significados de experiências, desde que o conteúdo não seja demasiado complicado. N visão de Zuenir Ventura, os movimentos revolucionários da décade de sessenta do século passado foram carentes de séria reflexão.

Na visão de Bourdieu eles terminaram por reproduzir a mesma sociedade que eles diziam combater. Enquanto estava na faculdade e entrei em contato com tais teorias me senti seriamente atordoado pela lembrança da canção de Belchior Como nossos pais. Comprando a ilusão de que somos revolucionários (pelo simples fato de que contrariamos as instituições), podemos ser exatamente como as gerações passadas.

Render-se ao fatalismo reprodutivista? De forma alguma! Mas a superação do mesmo demanda que se alie duas categorias que insistem em seprar: a loucura da fé e da pregação com a lucidez da Teologia. Infelizmente os loucos da atualidade tem rejeitado paulatinamente esta última. Aqui desejo resgatar a máxima de Stott, para quem crer é também pensar. 

Como cristão que sou vejo apenas uma saída a loucura do Evangelho de Cristo, e somente esta pode dar ao homem a sua originalidade, e essência da qual este se faz tão sedento. Não é um caminho fácil de seguir como o de Raul, visto que o lugar para onde este conduz tem como acesso uma porta bem estreita. Mas fica a dica aos jovens e líderes destes. 

Forte Abraço, Marcelo Medeiros

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Ronda Roussey nocauteia Beth Correa



Não sei quais as rais motivações por detrás do desafio de Beth Correa a Ronda Roussey. No tocante ao mundo dos esportes as coisas estão cada vez mais obscuras. Não entendi o porquê de Beth Corrêa ter desafiado Ronda. Ao meu ver esta é o mais novo Myke Tyson na versão feminina e na modalidade MMA. Arrasadora, rápida e fulminante são palavras que descrevem bem a lutadora americana. 

Vencer uma atleta deste porte demanda no mínimo estudo e longo preparo. Em princípio ela foi perfeita nas quedas e nas chaves de braço que dava para finalizar suas adversárias. Mas as últimas lutas mostram uma certa variação por parte da mesma, e ao que tudo indica a desafiante brasileira não estava preparada para tal fator. 

A cruel lição fica por conta da derrota de uma atleta nitidamente talentosa, mas que ao apelar à fanfarronice foi atingida com os mais duros golpes que recebeu em toda a sua carreira. Restou à brasileira beber do amargo veneno que destilou ao longo das prévias do embate. Mas nem tudo são flores para Rousey, possa ser que no caso dela haja uma exceção

Vergonha para Beth Correa? De forma alguma! Vergonha para o Brasil, e isto pelo fato de que a mistura de artes marciais foi criado por brasileiros, mas desenvolvido nos Estados Unidos. Da para imaginar  por quê? Talvez pelo mesmo motivo que leva cientistas e jogadores do futebol a migrarem para lá, e isto, para não falar nos pensadores das mais variadas áres que para lá migraram. 

A mim, resta desejar boas férias a Ronda, e uma boa recuperação para Corrêa, que ela volte a vencer. Com o passar do tempo Roussey terá uma platéia cada vez maior contrária a ela, e como aconteceu com Tyson, creio que aparecerá um Holyfeild da vida para quebrar a mística que a ronda, ou não. Fato é que tudo passa. 

Forte Abraço, Marcelo Medeiros. 


sábado, 1 de agosto de 2015

Apostasia, fidelidade e deligência no Ministério



Ao obreiro é determinado que ele seja irrepreensível a fim de que na qualidade e ecônomo dos mistérios de Deus ele administre com fidelidade o conteúdo da fé cristã (I Tm 3. 1 - 16; II Tm 2. 2; Tt 1. 5 - 8). Não é sem razão que imediantamente após uma descrição do perfil do obreiro Paulo aborde a questão da apostasia dos dias finais, tema deste estudo. 

O Espírito diz expressamente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, dando atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas (I Tm 4. 1 Bíblia de Jerusalém). 

O texto não trata de mais uma exposição das ideias de Paulo, mas de uma fala expressa. O verbete ρητως (reetoos), indica algo que ocorrerá de forma explícita, condundente, positiva e terminante. A menção ao Espírito evoca que o evento anunciado nas palavras subsequentes são de natureza inequívoca. Na verdade o apóstolo está dando um tom profético, tal como ocorrem em seu discurso aos anciãos de Éfeso. 
Estai atentos a vós mesmos e a todo rebanho: nele o Espírito santo vos constituiu guardiães, para apascentar a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si pelo sangue do seu próprio Filho. Bem sei que depois da minha partida, introduzir-se-ão entre vós lobos vorazes que não pouparão ao rebanho. Mesmo do meio de vós surgirão alguns, falando coisas pervertidas, para arrastarem atrás de si os discípulos (At 20. 28 - 30 Bíblia de Jerusalém). 

  1. O Espírito Santo constituiu Bispos na Igreja no intento de que os mesmos fossem guardiãos do povo de Deus. 
  2. A Igreja depende dos mesmos a fim de preservar sua integridade doutrinária e apostólica. 
  3. A Essência da heresia é a perversão da doutrina bíblica e apostólica. 
  4. O Fato que o Espírito diz expressamente tanto no discurso de Paulo em Éfeso, quanto na carta por ora estudada é a apostasia. 
αποστησονται (apostesontai) é traduzido na BJ por renegar, de re partícula que indica uma ação repetitiva, e negar, cujo sentido é o de afirmar negativamente, contestar, recusar. Nesta caso a apostadia possuí dois movimentos. O primeiro de negativa das doutrinas evangélicas, tal como no caso Himineu e Alexandre, que por rejeitarem a boa consciência naufragaram na fé (I Tm 1. 19, 20). O primeiro igualmente começou a ensinar que a ressurreição já havia passado (II Tm 2. 17, 18). 

Todavia a negação da verdade bíblica tem seu fundamento na negativa humana em crer no conteúdo doutrinário. Em outras palavras a pessoa não se dispõe, sob hipótese alguma em acreditar, a despeito do quanto se argumente com a mesma com bases bíblicas. O problema que se coloca diante do leitor e do estudioso da Bíblia é que este será um padrão de comportamento seguido por muitos. Não serão poucos os apóstatas. 

Estes, darão ouvidos a espíritos sedutores (πνευμασιν πλανοις [penumasin planois]). Repare a expressão πλανοις [planois]. Desta vem a palavra planeta. O engano é associado em razão de se crer naquela época que o movimento dos planetas não possibilitava uma observação plena dos sentidos. Os falsos mestres e os espíritos que os inspiram possuem esta capacidade: a de enganar os sentidos e a percepção dos seus ouvintes. 

Paulo passou por este problema em Corinto, e isto ao ponto de dizer:
Receio, porém, que assim, como a serpente seduziu Eva, por astúcia, vossos pensamentos se corrompam, desviando-se da simplicidade devida a Cristo. Com efeito, se vem alguém e vos proclama outro Jesus diferente daquele que vos proclamamos, ou se acolheis um espírito diverso do que recebestes ou um evangelho diverso daquele que abraçastes, vós o suportais de bom grado (II Co 11. 3, 4 Bíblia de Jerusalém). 
O texto descreve a leniência de Corinto para com os falsos mestres e a falsa doutrina, mas fala igualmente da astúcia de Satanás em enganar a Eva. Doutrina demoníaca é toda a doutrina que tem por finalidade negar alguma verdade central do Evangelho, que é veiculada por homens que já foram seduzidos pelo engano. 

Por causa da hipocrisia dos mentirosos, que tem a propria consciência como que marcada a ferro quente (I Tm 4. 2 Bíblia de Jerusalém). 

O diabo encontra solo fértil para atuação na medida em que encontra homens hipócritas. υποκριται (hypocritai) é um termo que designa um ator, alguém que age por e com engano. Estes, além de hipócritas falam engano, e o fazem por terem a própria consciência marcada a ferro quente,ou cauterizada. 

É precisamente aqui que se faz necessário ouvir novamente as palavras de Paulo para Timóteo. Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida (I Tm 1.5 ACF). De nada adianta a guarda da lei se não houver de que a pretende guardar uma boa consciência. 

A boa consciência decorre de um coração puro. Este indica uma natureza que foi trasnformada de dentro para fora. Se o coração é puro, não há ali espaço para fingimento, representação, atuações teatrais no campo da fé, ou da piedade. É nesta instância que se cumprem os objetivos centrais da lei, visto que o amor é o cumprimento da mesma (Rm 13.8ss). 

Os homens cuja consciência é marcada à ferro quente são os que de tanto negarem a voz desta se tornaram insensíveis aos apelos da mesma. Para estes armar ciladas e intrigas se tornou algo natural. O mesmo se pode dizer de espalhar intrigas entre irmãos. O mais complicado em todo este processo é que pode ser possível uma pessoa ter uma conduta exemplar, e no entanto, agir de forma traiçoeira. 
Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar a minha aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, e tens a tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe (Sl 50. 16 - 20 ACF)
Daí a recomendação: Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé (I Tm 1. 19 ACF).  Guardando o mistério da fé numa consciência pura (I Tm 3. 9 ACF). O obreiro tem de ser tudo o que é recomendado por Paulo, mas de nada adiantará ele ser irrepreensível, ou fazer de tudo para parecer ser, caso ele não tenha uma boa consciência. Fica agora a pergunta: como reconhecer a falsa doutrina? 

Stott propõe dois testes a fim de que se reconheça a veracidade da doutirna cristã. O primeiro, o crivo doutrinário. Aqui a pergunta a ser feita é: a doutrina ensinada é verdadeira. Ela se afina com o que dizem as Escrituras sobre a matéria, ou consiste em uma inovação? Daí que para combater a heresia em apreço, Paulo apela para a doutrina da criação. 
eles proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos, quando Deus os criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos que têm fé e conhecem a verdade. Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada desprezível, se tomado com ações de graças, porque é santificado pela Palavra e pela oração. Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom servidor de Cristo Jesus, nutrido com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido, rejeita as fábulas ímpias,coisas de pessoas caducas (I Tm 4. 3 - 7 Bíblia de Jerusalém).
Este é o primeiro teste. O segundo é mais complicado. trata-se do exame da piedade. O problema é que Paulo sabe que sem boa consciência não há coração puro, e que sem este não há piedade de fato. além do mais o mistério da piedade é Cristo. O obreiro e ministor piedoso é alguém que imita a Cristo em sua humilhação, encarnação, pureza, pobreza, dependência de Deus, etc.... (I Tm 3. 16). 

Verificar a autencidade de um líder, ou ensinador cristão demanda mais do que olhar seu comportamento externo, requer que se tenha discernimento de espíritos. Isto porque o falso mestre, pregador, pastor, profeta está a serviço de espíritos enganadores (πνευμασιν πλανοις), logo, o mesmo está igualmente comprometido com o engano. Daí a inviabilidade de se perceber o real caráter. 

Todavia, Paulo exortou a Timóteo com as seguintes palavras:
Porque para isto trabalhamos e somos injuriados, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis. Manda estas coisas e ensina-as. Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (I Tm 4. 10 - 16 ACF). 

  1. A piedade se percebe no sofrimento paciente do homem na tribulação. 
  2. No zelo do mesmo em exortar ao povo a permanecer na verdade.
  3. Na disposição do líder em ser exemplo (padrão, modelo, tipo): na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. 
  4. Na persistência em ler a fim de se alimentar da Palavra da Verdade. 
  5. No apreço ao chamado ministerial, por ser algo divino (I Tm 3.1). 
  6. No cuidado de si mesmo. 
  7. Na paciência e na perseverança nas disposições iniciais. 
Estas são algumas das marcas dos verdadeiros servos de Deus. Em outros textos Paulo indicará taxativamente as marcas dos homens cuja mente está cauterizada (II Tm 3. 1ss). Mas esperando em Deus a oportunidade abordarei este texto depois. 

Em Cristo, 

Marcelo Medeiros. 

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