Recebi na semana passada a notícia do ataque à boite Pulse em Orlando da mesma maneira que recebo notícias desta natureza, com um misto de espanto e dor pelas inúmeras perdas. Antes da orientação sexual (coisa que não me interessa), vejo pais, mães e irmãos que são privados de filhos e irmãos. Honestamente não me agrada em nada a ideia de escrever sobre, uma vez que tudo o que pode ser dito se resume na repulsa ao ato em si, e na solidariedade.
Todavia, contudo, no entanto, entretanto, veio a fala de Obama isentando a religiosidade do atirador como fator motivador do terrorismo, depois veio uma charge no Facebook insinuando que inteira responsabilidade dos EUA e a ligação desta nação com o cristianismo. Aí minhas anteninhas de velino detectaram o inimigo.
Pesa sobre a extrema direita cristã norte americana a acusação de discurso de ódio legitimando o atentado (ver aqui). Acontece que as ligações entre o atirador e o terrorismo já estão confirmadas. E aí, um outro problema aparece. Qual? A tentativa de afirmar que todas as pessoas contrárias à condição, comportamento e orientação homossexual é tão extremista como um terrorista. Se você possui Facebook pode conferir nesta página.
Caso você insista em saber qual a diferença experimente protestar na porta de uma mesquita ou fazer insinuações com o livro sagrado deles e saberá. Mas não para por aí. Creio que os desonestos que insistem na associação sabem da diferença entre entendimento e aceitação. Cristãos entendem a partir da base religiosa que possuem que família é homem e mulher. Na verdade a humanidade é basicamente formada de macho e fêmea. Mas isto não quer dizer que eu não aceite a aquisição de direitos por parte do mesmos, e concorde com quem dispara uma arma contra gays e lésbicas.
O papel do Estado é a distribuição da justiça e com isto do direito e nem eu, nem ninguém pode interferir nisto desde que o meu direito não seja cerceado. Simples assim.Em outras palavras, não cabe ao Estado interferir em minha consciência, naquilo que penso e nem na forma como entendo. Uma necessidade urgente é de pessoas equilibradas que debatam e discutam uma conciliação entre estes dois grupos supostamente conflitantes.
Tenho dito repetidas vezes aqui neste espaço que o tratamento maniqueisante que tem sido dado à situação não é o ideal, uma vez que somente reforça o conflito e nem de longe promove paz e acordo. Da forma como as discussões são conduzidas temo que um clima similar ao da América se instale aqui. Honestidade intelectual, discernimento e sabedoria, são as palavras de ordem para que se evite a situação descritas nas linhas acima.
Marcelo Medeiros.
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