Assisti o show de baixaria que foi o último debate entre presidenciáveis antes do processo eletivo do corrente ano. Houve de tudo, menos apresentação de propostas. Mas minha opinião a respeito de tal situação não se esgota aqui. Um primeiro fator a ser considerado é a incrível coincidência na escolha do tema (feita por sorteio garantiu o moço de fala polida), mas que, por exemplo colocou Luciana Genro em aberto confronto com Levy Fidélix em duas ocasiões, pelo menos.
O confronto entre Eduardo Jorge e Levy Fidélix, foi, ao meu ver uma revanche. O assunto da homofobia foi novamente explorado, e a tentativa de marcar o candidato supra com o estigma da mesma ficou clara. ficou nítido que a emissora que promoveu o último debate investiu na polarização entre Dilma e Aécio. Proposital, ou não, e isto não vem o caso, há que se destacar que a configuração do debate ajudou na criação de um clima favorável ao confronto e desfavorável à apresentação de propostas.
Outro fator irritante foi a acusação mútua de corrupção, praticamente feita por todos e a todos os candidatos. Foi como se entrada da Luciana Genro, ou do Eduardo Jorge fosse capaz de mudar o quadro. Falo isto porque embora deteste corrupção, reconheço que ela faz parte da constituição humana. Aqui me referendo a Hobbes, para quem o homem é o lobo do homem, e sempre que tiver oportunidade usará de um cargo público, ou do poder em benefício próprio sim. A saída conforme pontuou um dos presidenciáveis é a criação de mecanismos (que seriam totalmente desnecessários, caso a natureza humana não fosse corrupta) que inibam a mesma.
Mas a minha percepção mais pontual é que a emissora foi coerente com sua proposta. Sim! E não torça a cara. Não dá para esperar nada melhor de uma emissora que faz de um reality show como o Big Brother o seu carro chefe das programações. A maioria dos eleitores possuem a lógica do mesmo e julgam os candidatos com o mesmo critério que julgam os confinados, o resultado é um debate ruim, com abundantes ataques pessoais, baixíssima argumentação, e rala exposição de propostas.
Descreio que tal debate possa melhorar sem que se façam melhorias pontuais na educação. Enquanto a grande massa se ocupar com programas exibidos na TV, cujo conteúdo é aparentemente afirmativo, e isto tiver maior peso do que a educação formal, no processo educativo, vai ser assim mesmo, e os candidatos sabem disto quando vão lá para debater, e jogam ao gosto do freguês.
Forte Abraço, Marcelo Medeiros.
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