A acusação de homofobia, que ao que saiba se quer foi criminalizada, feita ao candidato Levy Fidelix, é indicador de que Silas Malafaia (pelo qual não nutro grandes simpatias), Jair Bolsonaro e Júlio Severo, precisam ser levados mais à sério. Diga-se de passagem que não concordo em nada com a Teologia seguida pelo primeiro, admiro a trajetória política do segundo e discordo veementemente do último em vários aspectos. Mas o que aconteceu com este candidato revela bem o estágio de putrefação em que se encontram as práticas políticas em nossa nação.
Para ser o mais resumido possível, tudo começou com uma pergunta capciosa e com uma resposta mal formulada e mal direcionada por parte do candidato, que nitidamente caiu em uma armadilha da candidata do PSOL, que provocou a situação. Resultado: a soma de uma mídia comprometida com a agenda gay, com um contexto cultural permissivo, relativista, fez com que uma infeliz colocação (digo infeliz não por ser falsa, mas fora do contexto e não pertinente ao debate naquele momento), fosse entendida como homofóbica.
Onde entram Bolsonaro, Malafaia e Severo com isto? Entram com o importantíssimo papel que eles tem exercido na luta (que não é contra a comunidade gay), mas pela manutenção do direito à opinião. Não creio que este seja o posicionamento de todo homossexual, mas a forma com que as coisas tem sido conduzidas neste país aponta para a conquista de direitos por parte com um grupo, às expensas dos direitos da maioria, inclusive o direito à opinião, e o caso do Levy Fidelix é sintomático, de que as personagens aqui elencadas não estão de todo erradas.
Creio serem mais que bem vindas as advertências do Eliseu Gomes em seu blog [aqui], e se você, caro leitor acha que estou exagerando, veja a matéria [aqui]. Por mais que entenda como legítima o papel da OAB na luta pela garantia de direitos das minorias, me pergunto como um órgão como este, pode lutar por direitos de uma minoria, criminalizando o que ainda não é definido como crime? Por que não houve por parte deles uma manifestação quando em reunião no congresso, um teólogo verberou que estava disposto a pegar em armas.
Minha conclusão é que querem impor uma democracia de consenso no Brasil. Sei que as coisas caminham para a legalização da união homo afetiva, e nisto não há problemas, e como cristão não espero um estado teocrático, pelo menos não nesta ordem atual, mas apelar ao consenso e ao silenciamento não é democracia.
Marcelo Medeiros.
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