Mais uma reflexão sobre a situação do negro
Ontem, dia vinte de Novembro, comemorado dia da consciência negra. O fato me fez lembrar uma canção interpretada por Baby Consuelo, que trazia em seus versos "todo dia era dia de índio". Sendo que neste último caso, nem no dia dezenove de Abril mais. Falo assim, porque não me lembro de uma única manifestação social a respeito dia em apreço, exceto as realizadas em ambiente escolar.
Voltando ao dia da consciência negra, passei o mesmo de forma maravilhosa na companhia de pessoas extremamente agradáveis. Enquanto estava me deslocando para a casa de uma família amiga nossa, ouvi parte de um debate em uma rádio sobre a data. Em um determinado momento do mesmo foi tocado o assunto das cotas para os negros nas universidades públicas. Nunca concordei com as ditas cotas, ou quotas, ou seja o que for. Ela não corrige nem o problema social, nem o cultural.
Entrar em uma instituição de ensino não é garantia de que iremos sair formados da mesma, muito menos de que a instituição de ensino público esteja enganjada na formação de alunos com necessidades específicas, como os mencionados neste artigo, sempre disse isto nos debates dos quais participei.
NÃO DUVIDO DA CAPACIDADE INTELECTUAL DO NEGRO, DE FORMA ALGUMA! Mas sei que a capacidade se esbarra em condições materiais, em outras palavras, GRANA. Também sei que um, ou outro vencem esta barreira, e com isto, sem querem, acabam por legitimar o discurso do mérito, quando na verdade os fatores socioeconômicos influenciam sim.
O mais absurdo no meio de tudo isto é um radialista não entender isto, e mater até o fim esta farsa, a do mérito. Neste aspecto sou mais o pregador que diz: "não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos" (Ec 9. 11).
As quotas para negros nas instituições públicas de ensino terminaram por criar outro tipo de preconceito. O que o negro não é capaz de se formar um uma Universidade pública por seus próprios méritos, e que por não entrar nestas de forma "merecida" não terá a mesma competência profissional de um aluno que entrou sem o privilégio da quota.
P.S. Não é o que eu penso, já escrevi sobre a capacidade do negro, mas esta foi a impressão que o suposto debate me deixou.
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