Esta manhã acordei respirando ares de democracia, orgulhoso pelo meu país, que segundo alguns colegas de rede social, mudou o status de "deitado eternamente em berço esplêndido", para "verás que um filho teu não foge a luta" (ambas as frases menções à letra de nosso hino nacional). Foi quando ao deixar o meu filho em uma creche me deparei com a manchete de capa de um dos mais populares periódicos de nosso estado. A mesma trazia na capa a imagem de Marcos (in) Feliciano, e os dizeres: não é só por vinte centavos. Isto todos nós, inclusive eu, já sabíamos, o que não sabíamos era que os petralhas seriam tão ágeis em perceber as falhas do belíssimo movimento popular, dentre as quais a falta de objetividade quanto às revindicações e de uma agenda de prioridades, e usariam esta mesma falha para corromper o movimento. O que eles fizeram? Simples, desviaram os holofotes do protesto contra a corrupção, das revindicações das prisões dos mensaleiros (todos condenados pelo supremo), para a pessoa do ingênuo Marcos (in) Feliciano.
A primeira mentira consiste na estereotipia do tratamento como uma ação homofóbica. Por uma simples razão, o texto do projeto não diz que os gays serão cassados pelas ruas e colocados à força em consultórios para que se tratam de sua respectiva homossexualidade. Desde os primeiros debates com a psicóloga Marisa lobo, até as disputas no congresso com Silas Malafaia, o que tenho visto, é a defesa de disponibilização de tratamento para o homossexual que desejar mudar de orientação. Honestamente, o que há demais nisto? Nada, exceto para aqueles que acreditam que a homossexualidade é determinada genética, ou culturalmente, ou ambas. Aí todo aquele papo de existencialismo, de que o ser humano é um vier a ser, que ele não tem uma essência, definida; toda esta conversa que os politicamente corretos adoram, cai por terra, afinal, a homossexualidade é determinada.
Mas esta é uma discussão que prefiro deixar para depois. Por quê? Pelo mais do que óbvio motivo, de que tal como ocorreu quando Marcos (in) Feliciano assumiu a comissão de Direitos Humanos, que sempre fora do PT, ao passo que os condenados do mensalão assumiam a Comissão de Constituição e Justiça, resultado, todos estavam com o foco no infeliz do pastor e se esqueceram dos mensaleiros. Com esta manobra os petralhas conseguiam não apenas encobrir seus comparsas, mas também dar a imunidade e a cobertura política que eles precisavam.
E agora? O povo vai às ruas motivado pelo aumento das passagens de ônibus, aumento este associado à péssima qualidade dos serviços de transporte, saúde, educação, segurança, coisas que, de fato influem na qualidade de vida e no índice de desenvolvimento humano, que o nosso país está em octogésimo quinto lugar, atrás do Azerbaidjão, dá para acreditar?! Em outras palavras, em plena época de Copa das Confederações, o fantástico mundo de Lula e Dilma está caindo. E o que eles fazem? Criam outro, deviam a atenção para uma pessoa que não sei como qualificar. Chego a me questionar sobre até que ponto, ele de fato ele é, ou não, colaborador com toda esta falcatrua, visto que chego a duvidar de tamanha ingenuidade em uma pessoa que é, ao mesmo tempo Pastor e político.
Rio de Janeiro, 19 de junho de 2013, Marcelo Medeiros.
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