O que me motiva a escrever este artigo, é que ao contrário do que
Cristo ensinou, me envolvi em um debate com uma pessoa extremamente cética e
dogmática ao mesmo tempo. Resultado, terminei lançando pérolas aos porcos, e
coisas santas aos cães. Mas e esta história de ceticismo e dogmatismo, ao mesmo
tempo, isto combina? É possível isto? Descobri que sim. C. S. Lewis escreveu em
uma sátira Cartas de um diabo ao seu aprendiz a possibilidade do inferno
inventar uma mistura entre o mago e o materialista. E, ao meu ver ela está
presente em gente que critica o dogmatismo cristão, mas defende suas idéias
como se estas fossem um dogma religioso.
A cada postagem que o indivíduo fazia, ele colocava esta frase ao
final. Para ele tal colocação era a prova inconteste de que a religião é o ópio
do povo. O que ele não sabe é que as colocações de Marx precisam ser
interpretadas à luz da filosofia Hegeliana, ou seja, do contexto político
social do sec. XIX. E já no início do sec XX foram revisadas por Antônio
Gramsci (para quem de nada adiantava a revolução proletária proposta por Marx,
visto que o poder, nas sociedades atuais é repartido), e na década de sessenta
por Pierre Bourdieu. Não seguir esta metodologia, é o mesmo assumir a produção
intelectual dos pensadores como se dogma religioso, e ignorar o caráter
transitório do saber científico.
Gramsci verificou que o Estado tinha
alcançado uma autonomia e não mais precisava da religião para justificar suas
atitudes, exemplo o Nazismo e o Fascismo. De alguma forma o estado passa a ser
objeto de culto e dispensa a religião como fonte de justificativa de sua
existência. Nas teorias da reprodução, a Escola e as autoridades
policiais, junto com os periódicos são colocados como aparelhos ideológicos ao
lado do Estado.
Pierre Bourdieu vai além ao afirmar que a Escola jamais seria uma instrumento para a transformação da sociedade, visto que ela na verdade reproduzia a dinâmica social, e mesmo os movimentos estudantis da década de 1960, eram na verdade uma expressão daquela reprodução social.
Nada mais normal do que ler o momento atual e entender que a
religião perdeu seu espaço de influência para a mídia. Afinal de contas o mundo
ideal não mais é o descrito pela religião, mas o descrito pela mídia. Qualquer
pessoa com um mínimo de formação que tenha lido Niestzche, percebe que a
religião, perdeu sim a sua força no que tange à formação de valores
A religião ainda é o ópio do povo? Sim, para aqueles que se
apegam à frases de filósofos do século XIX, e as aplicam ao contexto histórico
atual de forma acrítica, assistemática, transformando o pensamento de Ludwing
Feunbach e Karl Marx em dogma. Este comportamento associado ao
orgulho e a arrogância intelectual desmedida, é tão religioso quanto
os religiosos que estes sábios tentam combater. Mais ainda, dentro do
pensamento marxista, futebol, voleibol, olimpíadas, e tantas outras coisas que
apreciamos, podem ser tão alienantes, ou mais do que a religião. Se quiser
conferir, veja,na íntegra, o vídeo do Luís Felipe Pondé, na postagem o ateísmo
é brega.
Marcelo Medeiros.
sugiro a leitura deste artigo neste blog, cujo link segue abaixo:
ResponderExcluirhttp://clavedelua.blogspot.com.br/2011/04/o-opio-do-povo.html.
Que interessante, pastor. Ontem, quando estava voltando do trabalho, havia duas pessoas conversando sobre religião no banco da frente do ônibus onde eu estava, e por alguns momentos algumas delas falavam um pouco mais alto e eu acabava escutando o que diziam. Numa dessas vezes uma das pessoas disse a outra que havia visto uma entrevista com um filósofo, que eu não entendi o nome, e segundo essa pessoa a entrevistadora perguntou: "...religião é o ópio do povo?", mas eu não consegui entender quando ele disse sobre a resposta do entrevistado.
ResponderExcluirO senhor saberia dizer quem é o filósofo?
Como estou postando a pergunta como anônima, por nao ter acesso as contas, coloquei uma senha na postagem anterior para o senhor saber quando for eu que estiver falando. Não aceite a senha para que ninguem veja e para que o senhor sabia quando for eu. Sempre mensionarei a senha uma postagem antes das postagens com o conteúdo.
Aguardo.
Obrigada.
Cara Anônima, creio que o filósofo seja Luís Felipe Pondé, cujo vídeo pode ser assistido na postagem O ateísmo é brega, neste mesmo blog. Se você ler Admirável Mundo Novo, também deste blog vai ver que a religião não é o único lenitivo que o governo usa para entorpecer a pessoa. Muito antes de se falar em Religião como ópio do povo Platão pensou no sexo como forma de dominar as pessoas na sua República.
ExcluirOi, pastor. Sou eu de novo. Mandei a senha no post anterior para saber quem sou. Não aceite a senha, por favor.
ResponderExcluirEstou sem tempo para essistir o vídeo que me indicou, quando puder assistirei. Nesse vídeo ele diz que a religião não é o ópio do povo?
Não, conforme se pode ver na postagem supra, a religião foi substituída por outros entretenimentos.
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