Trata-se do mais novo buxixo na internet, matéria que fala de um suposto caso de intolerância, por parte de alunos evangélicos. Ao que tudo nos indica eles se recusaram a fazer um trabalho sobre cultura e religião afro, e como justificativa apresentaram que o trabalho era uma forma de apologia ao satanismo e ao homossexualismo. Digo suposto, porque não temos em oda a matéria uma fala consistente por parte dos alunos supra citados, tudo o que temos é o olhar do jornalista.
A dúvida que fica é a respeito da ligação entre cultura afro e homossexualismo. Sim, porque a confusão tem sido criada de ambos os lados, tanto por parte de pastores despreparados, quanto por parte dos defensores da cartilha do politicamente correto que atrelam o homossexualismo à diversidade étnica e religiosa.
Vivi a experiência na época em que cursava Pedagogia na UNESA, e tenho vivido novamente a mesma experiência no Curso de pós graduação em Ensino Religioso no IAVM - UCAM. Me lembro de ter entrevistado apenas nos três primeiros módulos pessoas de vários seguimentos dos cultos afro e do espiritismo. Ao todo são dois candomblecistas, três kardecistas e três católicos. Fiz todas estas pesquisas motivado pela necessidade de completar o curso, mas também pela necessidade de diálogo com estas linhas. Aprendi com o maravilhoso Bispo anglicano Jonh Stott, que não há possibilidade de sermos ouvidos em nossa pregação, se não soubermos ouvir e captar, em meio ao diálogo o anseio das pessoas. Somente deste modo podemos mostrar às pessoas a relevância da mensagem cristã, de outra forma, sempre seremos tachados como retrógrados, fundamentalistas, intolerantes, e coisas afins.
Agora vamos imaginar uma situação hipotética. Suponhamos que os professores tenham trabalhado o conteúdo de forma genérica, superficial e ideológica; que eles não tenham tentado, de fato, trabalhar a tolerância, mas transmitir uma ideologia, e que por este motivo os alunos tenham entendido que estavam em meio a um processo proselitista, ao invés de escolar, ainda assim, os alunos perderam a oportunidade de estabelecer diálogo com a questão. Falta de preparo e de capacidade de diálogo dos alunos, falta de preparo dos pastores, falta de preparo docente. Não consigo acreditar, que se os professores tivessem argumentado com base no que versam os nossos PCN's,sobre a questão da diversidade e da cidadania, eles não teriam sido ouvidos pelos evangélicos.
Já defendi neste espaço a necessidade de sermos tolerantes. Não quero dizer com isto que de agora em diante iremos aquiescer com tudo o que as pessoas dizem, mas que ao menos teremos de ouvir as mesmas. E não se trata de ouvir de forma técnica, mas de ouvir com a mente e com o coração, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Pr Marcelo Medeiros.
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