I) Seguindo bons exemplos
Paulo diz: sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de acordo com o padrão que lhes apresentamos (Fp 3. 17 NVI). Bons exemplos devem ser seguidos, mas isto nem sempre é fácil, uma vez que o caminho do mau exemplo é o mais curto. Aqui queremos destacar os verbos: seguir, observar, viver, e as palavras padrão e exemplo. Comecemos com o verbo seguir. Na versão Almenida Atualizada ele é traduzido por sede imitadores meus, aqui temos a expressão συμμιμηται (simmimetai) cuja tradução correta é co-imitador, indicando que tanto Paulo quanto a comunidade em apreço deveriam serem imitadores de Cristo.
Observar é o mesmo que olhar com atenção, visto que aqui o verbo grego é σκοπειτε (skopeite), de σκοπεω (skopeoo), que pode ser entendido como olhar para, contemplar, reparar e seguir. A NVI traduz o verbo περιπατεω (peripateoo), por viver, quando pode igualmente ser traduzido por proceder, ou comportar-se.
Tanto padrão quanto exemplo são palavras para traduzir o grego τυπον (typon). Tudo o que pode ou deve servir para modelo ou para ser imitado, este é o sentido da palavra. E Paulo coloca a si mesmo e sua busca como exemplo dos filipenses. Na verdade, Cristo é o seu exemplo supremo, é a morte e a ressurreição à semelhança da de Cristo que ele quer alcançar. Se colocarmos Cristo como o nosso modelo, observamos os que possuem, ou não um comportamento compatível com o de Jesus e dos apóstolos, saberemos discernir quem são os inimigos da cruz de Cristo.
II) Identificando os inimigos do Evangelho
Pois, como já lhes disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo (Fp 3. 18 NVI).
Muitas especulações podem ser feitas a respeito da identidade pessoal e das características principais destes inimigos. Mas aqui precisamos lembra de que o contexto imediato nos remete à questão da circuncisão, e que para Paulo o ato de circuncidar-se para o gentio era uma mutilação. Independente das origens que venhamos a ter o que precisamos é de ser novas criaturas, e Paulo buscava expressar esta novidade de vida por meio de uma identificação cada vez maior com Cristo em sua morte e ressurreição.
Com base nos dados do texto os inimigos da cruz eram os que colocavam sua confiança no desempenho pessoal quanto à guarda da lei e ainda aproveitavam de sua identidade de judeu para não serem perseguidos pela causa do Evangelho. Este é o sentido da palavra no contexto contemporâneo ao de Paulo. Isto fica bem claro na medida em que se lê a carta de Paulo aos Gálatas e se depara com as seguintes palavras: se ainda estou pregando a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Nesse caso, o escândalo da cruz foi removido (Gl 5. 11 NVI). E: Os que desejam causar boa impressão exteriormente, tentando obrigá-los a se circuncidarem, agem desse modo apenas para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo (Gl 6. 12 NVI).
Os inimigos da cruz atualmente são aqueles que negam o sentido da mesma. Podem também ser os que mineralizam a cruz e com isto removem o seu escândalo, ou seu sentido esmagador e desafiador para hoje. Paulo diz na carta supra citada: que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo (Gl 6. 14 NVI). Pela cruz de Cristo o mundo estava crucificado para Paulo e este para o mundo.
III) Entendendo que o final dos mesmo não é nada bom
Quanto a estes, o seu destino é a perdição, o seu deus é o estômago e têm orgulho do que é vergonhoso; eles só pensam nas coisas terrenas (Fp 3. 19 NVI).
Sim, το τελος απωλεια (to telos apooleia), o fim dos mesmos é a perdição. Isto pode ser contraditório se admitirmos que em todo o momento os inimigos da cruz de Cristo estão à busca dos mais variados prazeres. Mas aqui se torna evidente a inexorável lei do Evangelho, que diz: Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará (Mt 10. 39 NVI). O termo para perder é απολεσει (apoleseei), indicando que quem tanta preservar a própria vida, na verdade a destrói e creio que seja este o caso dos inimigos da cruz de Cristo.
Seu deus é o ventre (θεος η κοιλια [theos e Kolia]). O termo κοιλια [Kolia] é correspondente a estomago, mas pode ser empregado metaforicamente para significar tudo o que pertence à vida material, e que de forma análoga terá um fim semelhante ao do alimento uma vez processado pelo estomago.
IV) Colocando o alvo e o objetivo em Cristo
A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso (Fp 3. 20, 21 NVI).
A primeira coisa que precisamos é reconhecer que somos cidadãos dos céus, e nesta condição, caminhamos nesta terra na condição de peregrinos. O termo que Paulo emprega é πολιτευμα (polyteuma), o mesmo para cidadania, indicando com isto que nossa cidadania, não é terrestre, mas divina.
Segundo nossa esperança não está em nada desta terra, mas exclusivamente nas coisas do céu. Nossa esperança é Cristo (I Tm 1. 1), daí que o esperemos ansiosamente, termo muito bem expresso na expressão απεκδεχομεθα (apekdechometha). O termo indica uma espera, que é ao mesmo tempo ansiosa e paciente.
O proposito eterno de Deus é que sejamos semelhantes a Cristo (Rm 8. 28, 29; I Co 15. 49; I Jo 3. 1 - 3). Esta semelhança nunca é plena nesta vida. Mas será plena no momento em que nosso corpo for transformado e conformado ao glorioso corpo de Cristo (συμμορφον τω σωματι της δοξης [simorphon toon someti tes doxes]). É com este objetivo em mente que confrontamos os inimigos da cruz de Cristo.
Deus os abençoe, em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
III) Entendendo que o final dos mesmo não é nada bom
Quanto a estes, o seu destino é a perdição, o seu deus é o estômago e têm orgulho do que é vergonhoso; eles só pensam nas coisas terrenas (Fp 3. 19 NVI).
Sim, το τελος απωλεια (to telos apooleia), o fim dos mesmos é a perdição. Isto pode ser contraditório se admitirmos que em todo o momento os inimigos da cruz de Cristo estão à busca dos mais variados prazeres. Mas aqui se torna evidente a inexorável lei do Evangelho, que diz: Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará (Mt 10. 39 NVI). O termo para perder é απολεσει (apoleseei), indicando que quem tanta preservar a própria vida, na verdade a destrói e creio que seja este o caso dos inimigos da cruz de Cristo.
Seu deus é o ventre (θεος η κοιλια [theos e Kolia]). O termo κοιλια [Kolia] é correspondente a estomago, mas pode ser empregado metaforicamente para significar tudo o que pertence à vida material, e que de forma análoga terá um fim semelhante ao do alimento uma vez processado pelo estomago.
IV) Colocando o alvo e o objetivo em Cristo
A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso (Fp 3. 20, 21 NVI).
A primeira coisa que precisamos é reconhecer que somos cidadãos dos céus, e nesta condição, caminhamos nesta terra na condição de peregrinos. O termo que Paulo emprega é πολιτευμα (polyteuma), o mesmo para cidadania, indicando com isto que nossa cidadania, não é terrestre, mas divina.
Segundo nossa esperança não está em nada desta terra, mas exclusivamente nas coisas do céu. Nossa esperança é Cristo (I Tm 1. 1), daí que o esperemos ansiosamente, termo muito bem expresso na expressão απεκδεχομεθα (apekdechometha). O termo indica uma espera, que é ao mesmo tempo ansiosa e paciente.
O proposito eterno de Deus é que sejamos semelhantes a Cristo (Rm 8. 28, 29; I Co 15. 49; I Jo 3. 1 - 3). Esta semelhança nunca é plena nesta vida. Mas será plena no momento em que nosso corpo for transformado e conformado ao glorioso corpo de Cristo (συμμορφον τω σωματι της δοξης [simorphon toon someti tes doxes]). É com este objetivo em mente que confrontamos os inimigos da cruz de Cristo.
Deus os abençoe, em Cristo, Pr Marcelo Medeiros.
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