Neste momento estou assistindo a um vídeo protagonizado por religiosos, dentre os quais Ed René Kivtz e o filósofo Luís Felipe Pondé. Um assunto que me salta aos olhos é a possibilidade de convivência pacífica entre as religiões. Falo dele porque o momento atual, do politicamente correto, prega o relativismo e a tolerância extremada, chegando ao extremo de considerar intolerante que discorda.
Minha resposta à pergunta que dá título a este post é um sonoro não. Em primeiro lugar, é preciso que se pergunte pela conceituação lexical da palavra. Em segundo, recomendo que se faça uma reflexão da definição lexical. Por último, que se perceba que a paz não é a ausência de conflitos, mas a sábia administração dos mesmos.
Isto fica bem na cara quando, ao pesquisar a palavra no dicionário, se depara com o verbete harmonia. A palavra me faz voltar automaticamente para o mundo musical, onde harmonia é definida como a disposição de notas diferentes simultaneamente tocadas. Dentro da harmonia há os acordes consonantes, feitos a partir de terças e quartas superpostas, e os dissonantes, que são os que acrescentam os intervalos de sétima, maior, ou menor, nona, etc...
A verdade é que não se faz música com uma única nota, nem o samba de uma nota só é de fato de uma nota só. A melodia dá a sensação de que é uma única nota, mas a harmonia, como tem nota! Face á exposição, a paz é algo que demanda a diferença com suas consonâncias e dissonâncias. Desafiando é uma canção da Bossa Nova que, ao meu ver é um dos maiores exemplos de como a harmonia funciona de forma dissonante, sem este fator, a música não expressaria um desafinado que ama a arte em apreço.
Paz é entender que quem não concorda, que quem distoa tem algo importante a dizer.
Marcelo Medeiros.
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